As Famílias e suas novas formações
Por: Angela Cardoso Maciel • 21/6/2018 • Seminário • 1.933 Palavras (8 Páginas) • 191 Visualizações
FAMÍLIA E SUAS NOVAS FORMAÇÕES
Mariângela Cardoso Macie¹
Karine Soares²
RESUMO
Este trabalho tem o intuito de investigar a família na atualidade, averiguando seus conceitos e formações, as mudanças na forma como esta instituição tem sido enxergada pela sociedade e consequentemente, como essas mudanças interferem no trabalho do assistente social. Para isso adotou-se como procedimento metodológico, a pesquisa bibliográfica e exploratória, através da análise em livros e artigos que tratam da questão.
Palavras-chave: Família. Conceito. Atualidade.
1. INTRODUÇÃO
Umas das definições para a palavra família retirada do dicionário Michaelis é: “Conjunto de pessoas, em geral ligadas por laços de parentesco, que vivem sob o mesmo teto”. Porém, esse termo tem um sentido muito mais complexo do que isso e vai além das definições que podemos encontrar em dicionários ou enciclopédias. É o primeiro grupo social do qual fazemos parte e é papel fundamental na construção da nossa identidade.
A família tem passado por uma série de mudanças durante os anos, pois como é um processo social, acompanha as demandas da sociedade e vai se adaptando de acordo com a sociedade. Atualmente a família está diretamente relacionada ao amor, afeição, mas antigamente isso não era tão natural. Há algum tempo ter filhos era uma espécie de investimento, pois o casal precisava de força braçal para trabalhar nas lavouras, por isso as famílias eram muito maiores. Hoje as famílias estão cada vez menores, principalmente pelas questões financeiras e pela rotina de vida, onde os pais precisam trabalhar fora de casa e as crianças passam mais tempo na escola do que com a sua família.
Conforme a sociedade muda os conceitos de família também mudam e neste trabalho queremos abordar mais de perto os “novos arranjos familiares” na busca de compreender com que família se trabalha no âmbito do serviço social, podendo assim contribuir na atuação do assistente social a partir desses novos conceitos.
2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
Como foi citado anteriormente, a família passou por muitas mudanças no passar dos anos, uma das importantes mudanças no conceito de família é mencionada por Philipe Ariès, que explica que a mudança na forma como a criança é vista pela sociedade desencadeia uma grande mudança no contexto familiar.
Segundo Ariès, (1978) esta nova fase da família nasce junto com a transformação do tratamento dado à criança, passando ela a existir na vida do adulto com uma relação mais sentimental, pois antes a família não alimentava um sentimento de preocupação tão ativo entre pais e filhos, o que por certo “não significava que os pais não amassem seus filhos”. Surgiu naquela época a descoberta da criança no mundo familiar e a vida em família, não havendo mais a separação entre sentimento familiar e infância.
Outros fatos históricos foram importantes para o surgimento dos diversos arranjos familiares que existem atualmente, como a legalização do divórcio, o feminismo, o capitalismo, entre outros. A maior parte desses tipos de família já existiam a bastante tempo, porém com as mudanças sociais passaram a receber amparo legal, a serem “aceitos” como família pela sociedade, o que há alguns anos atrás não acontecia. O que devemos entender, é que a palavra família ganhou novos significados e valores.
O IBGE entende a palavra família como:
“conjunto de pessoas ligadas por laços de parentesco, dependência doméstica ou normas de convivência, residente na mesma unidade domiciliar, ou pessoa que mora só em uma unidade domiciliar. Entende-se por dependência doméstica a relação estabelecida entre a pessoa de referência e os empregados domésticos e agregados da família, e por normas de convivência as regras estabelecidas para o convívio de pessoas que moram juntas, sem estarem ligadas por laços de parentesco ou dependência doméstica. Consideram-se como famílias conviventes as constituídas de, no mínimo, duas pessoas cada uma, que residam na mesma unidade domiciliar, domicílio particular ou unidade de habitação em domicílio coletivo” (PNAD 1992, 1993, 1995, 1996).
Szymanski (2002), enxerga a família como uma “associação de pessoas que escolhem conviver por razões afetivas e assumem um compromisso de cuidado mútuo, e se houver criança, adolescentes e adultos”.
Para Mioto (1997), a família é um “núcleo de pessoas que convivem em determinado lugar, durante um lapso de tempo mais ou menos longo e se acham unidas (ou não) por laços consanguíneos”.
A Constituição Federal do Brasil oferece elementos para essa temática caracterizando a família como: “base da sociedade; tem especial proteção do Estado. (CF: 1988, Cap. VII, art. 226, §4º).
O Programa Nacional de Assistência Social (2004) “o grupo de pessoas que se acham unidas por laços consanguíneos, afetivos e, ou de solidariedade”
Percebendo a infinidade de conceitos para esta palavra, não há como relacionar todos os tipos de famílias existentes, muito menos classificá-los como estruturados ou não, pois não há um padrão estrutural de família. É importante ressaltar, também, que a família não se encontra enfraquecida, pelo contrário, ela vem deixando de ser apenas um único modelo para transformar-se em outros modelos familiares. Não importa de qual tipo familiar se faça parte, ele é o lugar onde todos os integrantes têm direito a igualdade e a proteção social (SIERRA, 2011).
O IBGE (2010) listou 19 tipos de parentesco encontrados no Brasil, citando alguns temos:
2.1 Família matrimonial
Tem como base o casamento civil, composto por atos solenes e formais. Os cônjuges devem viver em plena comunhão de vida e em igualdade de direitos e deveres.
2.2 Família informal
Este modelo de família é constituído pela união informal pública, duradoura e contínua, sendo realizada fora do casamento, conhecida como união estável.
2.3 Família monoparental
É quando por algum motivo (separação, viuvez, adoção, etc.) os filhos vivem juntamente com apenas o pai ou a mãe.
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