Teoria e clínica psicanalítica e sua especificidade

Universidade Presidente Antonio Carlos - UNIPACTO

Componentes: Alice Santana, Ana Brandão,  Deuzilene  Costa,  Eliete Batista  Gusmão, Lorena Pedroso de Matos Oliveira

 4º ano de Psicologia

Teoria e clínica psicanalítica e sua especificidade

    A psicanalise criada por Sigmund Freud na passagem do século dezenove para o século vinte, é uma obra que tem um pensamento distante, do campo da medicina e da ciência, trata questões específicas do psiquismo a partir de  conceitos do inconsciente, sexualidade e pulsão. A prática psicanalítica é feita através da palavra. Freud coloca os processos misteriosos do psiquismo, suas regiões obscuras, isto é, as fantasias, os sonhos, os esquecimentos, a interioridade do homem, como problemas científicos. E então cria a psicanálise. Freud afirma que ao construir sua teoria ele não pretendia formar convicções, mas estimular pensamentos e derrubar preconceitos.

 Iniciou com o hipnotismo para fazer com que os pacientes reproduzissem as situações traumáticas de acordo com os sintomas de cada paciente. Mais tarde, percebeu que a hipnose não seria necessária, que simplesmente a recordação por meio de sugestão seria eficaz para eliminar ou alterar os sintomas.

Posteriormente Freud chegou ao método psicanalítico propriamente dito e orientou seus pacientes a falar o que viessem à mente, mesmo que parecesse sem importância, que não tivesse nenhuma relação com o problema, esta é a regra fundamental da Psicanálise “Associação Livre”, que Freud apresenta a cada paciente e que o paciente deve colaborar.

A Psicanálise distancia e diferencia das demais ciências conhecidas porque, mesmo tendo sido construída com bases científicas, a Psicanálise não trabalha com a matéria e sim com a Psique.

     A psicanálise enquanto teoria, se caracteriza por um conjunto de conhecimentos sistematizados sobre o funcionamento da vida psíquica. Freud durante toda a sua vida publicou grandes obras falando de suas descobertas e formulando leis gerais sobre a estrutura e o funcionamento da psique humana. A psicanálise sofreu reformulações ao longo da vida e obra de Freud, isso graças ao impasses que Freud percebia pela experiência analítica.

     A psicanalise como método investigativo, e caracterizada através do método de interpretação, em que busca desvendar os significados ocultos daquilo que e manifestado através de ações e palavras, ou pelas produções imaginarias, como os sonhos, os delírios, as associações livres, os atos falhos. A prática profissional se refere a forma de tratamento – a analise o autoconhecimento ou a cura, que ocorre por meio desse processo de investigação. Grande parte dessa produção feita por Freud foi baseada, em experiências pessoais, transcritas com rigor em várias de suas obras, como: A interpretação dos sonhos e a psicologia da vida cotidiana, entre outras.

     Compreender a psicanálise significa, também percorrer no nível pessoal a experiência inaugural de Freud e buscar “descobrir” as regiões obscuras da vida psíquica. Vencendo as resistências interiores, pois se ela foi realizada por Freud “não é uma aquisição definitiva da humanidade, mas tem que ser de novo realizada por cada paciente e por cada psicanalista” (MEZAN, Renato. Freud: a trama dos conceitos, São Paulo: perspectiva 1958).

       A principal característica da psicanálise  é o deciframento do inconsciente e a integração dos seus conteúdos na consciência, isso por que são esses conteúdos disconhecidos e inconscientes que determinam em grande parte a conduta das pessoas e dos grupos, as dificuldades para viver, o mal estar, o sofrimento.

      O método psicanalítico para desvendar o real, compreender o sintoma individual ou social e suas determinações é o método interpretativo. No caso da análise individual, o analista tenta utilizar os sonhos, as associações livres, os atos falhos. Seja qual for o caminho percorrido, para acessar o inconsciente, o que vale é a história pessoal. As palavras, os símbolos tem um significado diferente para cada indivíduo e seus fenômenos

      A psicanálise tem conceitos, métodos e objetivos próprios, é uma obra que tem pensamentos distantes do campo da medicina  e da ciência, trata de questões específicas do psiquismo. A psicanálise considera o psiquismo humano como reservatório de desejos e pulsões do sujeito.

        A psicanálise, foi criada com o objetivo claro de construir uma psicologia dinâmica, suscetível de explorar a personalidade profunda do homem e seus fenômenos inconscientes por um método interpretativo próprio

        A originalidade da psicanálise é ter mostrado que o homem não sabe jamais o que diz quando fala. Além de afirmar-se como descrição e o estudo científico de alguns objetos e fenômenos (a teoria da ênfase e da doença mental), também é portadora de uma teoria geral do homem na medida, que além de explorar suas descrições objetivas e funda uma psicologia a partir da doença mental. E ainda constrói uma revolução na idéia que o homem faz de si mesmo e de sua situação no mundo. Caracterizando-o:

• Pela existência de um sentido inconsciente de seus atos.
• Por sua possibilidade relativamente as pulsões inconscientes.
• Por suas dependências em relação a infância.
• Pela predominância da afetividade que domina e condiciona sua demais

Potencialidade.

O texto Freudiano ( Freud 1912 / 1996), afirma a indissociabilidade entre pesquisa e tratamento inseparável.  A oposição entre a pureza das formulações teóricas e a impureza da pratica clinica mostra-se, portanto insustentável para a psicanálise. Ou seja, a experiência psicanalítica dispõe os alicerces para a pesquisa em psicanálise, fornecendo os subsídios para a teoria. Os procedimentos psicanalíticos tem na clínica sua principal referência de apoio. Dessa forma o objeto da psicanálise que é o inconsciente, somente pode ser apreendido através do campo da experiência analítica.

A psicanálise não se identifica com um exercício virtuoso de uma técnica (Birman 1994 p27), na medida em que apresenta uma grande variação, e isso exige sempre uma partida do zero. As vezes os pilares da teoria técnica analítica, associação livre e excuta flutuante, indicam praticamente ausência de procedimentos. Por outro lado, temos que considerar que o método psicanalítico, ao contrário do que as vezes parece, pelo que é falada da ausência de procedimentos, se apoia exatamente na fala (associação livre) e da escuta (flutuante) e regula pelo impacto transferencial. Essa rigorosidade faz com que haja um deslocamento do lugar do saber (que está sempre com aquele que fala ainda que ele não saiba nada sobre isso), portanto, numa dependência do que se produz como saber teórico ao que se coloca como saber daquele que fala (ou seja a própria experiência do inconsciente) segundo Rosa (2004),