A GRAVIDEZ NA ADOLESCÊNCIA
Por: valdirene70 • 29/7/2015 • Projeto de pesquisa • 1.917 Palavras (8 Páginas) • 224 Visualizações
2.5 GRAVIDEZ NA ADOLESCÊNCIA
Uma das grandes preocupações atuais é com a gravidez na adolescência. E não é para menos, a incidência de gravidez na adolescência vem se mantendo e até crescendo nestes últimos anos.
Nas últimas décadas tem se observado no Brasil um significativo aumento da fecundidade no grupo de 15 a 19 anos.
De acordo com o MANUAL DE ORIENTAÇÃO SAÚDE DA ADOLESCENTE, 2001, p. 58, este fenômeno não é tipicamente brasileiro, ou de países em desenvolvimento, tendo sido detectado, simultaneamente, em países europeus e também nos Estados Unidos. Em nosso país, o fenômeno tem acontecido de modo diversificado, sendo mais marcado em algumas regiões e alguns grupos sociais, principalmente os mais pobres e menos educados.
De acordo com Suplicy, (1996);
Ao mesmo tempo em que anticoncepcionais, multiplica o índice de nascimentos, associados à gravidez precoce, de meninas menores de 20 anos. em 1976, de cada 100 crianças nascidas no país, 11% eram filhos de mães adolescentes. Em 1994, 17% tinham essa origem.
Para (SUPLICY, 1996, p. 25), são muitas as causas relacionadas à freqüência da gravidez na adolescência. Entre aquelas consideradas mais discutidas na literatura estão: maturação sexual precoce, início da vida sexualmente cedo, pouco conhecimento e uso de métodos contraceptivos, retardo de idade ao casamento, fragilidade da tutela familiar e processo acelerado de urbanização, com mudanças significativas no estilo de vida.
Entretanto, é necessário muita reflexão para se entender os motivos que levam uma menina a engravidar. Antes de mais nada, é bom saber que muitas meninas engravidam porque o desejam, porque alimentam um sonho de que estarão se realizando sendo mães, porque acreditam que é isso que o namorado quer, porque querem ser vistas como adultas, etc. Aliás, não podemos em hipótese alguma desprezar as mensagens que são passadas pela nossa cultura. Apesar de todas as mudanças ocorridas nos últimos anos, ainda faz parte da socialização de qualquer menina que seu grande valor está numa maternidade futura.
Mesmo nos dias de hoje, o papel de mãe não se vê ameaçado: ao contrário, é amplamente valorizado e desejado. E a maioria das pessoas sabe que as informações interiorizadas e legitimadas na infância são as mais fortes devido ao alto grau de emoção que existe na relação pais / mães e filhos /as.
Segundo o (PROJETO AMOR À VIDA,1997,P. 25), diz que:
É vidente que uma gravidez na adolescência vai limitar a vida de uma menina, trazer conflitos como pai da criança e com as famílias dos dois. Instaurado o conflito, como é que ficam as mensagens que ela recebeu durante toda sua vida (que um /a filho/ a é sempre uma bênção, é o fruto do amor de duas pessoas, etc.)? E as histórias de amor que ela sempre adorou ler?
Essas histórias de amor, veiculadas há anos em revistas, não raros terminam em casamento ou em uma união, e toda dificuldade de relacionamento entre os protagonistas da história vira cinzas ante uma gravidez, dando um gancho para um final feliz. Só que, na vida real, o conto de fadas fica distante, a menina vai ser acusada de ter planejado essa gravidez para arrumar um marido, vai ser culpabilizada por sua irresponsabilidade e por ter destruído seu projeto de vida e de sua família.
Para Duarte (2002,p. 119).
A gravidez na adolescência é um desafio social e não um problema exclusivo da adolescente que normalmente, fica muito sozinha nesse período, pois o companheiro, também adolescente, assustado, às vezes se afasta: os pais, defensores da moral vigente, esbravejam, agridem e levam a jovem a depressão. É preciso entender que a adolescente não pode de jeito nenhum, assumir risco social algum, ou uma gravidez não planejada.
A gravidez na adolescência significa uma rápida passagem da situação de filha para mãe, numa transição abrupta do seu papel de mulher ainda em formação para o de mulher – mãe. Nesse sentido, é um desafio que merece preocupação redobrada e reflexão contínua da sociedade como um todo.
2.6 O PAPEL DA ESCOLA NA ORIENTAÇÃO DA SEXUALIDADE DA ADOLESCENTE.
Um grande número de pais acredita que a educação sexual seja sentar-se e dar uma aula sobre anatomia ou fazer um discurso sobre os perigos do sexo (SUPLICY, 1999, p. 51).
A família, muitas vezes, não consegue conversar com seus filhos sobre assuntos polêmicos (drogas, aids, abortamento, união civil entre homossexuais etc), espera-se que essa tarefa seja feita pela Escola, que procura acrescentar tais temas ao seu trabalho pedagógico. (BRASIL,1998).
Não é demais lembrar que um dos papéis fundamentais da Escola é transmitir E aprimorar a cultura da sociedade e além de capacitar as pessoas para serem cidadãs, com deveres e direitos.
Segundo (PARÂMETROS CURRICULARES NACIONAIS,1997, p. 121):
Cabe a escola abordar os diversos pontos de vista, valores e crenças existentes na sociedade para auxiliar o aluno a encontrar um ponto de auto-referência por meio da reflexão. Nesse sentido, o trabalho realizado pela escola, denominado aqui de orientação sexual, não substitui nem concorre com a função da família, mas antes a complementa. Constitui um processo formal e sistematizado que acontece dentro da instituição escolar, exige planejamento e propõe uma intervenção por parte dos profissionais da educação.
O trabalho de orientação educacional tem como característica o contato direto com os alunos, acompanhando tanto questões de aproveitamento como de relacionamento em sala de aula. Este contato entre alunos e orientadores evidenciou a necessidade de se trabalhar as questões sexuais presentes nas brincadeiras, que na verdade mostravam uma inquietação e uma necessidade de reflexão.
Egypto (2003, p. 60) diz que:
Fica claro que o caminho é o diálogo, e que questões que enfoquem vão além do conhecimento proposto pelo currículo comum. Dessa forma, o trabalho de orientação educacional se tornou a ponte entre o adolescente e a escola, criando um vinculo de confiança e de abertura para o diálogo.
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