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Síndrome da Adolescência Normal

Por:   •  15/6/2016  •  Trabalho acadêmico  •  2.164 Palavras (9 Páginas)  •  493 Visualizações

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Disciplina: Psicologia da Adolescência e Idade Adulta

Professora: Dra. Fernanda Cascaes Teixeira

Curso: Psicologia 2015

Acadêmicas: Keli, Marciane e Taila

  1. O que é a “síndrome da adolescência normal”?

A Síndrome da Adolescência Normal é um período de oscilações e conflitos que o adolescente vive durante a construção de sua identidade. Essa síndrome é caracterizada por sentimentos confusos e muitas vezes contraditórios considerados normais nessa fase, como por exemplo: a audácia alternada com introversão. Aspectos esses, considerados normais nessa fase para nossa cultura e para a estruturação psíquica do adolescente, pois os sentimentos contraditórios e confusos são provenientes da elaboração do luto da perda do ser criança, das brincadeiras infantis para algo que ainda não sabem lidar muito bem. Então, esse momento de elaboração é necessário e pode-se dizer que é um período de  normal anormalidade.

Também ocorrem nessa fase, transformações biológicas que refletem em verdadeiros paradoxos, pois o adolescente está em transição de um corpo infantil para um corpo que já possibilita a procriação e ao mesmo tempo a identidade ainda está na fase da adolescência.

Nesse período são considerados normais os conflitos internos e externos, sentimentos de comoção, lutas e rebeliões externas dos adolescentes devido aos processos de luto anteriormente citados. Toda essa “carga” de conflitos são exteriorizados de acordo com a sua estrutura e experiências, construída no meio sócio-econômico, político e cultural de convivência do adolescente.

Todos os fatores e fenômenos citados são importantes para a construção da identidade saudável, já que a adolescência é processo de desenvolvimento e permitirá posteriormente a integração para a fase adulta de uma forma mais madura, assim como, posteriormente há uma tendência da estabilidade da personalidade.

  1. Caracterize sinteticamente cada um dos “sintomas” da síndrome da adolescência normal.

As principais características dos 10 sintomas da Síndrome da Adolescência Normal são:

  1. Busca de si mesmo e da identidade

Esse período é marcado pelo desenvolvimento desde o nascimento, no qual esse processo psicológico permanecerá em mutação até a maturidade, basicamente do “saber quem sou”. Momento em que o adolescente busca uma identidade, passando por várias situações, na qual começam as ansiedades básicas, por motivo de não se sentir preparado para assumir suas responsabilidades como adulto. Nessa fase a evolução da genitalidade para a procriação, evolução libidinal concomitantemente com os tumultuosos processos psicológicos básicos, como dissociação, projeção, introjeção e identificação são fatores considerados essenciais para se chegar no difícil processo de individualização e cristalização da personalidade, através do conhecimento de si próprio, ou autoconceito (ego), como entidade biológica e social.

Essa busca pela identidade é característica de cada momento evolutivo em que preserva aspectos essenciais, mas que possibilita mudanças. Destaca-se as identidades transitórias, entre elas, a busca pela uniformidade, identidade negativa, problemas de pseudo-identidade e identidades circunstanciais.  Fase marcada principalmente pela mudança de relação de indivíduo com seus pais, em que a presença concreta dos pais começa ser desnecessária possibilitando o processo de individuação, a busca de si mesmo e da identidade.

  1. A tendência grupal

Na busca pela identidade, o adolescente inclina para a uniformidade da maior parte dos grupos, podendo lhe oferecer segurança e estima pessoal, ocasionando uma ligação forte, inclusive com regras do grupo. E por outro lado o grupo representa uma identidade diferente às figuras parentais e uma transição necessária para o mundo externo para alcançar a individualização adulta.

Através do grupo é possível experimentar-se nos processos de dissociação, projeções e identificações, recorrendo ao grupo em situações de fracasso de personificação recorrendo ao grupo por não conseguir lidar com as responsabilidades e obrigações que lhes são impostas (estrutura esquizóide). O fenômeno grupal pode desencadear a conduta psicopática normal do adolescente frente a um descontrole pela perda do corpo infantil e também pelo papel infantil que está perdendo, podendo resultar em condutas de desafeto, crueldade, indiferença  e falta de responsabilidade com o objeto.

  1. Necessidade de intelectualizar e fantasiar

Considerados mecanismos defensivos diante de situações de perdas dolorosas, como: renúncia do corpo, ao papel dos pais na infância, bissexualidade que acompanha a identidade infantil enfrentada pelo adolescente como uma situação de fracasso ou impotência frente a realidade externa. Utiliza-se de pensamento para compensar as perdas da infância. Esta fuga de pensamentos permite ao adolescente  encontrar-se , onde acontece um reajuste emocional, em que proporciona um momento para refletir remetendo a grandes reformas no mundo exterior, como idéias de salvar a humanidade, movimentos políticos, entre outros. Neste momento começam o interesse por determinados temas de livros, filmes, escrita de versos, contos o qual possa se identificar e compreender.

  1. As crises religiosas

Caracteriza-se por situações de mudanças frequentes e extremas de ateísmo ou como místico fervoroso. Fase de interrogações (quem é, o que é), marcada por tentativas de soluções da angústia do seu ego na busca de identificações positivas e confronto com a morte (seu próprio ego corporal e perda dos pais). Busca uma saída mágica para essa situação através de uma divindade, frente ao sentimento de impotência absoluta do adolescente.Passar por essas idealizações torna-se necessário a possibilidade de construções de novas e verdadeiras ideologias de vida.

     5 – A deslocalização temporal

        Pode-se dizer que o adolescente vive uma certa deslocação temporal, convertendo o tempo presente e ativo numa tentativa de manejá-lo. Fase de urgências e enormes e postergações irracionais. As modificações biológicas e o crescimento corporal incontroláveis (vividos como fenômeno psicótico e psicotizante do corpo) juntamente com as ansiedades psicóticas geram crises de ambigüidade em suas atitudes que podem ser observadas na dimensão temporal (dificuldades de diferenciar interno-externo, adulto-infantil, presente-passado-futuro). Como defesas, os adolescentes espacializam o tempo, manejando-o como um objeto, como por exemplo: trancar-se em seu quarto. Esses momentos e atitudes de solidão tornam-se necessários para simbolizar que fora possa ficar o tempo passado, futuro e presente (manejáveis). Para o adolescente nessa fase a noção temporal é o tempo vivencial ou experimental (comer, brincar,dormir, estudar) e a medida que vai elaborando seus lutos típicos dessa fase começa a surgir a conceituação do tempo (mortes dos pais, quando era pequeno,quando for grande). A percepção temporal e a capacidade de conceituar o tempo estão diretamente ligadas na busca pela identidade.

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