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Autismo. Educação Inclusiva Processo de Ensino e Aprendizagem.

Por:   •  27/12/2022  •  Monografia  •  1.420 Palavras (6 Páginas)  •  144 Visualizações

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RESUMO

Palavras-chave: Autismo. Educação Inclusiva. Processo de ensino e aprendizagem.

1. INTRODUÇÃO

A inclusão dos alunos autistas na escola regular ainda ocorre, na maioria dos casos, como um desafio, enfrentado por muitas famílias, apesar do direito a escolarização dos alunos deficientes em instituição regular ter conquistado ao longo dos tempos um respaldo legal, a educação ainda não se configura de maneira adequada no cotidiano das escolas, principalmente no que se refere ao processo de ensino aprendizagem. Esse quadro revela que, de maneira negligente, a escola ainda não cumpre com o seu papel que é a Educação de Todos, conforme a Constituição Federal (1988) art. 205 que afirma que “a educação, direito de todos e dever do estado e da família” (BRASIL, 1988, p.136).

Neste contexto, surge a opção pelo presente estudo, e destaco ainda o fato de ter contato direto com essas crianças no meu ambiente de trabalho realizado em uma instituição de educação infantil. Complemento o trabalho com uma pesquisa realizada em outra instituição de ensino da rede particular.

Sendo assim, o objetivo desta pesquisa é investigar o processo de ensino aprendizagem de duas crianças autistas na modalidade de educação infantil na rede pública e particular, ambas no município de Cariacica-Es.

As questões de estudo que comparecem são: quais os métodos utilizados no processo de ensino aprendizagem que possibilite a inserção do aluno autista na sala regular? Como ocorre a relação entre o professor regente, professor especializado, estagiário e aluno autista? Essas questões foram respondidas ao longo de nossas análises.

Para fundamentar o trabalho, buscamos suporte teórico em: Riviére (2004), Pimenta (2011), Silva (2012), entre outros.

2. CONHECENDO O AUTISMO E AS POSSIBILIDADES DE MEDIAÇÕES PEDAGÓGICAS.

2.1 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

De acordo com Riviére (2004) o estudo do autismo pode ser diferenciado em períodos históricos, dos quais Kanner define em três momentos: O primeiro momento (1943-1963), considerado um distúrbio emocional, devido a ausência de afeto dos pais. O segundo momento (1963-1983), iniciam-se pesquisas empíricas, rigorosas e controladas, e confirmam que além das alterações afetivas existia também algum tipo de alterações cognitivas, devido às dificuldades apresentadas pelas pessoas autistas relacionadas à linguagem, comunicação e flexibilidade mental. O terceiro momento (atual enfoque) consiste em uma perspectiva evolutiva de que o autismo é um transtorno global do desenvolvimento, tendo a educação um enfoque mais dinâmico em relação aos recursos disponíveis as pessoas autistas.

Outra definição do autismo refere-se à síndrome de Asperger que se caracteriza “[...] por um nível intelectual e linguístico elevado, mas não existe uma diferença qualitativa em relação aos mais atrasados ou graves” (RIVIÈRE, 2004, p.237).

De acordo com as autoras Silva (2012) e Orrú (2011) o autismo pode ser conceituado como uma série de características marcantes e persistentes na interação social, na comunicação e no comportamento do sujeito. Conforme as autoras, os sintomas relacionados ao autismo estão divididos nos três grupos:

O primeiro está relacionado à Interação social, caracteriza-se por dificuldade da criança interagir com outras crianças, não estabelecem contato visual, tem dificuldade de expressar seus sentimentos, desejos e angústias e seu repertório de interesses está ligado mais às coisas do que as pessoas “[...] porque o objeto é algo concreto, de fácil entendimento; e os animais têm reações mais previsíveis, não apresentam tantas emoções e expressões faciais quanto os seres humanos [...]” (SILVA, 2012, p. 90).

O segundo está relacionado à Comunicação, refere-se às dificuldades no desenvolvimento da linguagem havendo retardo ou atraso, dificuldade em iniciar uma conversa ou termina-la, uso repetitivo e estereotipado da linguagem ecolalia e dificuldade de imaginação no momento das brincadeiras.

O terceiro está relacionado ao Comportamento, nota-se que a criança que apresenta essa característica possui um grande interesse por objetos, movimentos estereotipados e repetitivos como: balançar o corpo, mexer os dedos e bater palmas, apresenta resistência às mudanças, geralmente não gostam de ambientes barulhentos, gostam de música, possuem dificuldades  diárias como: tomar banho, se limpar ou se vestir sozinho e outros comportamentos.

Sendo assim, o autismo é um distúrbio que afeta a linguagem, a socialização/interação e o comportamento. Apesar de obter, ao longo dos anos, avanços considerados significativos, o autismo acompanha o sujeito por toda a sua vida.

Para possibilitar o desenvolvimento da criança autista é importante a utilização de métodos durante o processo de intervenção pedagógica. Sendo assim, os métodos TEACCH e ABA comparecem como forma de ilustrar esse processo de ensino aprendizagem.

O método Treatment and Educacation of Autistic and related Communication handicapped Children (TEACCH), em português significa Tratamento e educação para crianças autistas e com distúrbios correlatos da comunicação. Foi desenvolvido nos anos 60 nos Estados Unidos pelo Dr. Eric Schoppler e atualmente tem como responsável o Dr. Gary Mesibov (MELLO, 2001), esse método está relacionado:

[...]a um programa que combina diferentes materiais concretos e visuais, que auxilia as crianças a estruturarem o seu ambiente e a sua rotina. O TEACCH é um modelo de intervenção que, através de uma “estrutura externa”, organização de espaço, materiais e atividades, permite que as crianças do espectro autista criem mentalmente “estruturas internas”, transformando-as em “estratégias”, para que possam crescer e se desenvolver de forma que consigam o máximo de autonomia na idade adulta (SILVA, 2012, p.219).

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