: SAÚDE, QUALIDADE DE VIDA E BEM-ESTAR: LIMITES E INTERFACES TEÓRICO-METODOLÓGICAS
Por: g1o2n3 • 24/11/2015 • Resenha • 2.513 Palavras (11 Páginas) • 931 Visualizações
UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO
DEPARTAMENTO DE PSICOLOGIA
DISCIPLINA : POT
PROF: ALESSANDRO
ALUNA: GONÇALINA DE ARRUDA
TEXTO: SAÚDE, QUALIDADE DE VIDA E BEM-ESTAR: LIMITES E
INTERFACES TEÓRICO-METODOLÓGICAS
Helenides Mendonça
Maria Cristina Ferreira
Juliana Porto Daniela S. Zanin
O texto discorre sobre os modelos teórico-metodológicos com base nos níveis de análise e dos modelos interativos que podem ser utilizados nos estudos sobre qualidade de vida e bem-estar. Ressaltam que a QV é um construto multifacetado, que envolve aspectos individuais, relacionais, sociais e culturais, ao passo que o conceito de bem-estar envolve dimensões relacionadas ao afeto, à satisfação e à felicidade (bem-estar subjetivo), bem como a dimensões cognitivas, dentre as quais as de autoaceitação, autonomia, propósito de vida, domínio do ambiente, crescimento pessoal e relações positivas com os outros (bem-estar psicológico).
De acordo com o texto, o conceito saúde-doença passou por diversas modificações, com diferentes momentos históricos privilegiando distintos aspectos, em função das condições histórico-culturais e da própria organização social da época. Assim, desde a medicina pré-histórica e os tratamentos à base de trepanação (perfuração do crânio com o objetivo de libertar o indivíduo dos espíritos causadores do mal-estar) até a atualidade, muito se desenvolveu no campo da saúde e da compreensão da relação entre os estados de saúde-doença. A compreensão do processo saúde-doença sofreu mudanças paradigmáticas no decorrer da história em razão de avanços no próprio modo de vida dos cidadãos. Assim, destacam-se as medidas de saneamento básico e as políticas de saúde pública realizadas na Grécia e em Roma, por volta dos séculos V e I a.C., tais como o sistema de esgoto (ou cloacas), os banheiros públicos, o desenvolvimento de aquedutos e a limpeza das vias públicas (Straub, 2005). Tais procedimentos ligados à saúde pública merecem destaque pelo avanço em termos de saneamento básico e pelo quanto isso significou para a humanidade e, sobretudo, pelo fato de que tais procedimentos revelaram uma noção embrionária do tratamento dos processos de saúde-doença de maneira coletiva e social, e não somente ligada a fenômenos espirituais então a saúde do trabalhador passou a ser tida como o processo saúde-doença dos grupos humanos, em sua relação com o trabalho. E, apesar do processo do trabalho ainda ser entendido como um espaço hierárquico de dominação e submissão do trabalhador pelo capital,começam a buscar o controle para melhores condições e ambientes de trabalho, de maneira a torná-los mais saudáveis.
Para os autores, a saúde ao longo dos séculos passou por vários processos, tido por Hipócrates (460 a 377 a.C) como um fenômeno natural. Já no período da Idade Média, a influência da igreja, deu ênfase as explicações sobrenaturais sobre os processos de saúde-doença. No período renascentista, René Descartes ( 1596-1650) compara o corpo humano a máquina, mente e corpo para ele eram processos separados e autônomos, postulando como o dualismo cartesiano. Com o avanço da medicina, na primeira metade do séc .XX , nasce o modelo biomédico de saúde ( Straub, 2005) sustentando que as doenças sempre podem ser descritas em níveis biológicos.
O texto nos faz compreender, que o modelo biomédico descartava os aspectos psicológicos, predominando assim o dualismo de Descartes e que avanços científicos ao longo do séc.XX, em diversas áreas como a psicologia propiciaram os questionamentos sobre o papel dos patógenos como único determinantes de doenças, assim a saúde foi postulada pela OMS como o “o completo bem-estar biopsicossocial” . Nessa nova perspectiva, considera-se que a compreensão de três dimensões dos processos saúde-doença exige a análise de três dimensões da esfera humana: o aspecto biológico, o psicológico e o social.
Segundo os autores desde o séc. XVIII havia uma forte preocupação com a qualidade de vida das pessoas e com seu reflexo na saúde individual e coletiva. A saúde como, direito humano fundamental, encontra-se no mesmo grau de importância de outros direitos essenciais dos cidadãos como educação e alimentação. Em defesa das causas sobre a saúde dos povos do mundo, a carta de Otawa (1986) estabelece que “ a saúde é o maior recurso para o desenvolvimento social, econômico e pessoal, assim como uma importante dimensão da qualidade de vida.” Como pré- requisito para se obter uma base sólida para a saúde das pessoas, a mesma carta aponta a necessidade de que os povos tenham como requisito básico: paz, educação, alimentação, renda, ecossistema estável,, recursos sustentáveis, justiça social e equidade., Portanto, saúde e qualidade de vida são conceitos interligados e constituem aspectos fundamentais da vida humana, englobando a vida no trabalho, pois é nele que as pessoas passam a maior parte dos seus dias e as horas mais produtivas de suas vidas.
O novo conceito de qualidade de vida (QV), que é consistente com os paradigmas voltados para ações preventivas de saúde,tem influenciado o estabelecimento de políticas e práticas de saúde pública nas últimas décadas. Ressaltam que a QV é um construto multifacetado, que envolve aspectos individuais, relacionais, sociais e culturais, ao passo que o conceito de bem-estar envolve dimensões relacionadas ao afeto, à satisfação com a vida e a felicidade ( bem-estar subjetivo), bem como a dimensão cognitiva, dentre as quais as de auto aceitação, autonomia, propósito de vida, domínio de ambiente, crescimento pessoal e relações positivas com os outros ( bem-estar psicológicos).
As autoras , chegam a conclusão, hipotéticamente, que o conceito de QV encontra-se mais focado na percepção de aspectos individuais, em que se destacam os afetos, a felicidade e auto aceitação, o domínio do ambiente e a autoconfiança. O texto nos mostrou os avanços, as lacunas e as divergências teóricos metodológicas nos estudos sobre saúde, qualidade de vida e bem-estar. As pesquisas sobre saúde avançaram teoricamente, ultrapassando a perspectiva biológica de análise desse processo para uma perspectiva biopsicossocial. Com isso, passaram a ser considerados os processos de adaptação social e os distúrbios psicossomáticos, como os transtornos, o que evidencia a multiplicidade de fatores determinan
tes no processo da saúde-doença e leva a uma visão integradora do homem.
UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATOGROSSO
DEPARTAMENTO DE PSICOLOGIA
DISCIPLINA: POT l
GONÇALINA DE ARRUDA
TEXTO: SAÚDE, QUALIDADE DE VIDA E BEM-ESTAR: LIMITES E
INTERFACES TEÓRICO-METODOLÓGICAS
Cuiabá
2015
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