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Sonhos e uma introdução a visão da Neuropsicanálise sobre eles.

Por:   •  9/11/2016  •  Trabalho acadêmico  •  2.740 Palavras (11 Páginas)  •  363 Visualizações

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Sonhos e uma introdução a visão da  Neuropsicanálise sobre eles.

Emanuel Henrique Gonçalves Querino - 2009073120

Psicanálise I

Psicologia UFMG 2010/2

Professor Eduardo Dias Gontijo

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Resumo: O presente artigo visa apresentar a teoria psicanalítica freudiana a respeito dos sonhos como eles são interpretados, e também apresentar as críticas enfrentadas atualmente pela teoria, principalmente por parte das neurociências. O surgimento de uma nova área do conhecimento: a neuropsicanálise apresenta seus argumentos em defesa da psicanálise, utilizando-se de conhecimentos das neurociências.

“O sonho é a estrada real que conduz ao inconsciente”, escreveu Freud em sua obra-prima A Interpretação dos Sonhos. O livro levou dois anos (1898 e 1899) para ser escrito e nele Freud edificou os principais fundamentos da teoria psicanalítica, constituindo como o ponto de apoio para todo o desenvolvimento posterior da sua obra.

Com a psicanálise, Freud abriu as portas para os sonhos se tornarem objetos para pesquisas científicas. Ele se tornou interessado em sonhos quando lidava com seus pacientes que lhe contavam sobre eles espontaneamente. Ele então inclui interpretações dos sonhos como principal aspecto da psicanálise, logo ao lado de hipnose e associação livre. A análise dos sonhos é uma ferramenta indispensável na terapia psicanalítica. Para Freud, os sonhos são a chave para o entendimento do inconsciente e mostram uma clara preferência pelas impressões dos dias imediatamente anteriores. (Freud’s Approach to Dreams, 2000; A Interpretação dos Sonhos, 1899/1900)

Para Freud, os sonhos agem como guardiões do sono, impedindo que o sujeito seja despertado por estímulos pequenos em seu ambiente. A essência do sonho é a realização de um desejo reprimido. E foi a partir desse princípio que ele elaborou as bases do método psicanalítico. Antes de Freud, os sonhos eram considerados apenas símbolos, analisados como se fossem premonições ou manifestações divinas. Os sonhos mostram uma clara preferência pelas impressões dos dias imediatamente anteriores. Têm à sua disposição as impressões mais primitivas da nossa infância e até fazem surgir detalhes desse período de nossa vida que, mais uma vez, parecem-nos triviais e que, quando conscientes, acreditamos terem caído no esquecimento há muito tempo. Tais conhecimentos são apresentados a nós através do livro: “A interpretação dos sonhos”. Publicado em 04 de novembro de 1899. Por uma decisão do editor, no entanto, a data impressão de 1900. Em correspondência a Fliess, Freud nos fornece que durante dois anos se dedicara ao preparo do livro, que seria um exemplo excelente de estrutura de tese psicanalítica. Freud não deixa de lado em seu livro sequer mitos e lendas, até mesmo da mitologia egípcia.  (FREIRE, 2000)

Ele enfrenta alguns problemas no desenvolvimento de sua obra. Por exemplo, ele deveria manter sigilo sobre os sonhos de seus pacientes. Para compensar isso ele utiliza seus próprios sonhos para dar conteúdo a sua obra. Mostra-se também apreensivo quanto à repercussão que o livro teria sobre o meio científico e familiar. (FREIRE, 2000)

Freud mantém a tese central de seu texto como sendo: “Sonhos são a realização de um desejo”. Quando um desejo realizado não é aceitável ao Superego (como o conflito com algum valor, como sexo, idade, estado social, civil, etc.), ele é recalcado e movido para outro lugar, mas continua a exercer os seus efeitos.  “Este é processo de censura como “um processo sistemático” de disfarce e distorção das coisas que são dolorosas ou inaceitáveis ao sonhador” (WATKINS, 1997)

Durante nossa vida e especialmente em nossa infância, nos herdamos normas sociais, crenças hábitos e padrões de comportamentos típicos de nossa cultura que não estão em conformidade com os nossos instintos primários. Se não nos sucedermos em satisfazer estas necessidades de uma forma ou outra, nós os suprimimos nas profundezas da inconsciência, um processo chamado repressão. Nos sonhos, quando a relação entre o ego superego e o id se torna conflituosa, estes desejos reprimidos surgem como um estímulo interno, um sonho. Sonhos não são, portanto, somente uma resposta a eles, mas também uma forma de satisfazer estes desejos. O estímulo interno neste caso, insatisfeito, tem uma resposta mental com um “preenchimento alucinógeno” se o desejo é admissível. Logo, o sonho pode ser tratado como um cumpridor de desejos, (BRLIZG, 2000)

Tais desejos podem assumir diversos símbolos nos sonhos. Por exemplo, o número 3 possui um significado simbólico do órgão sexual masculino. Todas as idéias de sonhos que se consistem em três partes podem significar o órgão sexual do homem. O falo também é simbolicamente substituído por objetos que são similares a ele em sua forma, tais como rochas, gravetos, bengalas, árvores, objetos com características de penetração, tais como facas, espadas, lanças, e armas de fogo: revólveres, rifles, canhões. Alguns símbolos menos evidentes incluem: peixes, répteis (especialmente cobras). Também casacos e chapéus podem ter o mesmo significado. A genitália feminina é representada simbolicamente por objetos que podem conter coisas, como cavernas, frascos, caixas, bolsos, navios... O mesmo para casas com entradas, passagens e portas. Típicos símbolos femininos entre animais incluem: lesmas, e animais com conchas.  Maçãs, pêssegos e frutas em geral simbolizam seios. Instrumentos, quebrar gravetos, e escorregões simbolizam a masturbação. Arrancar dentes ou sua extração são símbolos de castração como punição à masturbação. Várias atividades rítmicas tais como dança, cavalgar e teatro simbolizam o curso sexual em si. Atividades típicas que simbolizam a sexualidade própria são escaladas, subir e descer escadas, e correr dentro de uma casa. Reis e rainhas ou imperadores e similares representam os pais. A queda em água ou saída dela representa o nascimento. (BRLIZG, 1998)

Em alguns casos, os desejos são tão intensos que a censura não consegue transformá-los. Então nós experienciamos um sentimento de angústia, que é um sinal de que o desejo suprimido se mostrou ser mais forte do que a censura. Como conseqüência, isso desperta o sonhador antes que o desejo suprimido possa ser cumprido – o que está em contraste com a censura. Neste caso, o sonho não conseguiu completar sua tarefa, mas seu propósito também não mudou. (BRLIZG, 1998)

A compreensão de como a censura funciona é essencial para a interpretação dos sonhos. Nós somente podemos descobrir o conteúdo latente de um sonho quando considerando o trabalho da censura. Ela é um código que sem sua compreensão seria impossível interpretar os sonhos. O simbolismo de Freud também nos provém grande ajuda. (BRLIZG, 1998)

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