SURGIMENTO DA PSICOLOGIA SOCIAL E SUA UTILIDADE NOS DIAS DE HOJE
Por: Thiago Braga • 3/7/2016 • Pesquisas Acadêmicas • 917 Palavras (4 Páginas) • 1.987 Visualizações
SURGIMENTO DA PSICOLOGIA SOCIAL E SUA UTILIDADE NOS DIAS DE HOJE –
Antes de analisarmos as mudanças ocorridas a partir do século XVIII, é importante entender o conceito de psicologia social, de modo que facilite a compreensão desta disciplina e de como ela pode analisar e intervir nas relações sociais.
Muitos são os autores que definem a Psicologia Social. Uma das mais completas definições é a apresentada por Aroldo Rodrigues, a qual reza: “A psicologia social é o estudo científico de manifestações comportamentais de caráter situacionais suscitadas pela interação de uma pessoa com outras pessoas ou pela mera expectativa de tal interação, bem como dos processos cognitivos e afetivos suscitados pelo processo de interação social” (RODRIGUES, 2009, p. 16). Por esta definição vê-se que a psicologia social aborda as relações entre os membros de um grupo social e busca compreender como o homem se comporta nas suas interações sociais, ao mesmo tempo em que a define como uma ciência do comportamento humano, tal como sua raiz principal, a psicologia, que lida com a interação humana e com os processos cognitivos e afetivos.
A psicologia social pretende estudar os diferentes graus de conexão existentes entre o ser e a sociedade a qual pertence, e seu constante processo de dependência e interdependência em relação a seus semelhantes, desconstruindo assim a imagem de um indivíduo oposto ao grupo social (SANTANA, 2011). A psicologia social surgiu para estabelecer uma ponte entre a psicologia e a sociologia. O seu objeto de estudo é compreender o comportamento dos indivíduos quando estão nas suas interações sociais.
Como sabemos, o século XVIII foi palco de uma série de transformações sociais, políticas e financeiras que tiveram profundo impacto na sociedade. Essas mudanças, regidas pelo capitalismo, se deu através da instauração do Estado moderno, onde teoricamente, todos devem ser vistos como iguais e com as mesmas possibilidades.
Nesse novo cenário há o direito à igualdade, bem como à garantia que o Estado deveria dar às expressões das diferentes características pessoais. A partir daí instaura-se o modo-indivíduo, que pode ser entendido como toda tecnologia que toma o corpo do indivíduo para cuidá-lo, tirando-lhe todo o conhecimento necessário para garantir seu funcionamento. É criada uma estrutura de vigilância contínua e anônima, que fixa e regula as ações de cada um. O projeto da modernidade arquitetado pela burguesia e Estado, alicerçados pela ciência, tinha como fim a garantia da vida e da propriedade privada, o domínio do trabalho e dos modos de produção que se erigiam. Os projetos urbanísticos e a política higienista, efetivados no período em questão, retratam bem o ímpeto regulador e a aliança firmada entre Estado, burguesia e ciência no governo e controle de populações.
Desta forma, a partir dos meados do século XVIII, constitui-se uma “medicina social” como estratégia biopolítica, visando conter as agitações sociais que iriam se iniciar no começo do século seguinte. Entretanto, o que acontece é o crescimento de movimentos de resistência a nas relações de poder.
Entre as invenções técnicas do século XVIII, constitui-se uma nova maneira de gerir os homens, aumentando sua utilidade. Os espaços públicos passam a ter uma nova configuração no século XIX, notando-se a distinção entre os espaços público e privado que, exigiam comportamentos diferentes.
A cidade (o público) era como um teatro, onde todos encenavam papéis definidos. A relação entre público e privado sofre uma transformação em função das mudanças econômicas, urbanas e políticas que acontecem nas cidades europeias no decorrer do século XIX, como o adensamento populacional.
O contingente de pessoas nas ruas das cidades cresce, produzindo assim uma relação dos moradores com outras pessoas, como operários e antigos trabalhadores rurais, que buscavam emprego na cidade. O espaço urbano então passa a ser entendido de outra forma, nascendo assim a sociedade intimista. A relação entre público e privado é analisada através do enaltecimento do silêncio.
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