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Uma Abordagem Psicossociológica da Violência

Por:   •  16/4/2016  •  Resenha  •  1.300 Palavras (6 Páginas)  •  429 Visualizações

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Uma Abordagem Psicossociológica da Violência

Agressão e violência constituem fenômenos psicossociais de singular relevância e sua ocorrência não parece sofrer a menor atenuação com o passar dos anos. Como bem diz Tarcisio Padilha (1970), “a violência é contemporânea do homem”. Filósofos, cientistas políticos, sociólogos e psicólogos têm-se dedicado ao estudo do comportamento agressivo e violento entre os homens, mas resultados desanimadores têm sido obtidos no que concerne à prescrição de meios capazes de evitar, ou ao menos diminuir, a agressividade humana. Não obstante as espetaculares conquistas da ciência e da tecnologia modernas, os homens vivem ainda sob o espectro da destruição total. Os meios de comunicação são copiosos em ilustrações de violência as quais, convém ressaltar, suscitam especial curiosidade e até mesmo atração nas pessoas atingidas por tais meios. Manchetes nos jornais, filmes no cinema e na televisão, fotografias nas revistas semanais, programas no rádio, e o próprio noticiário mundial exibem quotidianamente cenas de agressão e violência que nada ficam a dever às atrocidades perpetradas pelos primeiros povos de que nos fala a história da civilização. Crianças, adolescentes e adultos encontram nestes relatos motivo de diversão por vezes, como no caso de filmes. Seja qual for à motivação subjacente, o fato facilmente observável é a freqüência de exposição a situações de violência e agressão a que estamos sujeitos em nossos dias. O fenômeno é de suficiente relevância de forma a merecer dos psicólogos em geral, e do psicólogo social em particular, especial atenção. Espera-se que o desenvolvimento da psicologia possa vir a trazer contribuições indispensáveis à diminuição dos atos de violência entre os homens.

A oportuna advertência de Ross Stanger de que as ciências físicas atingiram um estado de desenvolvimento que agora todos os homens podem morrer juntos, e que cabe às ciências sociais atingirem um estado de desenvolvimento de forma que todos os homens possam viver juntos ,bem nos mostra a responsabilidade atribuída aos cientistas sociais na descoberta de meios capazes de sopitar os comportamentos agressivos entre os seres humanos.

Para que a psicologia possa vir a beneficiar a humanidade evitando uma total destruição do homem pelo homem, fazem-se necessário que se estudem as possíveis causas do comportamento agressivo, os fatores situacionais que propiciam seu desencadeamento, e as maneiras eficazes de inibirem-se atos de violência.

Faz-se necessário definirmos agressão e estudarmos a origem do comportamento agressivo, para que possamos entender a violência que assola nosso mundo.

Uma definição de agressão aceitável poderia ser a que considera a agressão como sendo qualquer comportamento cuja finalidade é causar dano a outrem. Esta definição se aplica a fenômenos de interação social onde uma pessoa exibe determinado comportamento e este comportamento tem conseqüências nocivas para uma ou mais pessoas. Nessa definição surge um impasse que é importante esclarecer: um soldado numa guerra ou um carrasco onde existe a pena de morte, apresenta um comportamento agressivo do ponto de vista social? Não há dúvida de que seus atos são intencionalmente dirigidos à perpetração de um dano a outra pessoa, acontece, porém, que eles o exibem em obediência a ordens superiores. Precisamos estabelecer o grau de causalidade pessoal que está contido nos comportamentos descritos acima para sabermos se podemos considerá-lo um comportamento agressivo ou não. Se um soldado vai para a guerra apenas por dever cívico ou medo das conseqüências de sua recusa, e pratica atos de guerra apenas em cumprimento a um papel que lhe foi imposto por pessoas de maior poder, então seus atos causadores de dano, serão destituídos de causalidade pessoal e não seriam considerados agressivos pela definição que foi exposta acima; se, porém existe uma parcela de causalidade pessoal, quer no comportamento do soldado numa guerra, de um policial no combate ao crime, ou no carrasco ao aceitar um emprego que poderia substituir por outro sem problemas, embora obedeça à imposição de um papel que é atribuído ao agente, são considerados comportamentos agressivos. O soldado que defende sua pátria numa guerra justa, o policial que ataca um criminoso para proteger-se a si ou ao outro, uma pessoa que mata em legítima defesa, todos esses são comportamentos agressivos, embora socialmente aceitos.

Tanto psicólogos como filósofos admitiram a natureza puramente instintiva da agressão, entre eles, Freud e McDougall. Para eles existe nos homens uma agressividade inata que constantemente os instiga a comportamentos agressivos, mas existem também outras forças que contrabalançam essas forças agressivas. Também Konrad Lorenz(1966) defende uma posição instintivista do comportamento agressivo. Para ele o instinto agressivo é condição indispensável para o próprio progresso, para a proteção de si mesmo e precisa ser descarregado para o próprio beneficio da pessoa e da humanidade.

Parece mais plausível a posição de que o comportamento agressivo é fruto de aprendizagem e de fatores situacionais desencadeantes. A educação dada pelos pais desempenha papel relevante na formação de uma personalidade mais ou menos agressiva e fatores situacionais funcionam como desencadeantes de comportamentos agressivos.

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