Trabalho Psicodinamica Caso Clinico
Por: Crist2017 • 27/11/2016 • Seminário • 2.191 Palavras (9 Páginas) • 352 Visualizações
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Acadêmicos: Carlos Cesar Rosa
Data: 21/09/2016
Professora:
Disciplina: Psicopatologia Geral II
Estudo de Caso
SOBRE O CASO ABAIXO :
- APONTE O DIAGNÓSTICO DESCRITIVO
- CONSTRUA O DIAGNÓSTICO PSICODINÂMICO ( Fatores ambientais e biológicos envolvidos no quadro, conflito, pontos de fixação, angústia predominante, mecanismos de defesa, tipo de relação objetal)
Maria é uma menina de 9 anos, de família de nível socioeconômico baixo, que encontra-se cursando a 3ª série do Ensino Fundamental. Foi encaminhada para avaliação pelo Conselho Tutelar devido a suspeita de abuso sexual e físico. A impressão transmitida é de uma menina bastante pequena para a idade, calada, que olha muito pouco para o interlocutor, apesar de se mostrar muito atenta a este, numa postura desconfiada. Apresenta poucas demonstrações afetivas, fala em tom baixo e ritmo bem lento. Na Hora de Jogo custa a se interessar por algo, demora na escolha dos brinquedos e a iniciar uma atividade lúdica. Sempre deixa a terapeuta de fora, quando esta tenta participar Maria guarda precipitadamente o brinquedo e diz que não quer mais “brincar disso”. A avó paterna, com quem Maria reside, relata que ela “não gosta de carinho”, nem de abraçar e beijar, dificilmente sorri, não demonstrando nenhum vínculo especial por ninguém. A socialização da paciente é difícil, não tem amigos e geralmente responde agressivamente quando chegam perto dela. Gosta de ir à pracinha, mas quando uma criança chega perto ela sai, dizendo não querer brincar mais. Maria freqüenta creche desde bebê e entrou na escola com seis anos, apresentando adaptação razoável, contudo ocorreram diversas reclamações da escola a respeito de brigas e dificuldades de aprendizagem. Apesar de demonstrar desenvolvimento intelectivo médio, conseguindo aprovações escolares, apresenta dificuldades na escola, onde desafia e briga com professores e colegas. Maria se nega até hoje a trabalhar em grupo, em laboratórios, aula de educação física ou brincadeiras em sala de aula, mostrando irritação e se isolando dos demais, até na hora do recreio. Quando é contrariada, ou reage agressivamente, fechando os materiais e não querendo mais fazer nenhuma atividade, ou age como se os outros não existissem. A professora referiu ainda que ela se mostra desatenta na aula, fica fazendo desenhos no caderno e em mais de uma oportunidade estava escrevendo cartinhas carinhosas para a mãe. Sua história de vida aponta para várias dificuldades desde o nascimento, sendo que tanto seu pai como sua mãe eram dependentes de substâncias. A anamnese aponta para um desenvolvimento motor normal, mas aquisição tardia da fala. A avó a descreve como um bebê que a mãe “esquecia no carrinho, ou dormia a maior parte do tempo ou chorava sem parar”. A menina passou por uma alternância e instabilidade quanto aos cuidadores, pois desde o nascimento era deixada ora com a mãe, ora com o pai ou com a avó. A mãe tinha comportamento sexual promíscuo, separou-se do pai, levou Maria com ela e a expôs a vários parceiros que teve. Segundo uma vizinha que delatou ao Conselho Tutelar, com quatro anos Maria assistia cenas de sexo da mãe com o parceiro, além de ser constantemente espancada pelos mesmos. Maria contou então para a avó que o padrasto “mandava mexer nas partes dele”, caso contrário a surrava. A avó retirou Maria de junto da mãe e entrou com processo de guarda, sendo que até o momento a menina reside com ela, que se mostra interessada e carinhosa, contudo é fragilizada por um quadro de dificuldade respiratória crônica. A mãe sempre negou o abuso, dizendo que era “invenção” da menina. Nessa época a menina detalhava o ato sexual e os órgãos sexuais em suas brincadeiras e se masturbava constantemente; algumas vezes colocava uma “barriga de mentira” feita de panos, dizendo que queria ser mãe. Quando Maria tinha 7 anos, a mãe faleceu devido a AIDS, o que, segundo a avó, parece ter deixado a menina mais arredia e brava. A aplicação do Teste de Fábulas apontou que a menina sente-se responsável pelo abuso sofrido e pelo falecimento da mãe.
Dados de Identificação
Nome: Maria Idade: 09 anos
Nível de Instrução: 3° ano ensino fundamental
Nível socioeconômico: Baixo
Queixa Inicial
Fora encaminhada para avaliação pelo conselho tutelar, devido à suspeita de abuso sexual e físico. Não gosta de carinho, não demonstra vínculo especial com ninguém. Socialização difícil geralmente responde agressivamente a tentativas de contato. Dificuldades de aprendizagem, opositora, isolamento, falta de atenção na escola.
Impressão inicial transmitida
Maria é uma criança de estatura bastante pequena para a idade, Quase não olhando para o interlocutor, falando em tom baixo e ritmo lento. Bastante atenta ao entrevistador, porem com postura desconfiada, apresentando poucas demonstrações afetivas.
Histórico de vida:
Atual:Maria tem 9 anos, fora encaminhada pelo conselho tutelar devido à suspeita de abuso sexual e físico. Apresenta poucas demonstrações afetivas, fala em tom baixo e ritmo lento, durante o atendimento custa a se interessar por algo, na hora do jogo, demora na escolha dos brinquedos e a iniciar atividades. Demonstra desconfiança, prefere o isolamento, deixa o terapeuta de fora. Não gosta de vínculos. Apresenta nível intelectivo médio, mas tem dificuldades de aprendizagem desde a entrada na escola. Com reclamações de desatenção, agressividade, irritabilidade, socialização difícil. Se nega a trabalhar em grupo. Reside com a avó paterna.
História Pregressa: frequenta creche desde bebê e entrou na escola com seis anos, com adaptação razoável, porém com diversas reclamações da escola a respeito de brigas e problemas de aprendizagem. Desafia e briga com colegas e professores, se negando a trabalhar em grupos, demonstrando irritação e se isolando dos demais. Reage agressivamente quando contrariada, ou age como se os outros não existissem. Se mostra desatenta na aula, fica fazendo desenhos, e em várias oportunidades ficava escrevendo cartinhas carinhosas para a mãe. Passou por várias dificuldades desde o nascimento, Pai e mãe dependentes químicos, foi negligenciada pelos mesmos, passou por uma alternância e instabilidade quanto aos cuidadores deixada ora com a mãe, ora com o pai, ou a avó. Passou por separação dos pais. Mãe com comportamento sexual promíscuo, a expondo a vários parceiros que teve, com quatro anos assistia cenas de sexo com o parceiro da mãe, era espancada constantemente pelos mesmos. Relatou a avó que fora abusada sexualmente pelo padrasto sob ameaça de surra. Passou a morar com a avó que se mostra interessada e carinhosa, com quem reside atualmente. A mãe sempre negou o abuso, alegando invenção da menina. Nessa época a menina detalhava o ato sexual, e os órgãos sexuais em suas brincadeiras, e se masturbava constantemente. Perdeu a mãe com sete anos devido a AIDS, o que segundo a avó parece ter deixado a menina mais arredia e brava. A aplicação de teste de fábulas apontou que a menina sente-se responsável pelo abuso sofrido, e pelo falecimento da mãe.
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