Velhice no Séc XXI
Por: Nina Andrade • 4/12/2015 • Artigo • 2.326 Palavras (10 Páginas) • 538 Visualizações
Faculdade Frassinetti do Recife – FAFIRE
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Desenvolvimento Humano III: Adultez e Velhice
“O idoso no século XXI: a nova visão do desenvolvimento na velhice”
Alunas: Ivy Chivers
Manuela Belém
Nina Maria
Período/Sala: 6° B
Recife
2015
- INTRODUÇÃO
No último estágio do desenvolvimento humano encontra-se a velhice, etapa a qual vem carregando uma bagagem de muitas histórias, aprendizados e experiências. Buscar compreender a velhice não se resume a uma simples tarefa, é preciso se desprender de todo um estigma e preconceito que envolve essa fase, para assim entender todo o processo do envelhecer. Como o mundo se encontra em constante mudança numa velocidade consideravelmente acelerada, é normal que os conceitos e costumes das fases da vida acompanhem essas mudanças e sofram relevantes transformações.
O conceito do envelhecimento no século XX (que não está tão distante assim), já começa a ser ultrapassado para se aplicar no século XXI, o qual vivemos. Para um melhor entendimento sobre o que se passa atualmente, é preciso ter uma noção de como essa pessoa era vista no passado e assim fazer uma análise de como suas questões psíquicas, orgânicas, psicológicas e sociológicas vem sendo interpretadas nos dias atuais.
É importante ressaltar, que o mundo o qual pertencemos também precisa se ajustar para fazer uma boa recepção à essas pessoas que buscam estar sempre se adaptando as novas exigências da sociedade, para assim caminharmos para uma interação positiva entres as gerações existentes no mundo atual.
- Objetivos
2.1 Geral:
- Apresentar as questões do processo de envelhecimento diante das transformações da atualidade.
2.2. Específicos:
- Conhecer o histórico do envelhecimento do século passado e apresentar as mudanças do século XXI
- Entender as questões orgânicas, psicológicas e sociológicas do envelhecimento.
- Analisar a passagem da velhice nos tempos modernos.
- REVISÃO DE LITERATURA
3.1 A história da velhice: Um breve percurso histórico
Por não possuir dados precisos no início da história para a definição da velhice, este estudo torna-se complicado para historiadores. Devido as grandes dificuldades e sofrimentos na antiguidade, a velhice se iniciava cedo e poucos conseguiam atingir uma idade avançada.
Na idade média com a chegada do cristianismo e do feudalismo, o velho que não pertencia a camada dos senhores feudais não era valorizado tendo uma vida difícil. Salvo os bem-nascidos que podiam usufruir de atividades intelectuais e não precisavam praticar trabalhos manuais. Os senhores feudais eram respeitados pelos mais jovens, sendo neste momento valorizado pela sua idade e experiência. Como relata Silva (1997, p.29) "Existia na sociedade da idade Média uma identidade entre o poder patriarcal e o poder das estruturas monásticas, e os jovens obedeciam e respeitavam os mais velhos, como obedeciam a Deus".
Com a chegada da burguesia e o surgimento das áreas comerciais e urbanas, os velhos que haviam adquirido riquezas eram reverenciados por todos. A decadência do corpo nesse momento torna-se algo desvalorizado e repudiado pela sociedade. No renascimento a beleza e o vigor eram exaltados, e assim a velhice principalmente para as mulheres era visto com desprezo e muitas vezes eram comparadas a bruxas.
Por volta do sec XVIII hospitais e asilos foram criados para acolher pobres, doentes e os velhos abandonados. Neste momento a velhice ainda se iniciava cedo. Os patriarcas tornam-se referencias de sucesso familiar, passando a ser valorizados. Essa imagem segue entre os sec XIX e XX. Segundo Silva (1997, p.32):
No Brasil, Gilberto Freire já havia constatado que mesmo na época do declínio do patriarcalismo brasileiro (segundo Reinaldo), quando os velhos começam a perder seu poder e os mocos iniciaram sua escalada no espaço social e político, a figura do velho patriarca ainda era um modelo a ser seguido. Para serem respeitado, os jovens médicos e advogados imitavam os velhos e disfarçavam ao máximo sua mocidade.
Com a modernização das sociedades a velhice passa a tomar lugar de destaque nas culturas ocidentais. O crescente desenvolver social e as novas possibilidades que surgem no séc. XIX e início do XX com a industrialização a possibilidade de uma vida mais saudável se torna possível a todos. Juntamente com isso os saberes médicos crescentes oferecem maior longevidade independente de classe social. Citado por Silva (2008) Blaikie (1999); Debert (1999); Katz, (1995, 1996) defendem também esses estudos que provavelmente teria ocorrido uma transição de uma cultura cuja forma de organização não designava função relevante à idade cronológica, para outra em que a idade passou a ser um fator fundamental para a distinção social, destacando-se como categoria e como modelo de identidade para os sujeitos.
3.2 O envelhecimento populacional no Sec XX versus XXI: longevidade do velho nos tempos atuais
A história da velhice vem evoluindo ao longo dos tempos de acordo com os fatores sociais e culturais. No ocidente historicamente as faixas etárias vem sofrendo modificações de acordo com o desenvolvimento e ordenamento social em curso na era moderna. De acordo com Hareven (1995), citado por Silva (2008) até o início do século XIX fatores demográficos, sociais e culturais combinavam-se de tal modo que as sociedades pré-industriais não procediam à separação nítida ou a especializações funcionais para cada idade. A diversidade de idades entre as crianças de uma mesma família, a ausência da regulamentação de um tempo específico para o trabalho e a coabitação de famílias extensas são apenas alguns dos fatores que, em conjunto, não favoreciam a fragmentação do curso da vida em etapas determinadas. Com a organização social e cultural que traziam as definições em sociedade é que o envelhecimento passa a ter uma nova perspectiva.
A partir do momento que o corpo velho passa a ser objeto de estudo da medicina, as possibilidades do envelhecimento saudável tornam-se possível. Surgindo assim a Geriatria, o saber médico do corpo envelhecido. A partir de então, a medicina moderna reconstrói o corpo com base na anatomia patológica, buscando o micro nível dos tecidos e das células para explicar o processo de degeneração do corpo, relata Silva (1999).
Assim com esse desenvolvimento histórico e social da velhice emergem novos conceitos e novas possibilidades do envelhecer na atualidade. O velho do século XX, não correspondem mais ao do século XXI e suas diferenciações ocorrem continuamente ainda pela possibilidade da crescente evolução da medicina.
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