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TRANSTORNO OBSESSIVO COMPULSIVO PELA PERPESCTIVA DA ANÁLISE FUNCIONAL

Por:   •  19/9/2016  •  Trabalho acadêmico  •  1.521 Palavras (7 Páginas)  •  734 Visualizações

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TRANSTORNO OBSESSIVO COMPULSIVO PELA PERPESCTIVA DA ANÁLISE FUNCIONAL.

O Transtorno Obsessivo Compulsivo (TOC) foi relatado pela primeira vez em 1938 por Esquirol, sendo considerada uma doença mental intratável, onde foram observados que os indivíduos apresentavam ideias intrusivas e angustiantes, comportamentos repetidos, realizados de forma compulsiva.

O TOC é mais comum do que se acreditava antigamente, atingindo tanto homens quanto mulheres, podendo ocorrer mais cedo nos homens. Na maioria dos casos o transtorno se inicia na infância ou adolescência. Entretanto, a maioria das pessoas que desenvolve essa doença mostra sintomas por volta dos 30 anos.

O TOC é caracterizado por vários sintomas como a culpa, a auto- reprovação, indecisão, medo, preocupação excessiva e baixa autoestima, desencadeando depressão e fobias, conforme o DSM IV.

A principal característica de uma pessoa que tem TOC é realizar alguma ação repetidas vezes, de forma compulsiva. Isto ocorre devido ao medo que o individuo tem de que algo ruim ocorra no futuro, realizando desta forma um ritual, para evitar o “pior”, mesmo que o individuo nunca tenha presenciado a situação que teme, ficando apreensivo e temoroso, apenas com o pensamento de algum risco. Este temor pode ser demonstrado pela obsessão de algum pensamento ou a compulsão de alguma atividade (podendo ter um dos sintomas ou os dois juntos).

É um transtorno de ansiedade em que as pessoas apresentam pensamentos, sentimentos, ideias, sensações (obsessões) ou comportamentos repetidos e indesejados que fazem elas se sentirem forçadas a fazer alguma coisa (compulsões).

Geralmente a pessoa precisa efetivar a ação para se livrar dos pensamentos obsessivos o que só traz alívio temporário. Caso não realize as ações mandatórias do pensamento, pode sentir um alto nível de stress e ansiedade.

Os principais sintomas são:

  • Obsessões ou compulsões que não são causadas por uma doença ou pelo uso de drogas.
  • Obsessões ou compulsões que causam angústia intensa ou interferem na vida diária.

Existem muitos tipos de obsessões e compulsões. Um exemplo é o medo excessivo de germes e a compulsão de lavar as mãos repetidamente para evitar infecções.

Para exemplificar o quadro de uma pessoa com TOC, podemos usar cenas do filme “Melhor é impossível”.

O personagem principal Melvin (Jack Nicholson) possui um quadro de TOC (Transtorno Obsessivo Compulsivo), onde durante o filme, demonstra manias com a limpeza, assimetria dos objetos e repetições das ações.

Em uma das primeiras cenas do filme, Melvin ao entrar em seu apartamento, repete sucessivamente a mesma ação ao trancar a porta. O personagem fecha e a abre cada fechadura cinco vezes.

De acordo com a Teoria Funcional, este comportamento é estudado com base na Tríplice Contingencia, onde temos o Evento Antecedente (medo de deixar a porta aberta e que algum mal lhe ocorra), O comportamento (fechar e abrir cada fechadura cinco vezes) e o Evento Consequente (garantia de que a porta está fechada e nada mal irá lhe ocorrer).

Outro exemplo é a cena onde Melvin e Carol (Helen Hunt) andam pela rua durante a madrugada. Melvin desvia da faixa de pedestre, andando apenas nos locais onde não tenha faixas ou rachaduras.

Evento Antecedente (Pisar em rachaduras ou qualquer tipo de faixa, pode lhe ocasionar algum mal) Comportamento (Desviar de rachaduras e faixas) Evento consequente (nada de mal lhe ocorreu).

O estudo é feito desta forma, para podermos entender o motivo de um determinado comportamento, sendo necessário entender o contexto em que ocorreu ou ocorre o fato (Evento Antecedente), qual comportamento o sujeito realiza, com base no contexto em que vive (O comportamento) e qual é o reforçador, para que este comportamento seja extinto (Evento consequente).

A pessoa geralmente reconhece que o seu comportamento é excessivo ou irracional, mas não consegue se livrar da ansiedade causada pelo não cumprimento dos transtornos obsessivos.

Os familiares das pessoas com TOC não sabem ao certo como lidar com a situação e com as compulsões apresentadas. Há casos em que a família acaba reforçando esse aspecto negativamente, fazendo com que ele continue com os mesmo pensamentos, porém, mais dependente da família e cada vez mais mergulhado em seus pensamentos ideias transtornadas.

A família também se desgasta junto com o portador do TOC, pois são diretamente ligados às manias compulsivas do seu ente querido, sabendo que isso traz sofrimento para ele e que de certa forma, nada pode ser feito até que ele se sinta preparado para pedir ajuda. Para este sistema de relações, damos o nome de “Acomodação Familiar”.

Além da dificuldade da relação com a sua família, a pessoa com TOC, desenvolve problemas de relacionamento como um todo, ocasionando o isolamento do individuo.

Para que ocorra a reversão deste quadro, é preciso o auxilio do psicólogo, que orientará a família, a como lidar com o paciente.

Sem este auxilio, os familiares tendem a agir de maneira natural, intuitiva, inconsciente e emocional, sendo adequadas, ações planejadas, sistemáticas e avaliadas. Quando isto não ocorre, os familiares reforçam de maneira inadequada os comportamentos do individuo, deixando por ora de responder o chamado da pessoa, ou respondendo rapidamente para se livrar do desconforto, caracterizando desta forma o comportamento de fuga e esquiva.

Somente com a  terapia, o paciente poderá vivenciar mais momentos com qualidade de vida, o que não acontece quando está transtornado.

O primeiro passo é educar a família e o paciente sobre do tratamento do TOC (Psicoeducação). Com o conhecimento de ambas as partes, são informados os tipos de tratamentos, utilizados para o tratamento do transtorno: psicoterapia cognitivo comportamental  (CBT) e o uso da medicação por meio de um inibidor de reabsorção de serotonina (SRI).

No setting terapêutico, os sintomas do TOC são interpretados como uma ansiedade caracterizada pelo comportamento do paciente. Tal resposta é entendida como uma condição emocional complexa e aversiva condicionada. Isto se dá, devido ao emparelhamento de estímulos, assim, os estímulos aversivos são emparelhados a outros estímulos específicos, estes não geram respostas de ansiedade, no entanto, os estímulos condicionados tornam-se eliciadores que produzem as respostas de ansiedade.

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