TCC Crianças Dislexia
Casos: TCC Crianças Dislexia. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicosPor: mkl789 • 24/11/2014 • 9.332 Palavras (38 Páginas) • 661 Visualizações
4 FUNDAMENTAÇAO TEORICA
4.1HISTORICIDADE
De acordo com o autor SELIKOWITZ (2001, p.6) a dificuldade na leitura foi a primeira forma de dificuldade específica de aprendizagem a ser descrita. Em 1878, um médico alemão, Dr. Kussmaul descreveu um homem que era incapaz de ler. O homem possuía inteligência normal e havia recebido uma educação adequada. Dr. Kussmaul denominou esse problema de cegueira da leitura. Nove anos depois o Dr. Berlin outro médico alemão, criou o termo dyslexia (do grego, “dificuldades com as palavras”.)
O primeiro relato na Inglaterra de uma dificuldade específica de aprendizagem foi também de adultos com dificuldades em leitura. Um cirurgião oftalmologista escocês, Dr. James hinshel Wood, publicou um relatório em 1895 e denominou a condição de cegueira da palavra. Sua dissertação proporcionou a primeira descrição de dificuldade específica de leitura em uma criança, um ano mais tarde quando o Dr.Pringle Morgan descreveu um garoto de 14 anos com dificuldade de leitura. O professor do garoto escreveu que [ele] seria o rapaz mais inteligente da escola se as instruções fossem somente orais, mas quando é para passar o pensamento para o papel, aí é que você descobre que a criança é disléxica. É na fase da escrita que o disléxico fica envergonhado com o seu problema.
De acordo com SELIKOWITS (2001, p.8) outras formas específicas de aprendizagem também foram descritas nesse período, mas não foram amplamente reconhecidas até 1939, quando Dr. Alfred Strauss e o Dr. Heinz Werner publicaram sua descrição de crianças com ampla faixa de dificuldades de aprendizagem. Eles enfatizaram a diversidade desses problemas e a importância da observação de cada criança individualmente para avaliar suas necessidades de educação em particular. Foi este trabalho que deu impulso ao estabelecimento e a serviços clínicos e educacionais para crianças com dificuldade específica de aprendizagem, primeiramente nos Estados Unidos e, então, em outras partes do mundo.
Conforme o autor, um marco foi alcançado em 1977, quando a (lei publica 94-142 de atos de educação para todas as crianças deficientes – us office ofeducation), foi instaurada nos Estados Unidos, assegurando os direitos de avaliação adequada e orientação de seus problemas as crianças americanas com dificuldade específica em aprendizagem. Em 1981, a Inglaterra e a Escócia firmaram um Ato educacional que determinava que a criança com dificuldade de todos os tipos de aprendizagem tem direito a avaliação adequada e a assistência conforme em suas necessidades. Onde os professores e orientador estão a cada dia dando mais atenção do que em qualquer época.
Epistemologicamente dislexia é uma alteração nos neurotransmissores cerebrais que impede uma criança de ler e compreender com a mesma facilidade das crianças com a mesma faixa etária. Todo o desenvolvimento da criança é normal, trata-se de um problema de base cognitiva que afeta as habilidades linguísticas associadas a leitura e escrita. (DROUET,2003 p.137).
A dislexia vai emergir nos momentos iniciais da leitura e da escrita, é uma dificuldade específica no processamento da linguagem, para reconhecer, reproduzir, identificar, associar e ordenar os sons e as formas das letras. As causas da dislexia são neurobiológicas e genéticas. A dislexia é herdada, portanto, uma criança disléxica tem um tio, um primo ou o pai que també é disléxico, a incidência difere de acordo com o sexo: para cada três homens disléxicos há apenas uma mulher.
Segundo o autor (SELIKOWITZ,2001,pag 3) para melhor entender a causa da dislexia, é necessário conhecer como funciona o cérebro. Diferentes partes do cérebro exercem funções específicas. A área esquerda do cérebro, por exemplo, está mais diretamente ligada a linguagem; nela foram identificadas três sub-áreas distintas: uma delas processa fonemas, outra analisa palavras e a ultima reconhece palavras. Essas três subdivisões trabalham juntas permitindo que o ser humano aprenda a ler e escrever.
A leitura passa a exigir menos esforços, a medida que a criança adquire habilidade de ler com mais facilidade. Outra parte do seu cérebro passa a se desenvolver; sua função é a de construir uma memória permanente que imediatamente reconheça palavras que lhe são familiares. A medida que a criança progride no aprendizado da leitura, essa parte do cérebro passa a dominar o processo e, consequentemente, a leitura passa a exigir menos esforço.
Considera-se que o cérebro de um disléxico não funciona dessa forma. No processo de leitura, os disléxicos recorrem somente à área cerebral que processa fonemas. A consequência disso é que os disléxicos tem dificuldade em diferenciar fonemas de sílabas, pois sua região cerebral responsável pela análise de palavras permanece inativa.
Apesar da dislexia não ter cura do ponto de vista neurobiológico, várias são as estratégias terapêuticas utilizadas para a aquisição e o desenvolvimento da leitura em nível proficiente. Uma minoria de crianças disléxicas, por causa da gravidade dos sintomas, não atinge a proficiência de leitura mesmo com construção adequada e necessitarão de acomodações/adaptações ao longo da vida. Porém, a grande maioria dos disléxicos responde muito bem ao tratamento, conforme revelado nos estudos de neuroimagem por meio da potencialização da plasticidade cerebral a partir de técnicas de remediação efetivas. É necessário uma equipe de profissionais habilitados e integrados para o diagnóstico e as intervenções necessárias dos déficits apresentados.
Uma coisa é a criança que não quer aprender a ler, outra é a criança que não pode aprender a ler com os métodos pedagógicos tradicionais. Não podemos assumir atitudes reducionistas que afirmam que a dislexia não existe. (FONSECA. 1995 p. 12)
A equipe deve ser especializada e constar de médico (pediatra, neurologista ou psiquiatra), neuropsicólogo, psicólogo, psicopedagogo, fonoaudiólogo e terapeuta ocupacional. Cada profissional contribui para o diagnóstico e o tratamento das necessidades individuais de cada criança. O médico tem o papel de descartar causas orgânicas, diagnosticar e tratar comorbidades (TODA/H, ansiedade, depressão entre outras). O psicólogo por meio da avaliação neuropsicológica quantifica e qualifica o nível de inteligência e demais habilidades necessárias a aprendizagem. O fonoaudiólogo avalia as habilidades auditivas, o nível de desenvolvimento da linguagem oral, da leitura e da escrita.
O psicopedagogo avalia o desempenho acadêmico. O terapeuta ocupacional avalia de forma integrada as habilidades motoras sensoriais.
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