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AS MANIFESTAÇÕES DE MASSA E A DIMENSÃO ESTRATÉGICA

Por:   •  13/2/2019  •  Resenha  •  1.584 Palavras (7 Páginas)  •  317 Visualizações

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FICHAMENTO DE CITAÇÃO

TEXTO: AS MANIFESTAÇÕES DE MASSA E A DIMENSÃO ESTRATÉGICA

AUTOR: MAURO IASI

DISCIPLINA: CLASSES E MOVIMENTOS SOCIAIS E SERVIÇO SOCIAL

PROFESSOR: ANDERSON NAYAN FREITAS

EQUIPE:

ÉRIKA MARIA FREIRES VIEIRA

FRANCISCA RAFAELA HENRIQUE PINHEIRO

JESSICA ALINE RODRIGUES CORDEIRO

JHENIFER HELLEN

TALITA ALVES FREIRE

THAMYRES PINHEIRO

IGUATU, CE - 2019

AS MANIFESTAÇÕES DE MASSA E A DIMENSÃO ESTRATÉGICA

“[...] contradições próprias da ordem capitalista [...] se expressam em conjunturas que ora revelam nitidamente essa contradição, ora a ocultam e a disfarçam sob o manto da harmonia. Desta maneira, não há contradição entre o apassivarnento da classe trabalhadora, [...] e a explosão de massas verificada.” (p. 51).

“A instabilidade dessa forma, encontrada para solucionar os problemas da hegemonia burguesa no Brasil, reside no fato de que a ordem monopolista e imperialista exigia a contrarreforma do Estado e seu saneamento financeiro, o que implica na política de superávits primários, a responsabilidade fiscal, o equilíbrio monetário e outros elementos que levam, necessariamente, ao garroteamento das políticas públicas [...]. A solução encontrada foi, nos termos do pacto de classes capitaneado pelos governos petistas, uma política de desenvolvimento econômico que garantisse os marcos necessários para a acumulação de capitais que supostamente levaria ao aumento da arrecadação e a lenta e focalizada transferência para políticas de amenização da miséria extrema. [...]” (p. 52).

“Num primeiro momento, os efeitos dessa resposta se fizeram sentir em níveis de crescimento econômico, de emprego e de consumo, que garantiram patamares razoáveis para a acumulação de capitais e o funcionamento da democracia de cooptação. O correspondente político da alternativa econômica escolhida exigia um pacto de classes; no entanto, aquilo que de fato se entregava como "concessão" aos trabalhadores era muito pouco. Nesse sentido, não podemos entender a cooptação como se fosse possível estendê-la ao conjunto da classe. [...] o pacto é firmado entre organizações de cúpula dos representantes das classes. [...] no caso da classe trabalhadora, supõe-se que a sua representação fale em seu nome para exercer uma política contra seus interesses reais.” (p. 53 – 54).

“[...] os elementos supostamente favoráveis aos trabalhadores implicam em transferência do fundo público para o setor monopolista da economia capitalista desenvolvida. Para manter os níveis de emprego, operam-se desonerações, subsidia-se o consumo via renúncia fiscal e mantêm-se um certo patamar de juros para garantir a estabilidade do setor financeiro. [...] As políticas sociais têm que se manter nos limites das políticas compensatórias e focalizadas tal como defendidas pelo Banco Mundial, os serviços públicos não podem dar o salto necessário para enfrentar sua grave crise de sucateamento aprofundada por décadas de descaso. Mais uma vez, a solução beneficia a lógica do mercado: as parcerias público-privadas e a intensificação das privatizações.” (p. 54).

“Ofuscado pela aprovação da eleição direta para Presidente, os olhos desatentos nem perceberam que a estrutura fundamental de poder das camadas dominantes seguia intacta [...] a governabilidade se daria pela formação de bases de apoio buscando alianças com as bancadas e seus líderes, tendo corno moeda de troca a oferta de cargos no governo, aprovação de emendas orçamentárias visando atender aos lobbies que atuam por meio dos parlamentares, ou na liberação de recursos de formas lícitas e, como vimos, ilícitas. Antes da chegada ao governo, o PT via essa forma como um limitador de sua autonomia de governar e na implantação de reformas mais profundas. Na situação de governo, tratava-se de manter a governabilidade e garantir as condições de continuidade e, nessa direção, a forma do presidencialismo de coalizão se mostrou, como de fato é, muito eficaz.” (p. 55).

“[...] além de a direita brasileira sofrer de uma doença histórica, o udenismo, isto é, ter enorme dificuldade em se apresentar como uma verdadeira alternativa de massas [...], a direita viu suas bandeiras e pressupostos roubados pelo governo do PT, que manteve, na essência, as mesmas linhas da política chamada de neoliberal. Por outro lado, a direita apresentava-se cindida entre sua expressão política [...], que claramente esperava a crise do atual governo para se apresentar como alternativa, e sua expressão direta de classe, que é sua substância, as personificações da grande burguesia monopolista e imperialista. [...].” (p. 56).

“A direita, através dos seus meios de comunicação, tentou de igual maneira se apoderar do "silêncio dos profanos" e de sua força para represa-la nos limites da ordem, impondo bandeiras de luta, palavras de ordem e mesmo tentando impor uma identidade fundada em um nacionalismo despolitizado e moralizador [...]” (p. 58).

“No espectro da esquerda, também há uma disputa pelo sentido das manifestações. Também entre nós, temos tentativas ridículas e algumas grosseiras, mas é evidente que a esquerda se sentiu muito mais à vontade com as manifestações do que a direita e a rebaixada política da pequena burguesia conformista. O eixo central da diferenciação no interior de um espectro de esquerda se encontra, de um lado, na direção da ação direta e, de outro, na direção da ação política das organizações mais instituídas no campo político.” (p. 58 – 59).

“A tática da ação direta tem toda a legitimidade de disputar a direção política ou o sentido das manifestações e creio que, por um momento, essa tática foi exitosa nesse intento, mas, como afirmamos, as manifestações em si mesmas são uma reação às contradições que germinavam, não sendo expressão da intencionalidade política de um ou outro grupo, organização ou quem busca se apresentar como "não organizado". [...] No fundo, as manifestações cobram soluções e, ao mesmo tempo, afirmam não acreditar na imensa superestrutura política e seu intrincado funcionamento, que quer se apresentar como mediador natural e inevitável entre as demandas apresentadas e os meios para realizá-las.” (p. 59).

“[...] As lutas sociais e as demandas da classe trabalhadora geram tensões que se manifestam em ações, protestos, greves e outras formas de resistência, que servem de forma de pressão sobre o Estado para gerar políticas públicas, direitos ou medidas imediatas que atendam à reinvindicação particular apresentada. [...]” (p. 60).

“[...] Outro aspecto é a forma tática propriamente dita do confronto [...] ela representa a necessidade de superar uma forma meramente defensiva de manifestação, forçando o Estado Burguês e seus instrumentos repressivos a revelar sua verdadeira função e caráter. Cumprem de início, uma função defensiva, protege os manifestantes da ação repressiva da polícia, em seguida, cumpre uma função didática e simbólica ao atacar ícones da ordem capitalista, seja no ataque a bancos e estabelecimento comerciais, seja no ataque a símbolos da ordem política burguesa [...]” (p. 60).

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