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A Sociodrama em Educação Social

Por:   •  2/3/2025  •  Trabalho acadêmico  •  8.295 Palavras (34 Páginas)  •  4 Visualizações

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Instituto Politécnico do Porto

Escola Superior de Educação

Sociodrama em Educação Social

Introdução; enquadramento teórico; reflexões de todas as sessões; conclusão.

Docentes

Ana Bertão

Carla Serrão (Docente da Prática Laboratorial)

             Discentes

Lara Cunha (3210366)

Juliana Coutinho (3190772)

Introdução

A Unidade Curricular de Sociodrama em Educação Social, da Licenciatura em ES, do 3º ano, acompanhada pela UC pertencente ao Seminário em Educação Social: Acompanhamento de Estágio e Profissionalidade, e é adaptada pelas docentes com a participação dos diferentes alunos a ser desenvolvida também sobre a Unidade Curricular de Desenho que Desenvolvimento de Projeto, sendo que é uma disciplina de 2º ano onde contém juntamento o trabalho de terreno, que é uma espécie de trabalho em contexto mas de observação participativa sem que se realize um projeto como no 3º ano, de forma a que quem ainda não terminou a UC de 2ºano possa trazer os seus contributos relativamente aos seus contextos. É uma opção tomada pelos alunos, o que para nós, Juliana e Lara faz sentido sendo que há colegas que estão a terminar o estágio e não têm o seu par nesta UC para que em conjunto possam elaborar o DB e depois os colegas que ainda estão no 2º ano, possam adquirir conhecimento para o próximo ano que se avizinha com a UC de estágio e estarem um pouco mais preparados e certamente, que todos aprendemos com as outras pessoas.                        O Diário de Bordo foi descrito com as sucessivas sessões que decorreram ao longo do ano, foram 17 sessões e tiveram início a 18 de Outubro de 2023 até 16 de Abril de 2024; contendo em si o emergente grupal das sessões a si associado e o descritivo das mesmas e os respetivos comentários do grupo e a conclusão que retiramos no final. Para realizarmos este DB tivemos que o formar um par, que no nosso caso não é o de estágio. Optamos por este método de trabalho porque além de ser menos sobrecarga para cada pessoa, é uma forma de trabalhar completamente diferente do que alguma vez experienciamos, o que nos chamou imediatamente a atenção.        

No documento presente incluiremos, além da introdução, o enquadramento teórico, as nossas reflexões enquanto par em relação a cada sessão e, por fim, a conclusão.

Esperamos que com este DB possamos refletir sobre as sessões que fomos vivenciando ao longo do ano com aquilo que escrevemos e todos os comentários que fizemos sobre as mesmas, de modo a expor as nossas aprendizagens.

Enquadramento teórico

O Sociodrama surgiu no século XX, através do Teatro Espontâneo, às mãos de Jacob Levy Moreno. Moreno é reconhecido como o percursor da terapia de grupo e do psicodrama; onde se procura promover os laços intergrupais, procura e a solução de conflitos e sofrimentos. Estas são ferramentas importantes para promover a conscientização, ajudando os membros dos grupos a “(re)conhecerem os outros e a (re)descobrirem-se através dos olhares que lhes são refletidos, numa atitude de questionamento contínuo, apoiados em valores éticos e deontológicos.” (Veiga, Bertão & Franco, 2011, p.19).

Segundo Moreno (1997, cit in Conceição, et al. 2006, p. 306), “O verdadeiro sujeito do sociodrama é o grupo .... Há conflitos nos quais estão envolvidos fatores coletivos ... supra-individuais ... e que têm que ser compreendidos e controlados por meios diferentes. ... pode-se, na forma de sociodrama, tanto explorar, como tratar, simultaneamente, os conflitos que surgem entre duas ordens culturais distintas e, ao mesmo tempo, pela mesma ação, empreender a mudança de atitude dos membros de uma cultura a respeito dos membros da outra”.

Por outras palavras, “O sociodrama surge nesta interseção entre o real do palco e o real da vida, entre o particular e o geral, o social e o individual, entre o que é comum e o que é singular; é uma abordagem do grupo e da pessoa no grupo, um método que trata os conflitos coletivos, os problemas sociais emergentes, os temas que preocupam e mantêm o interesse do grupo.” (Bertão, 2024, p.97).

No sociodrama, existem dois focos: um que justifica que esta abordagem deve estar centrada na pessoa e o outro que pode ter o auxílio de um (ou mais) protagonista (s) que tenham um tema comum a todos os elementos do grupo.

É importante referir que a sessão sociodramática ocorre em três momentos: o aquecimento, momento em que são discutidos vários temas, preocupações, inquietações, dificuldades que sejam comuns ao grupo - “emergente grupal” - tema com o qual o grupo mais ressoou e o mais importante a ser desenvolvido na fase seguinte. Por outras palavras, o aquecimento é “um tempo de relaxamento ou de expectativas, convida os elementos à participação e à interacção livre.” (Veiga, 2009, p.135).

Após este momento que leva ao emergente grupal, chega-se à dramatização, momento em que os participantes são encorajados a representar uma cena, uma personagem, um discurso, relevante e consonante com o emergente grupal. É um momento que proporciona um foco no aqui e no agora, no qual os elementos participam num exercício de passado, presente e futuro. E disponibiliza uma dimensão espacial que permite às pessoas trazerem ao palco espaços do real ou imaginário. Constatando, a dramatização assemelha-se à realidade, em que o indivíduo utiliza e/ou recria situações do seu dia a dia, mas não deve abandonar o universo da imaginação devido à realidade, sendo que deve estabelecer meios para adquirir uma parte da situação (Moreno, 1983). Neste momento, os vários intervenientes podem desempenhar diversas funções, como o protagonista (pessoa que desempenha o papel principal da sessão, ou para quem o tema é particularmente importante) e o Ego Auxiliar (indivíduo(s) que desempenham um papel auxiliar à personagem principal, mas não atuam de forma direta na cena, intervindo sempre através de outrem). Fazem ainda parte de toda a sessão, o diretor - que dirige a sessão, o palco - onde se realiza a dramatização, e o auditório. No final, passa-se ao momento dos comentários onde os participantes são convidados a refletir sobre o que viram e sentiram durante a cena, sendo essencial o silêncio para cada um ouvir o outro sobre o que viu e sentiu, pois “Este procedimento técnico, favorece a integração e sobretudo inibe o confronto no contexto grupal e as consequências projectivas e disruptivas daí advenientes.” (Dias, 1993, p.41, citado por Veiga, 2009, p.138).

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