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A Humilhação Social

Por:   •  17/8/2015  •  Trabalho acadêmico  •  3.442 Palavras (14 Páginas)  •  175 Visualizações

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  1. HUMILHAÇÃO SOCIAL

A humilhação social apresenta um grande problema político bem como psicológico, pois estes dois fatores contribuem diretamente para situações de constrangimento que cidadãos trabalhadores passam em sua vida cotidiana. Após o capitalismo, a desigualdade social tornou a sociedade cada vez mais evidente e se sobrepõe diante de uma divisão de classes que se apresenta em forma de constrangimento e humilhação da classe social desfavorecida economicamente.

Essa desigualdade se manifesta nas mais diversas situações no cotidiano de cada um. A humilhação da início, desde não se poder ter um teto para se morar e vai até a relação empregador e empregado que tem a submissão e a humilhação uma relação desigual e constrangedora. Este é o regime capitalista adotado na maioria dos países cujo principal objetivo é o acumulo de bens através da desigualdade de classes onde o empregador detém o poder pela sua oferta de emprego e empregado pela sua dependência deste emprego se sujeita a angustia de ser explorado e humilhado.

A humilhação Social é produto da historia da desigualdade de classes. Numa sociedade capitalista, a desigualdade Social é consequência dos interesses econômicos, onde tudo gira em torno do dinheiro. Isso corrompe relações humanas tais como amor, caráter e principalmente respeito.

A humilhação não parte apenas das relações empregador-empregado, existem também situações em que as próprias pessoas se envergonham quando entram em um restaurante de classe social elevada, pois julga suas vestimentas e educação ser rebaixado ao ambiente, ou seja, as próprias pessoas já fixaram esta mentalidade de inferiorizarão e se deparam constantemente em situações de humilhação, pois já se julgam inferiores. Porém acreditamos que estas situações geralmente partem da prepotência dos “mais favorecidos” que acreditam serem melhores que os outros devido sua situação financeira. Ou seja a humilhação crônica, por ser longamente sofrida pelos pobres e seus ancestrais, é efeito da desigualdade política, indica a exclusão recorrente de uma classe inteira de homens para fora do âmbito intersubjetivo da iniciativa e da palavra. Mas é também de dentro que, no humilhado, a humilhação vem atacar, em várias situações como a citada anteriormente.

Para Gonçalves Filho (2004), a humilhação social atinge de tal forma  determinados grupos e classes que pode ser considerada como traumática. O autor resgata a história do Brasil e lembra a humilhação sofrida pelos escravos. Dessa forma, sabemos que a história do Brasil retrata situações de humilhações, principalmente aos escravos além de golpes físicos, também moral. Acredita-se que se a libertação dos escravos colocou fim ao golpe físico, o mesmo não pode ser dito sobre o golpe moral, que passou a ter como alvo os descendentes dos escravos e também aqueles que atualmente executam trabalhos subalternos em geral, antes atribuídos aos escravos.

Rebaixamento, situação traumática que gera sofrimento e angústia, negação da própria condição de sujeito , assim é que o sujeito humilhado vivencia a situação de humilhação social, que também pode ser entendida como violência. Segundo Chauí (1998, p.38), a violência é toda a prática que reduza um sujeito à condição de coisa, que viola interna ou externamente o ser de alguém, que perpetua relações sociais de profunda desigualdade econômica, social e cultural. Portanto a humilhação pode ser entendida como uma de suas formas.

A humilhação marca a personalidade por imagens e palavras ligadas a mensagens de rebaixamento. Mensagens ditas em locais públicos: escola, trabalho, entre outros.  São gestos ou frases dos outros que penetram e não abandonam o corpo e a alma do rebaixado: o adulto e o idoso, já antes o jovem ou a criança, vão guardar a estranha e perturbadora lembrança de quem a eles se dirigiu como quem se tenha dirigido ao inferior.

Se a humilhação é social e política demanda uma ação coletiva a fim de uma solução. Por sua vez, a ação coletiva implica o reconhecimento do outro que também sofre com a humilhação, aqueles com os quais podemos agir e pensar juntos, abrindo o caminho para a elaboração psíquica.

  1. A DESIGUALDADE E INVISIBILIDADE SOCIAL

A desigualdade social apresenta-se como uma condição social onde as relações sociais estão caracterizadas pelo acesso diferenciado aos bens culturais produzidos pela

coletividade; nas relações existem dois lados: os dominadores e os necessitados , as pessoas são com um mercadoria “rotuladas”,  uns valem mais que outros, indivíduos superiores a outros na escala social.

Vivemos em meio de problemas sociais, onde desigualdade social faz parte. Este é um problema que gera vários outros para o indivíduo, como humilhação, sentimento de inferioridade e de desrespeito para com sua maneira de viver.

A desigualdade social é considerada um fenômeno social, assim como a violência, o preconceito, as relações comunitárias. Fenômenos sociais são quaisquer fenômenos que ocorram em nossa sociedade e são analisados a partir da existência coletiva.  

  A Psicologia Social estuda este fenômeno, analisando seus aspectos. Um dos desafios no combate à desigualdade está na transformação social do indivíduo que sofre, que está associada à maneira pela qual ele se relaciona consigo mesmo e com o mundo a que pertence.

Ao longo dos anos, em parte por conta da pressa constante que temos, em parte por causa dos problemas que essa pressa  gera em nossas mentes, ou ainda por conta dos medos reforçados pelos noticiários de constante violência, temos criado uma nova sociedade: a sociedade dos invisíveis.

Não só não vemos realmente as pessoas ao nosso redor como, por muitas vezes, nos recobrimos com um pesado manto de invisibilidade e torcemos para que passemos despercebidos em meio à multidão.

Independente de classe social essa cegueira psicossocial também se encontra nas classes menos favorecida, pois as pessoas pobres também humilham e ignoram o outro, é só ela se sentir privilegiada de alguma forma. As pessoas são rotuladas pela função que exercem como o gari, o pedreiro, a cozinheira, a faxineira, o cobrador, o motorista entre outros.  Essas pessoas têm um nome, uma vida, uma história, são seres humanos que merecem serem vistos e respeitados independente da profissão que exercem.

A invisibilidade afeta cada vez mais pessoas de baixa renda, com pouco grau de escolaridade. Isso se dá devido ao fato de se tratar de profissionais que, de certa forma, são considerados de “pouca significância”.

 Os trabalhadores que sofrem tal tipo de preconceito prestam, em sua maioria, serviços importantes para a sociedade. Nos Estados Unidos e outros países desenvolvidos, os imigrantes têm papel importante; sem eles e sua mão de obra barata, a economia fica prejudicada. Afinal são eles os responsáveis pelos serviços de base, no entanto, não tem valorização alguma.

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