MOBILIDADE SOCIAL NO BRASIL: Relação Entre Classe e Raça
Por: Cinthya Gomes Martins Barros • 28/2/2017 • Trabalho acadêmico • 2.482 Palavras (10 Páginas) • 333 Visualizações
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PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE GOIÁS
CURSO: CIÊNCIAS CONTÁBEIS
MOBILIDADE SOCIAL NO BRASIL: Relação Entre Classe e Raça
Cinthya Gomes Martins Barros
GOIÂNIA, DEZEMBRO
2016
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Cinthya Gomes Martins Barros
MOBILIDADE SOCIAL NO BRASIL: Relação Entre Classe e Raça
Trabalho Acadêmico apresentado à disciplina de Teorias Sociológicas, da Pontifícia Universidade Católica de Goiás, como um dos requisitos de avaliação para a N2.
Orientadora: Heloisa Mazzoccant Ribeiro.
GOIÂNIA, DEZEMBRO
2016
“Os filósofos limitaram-se a interpretar o mundo de diversas maneiras; o que importa é modificá-lo. ”
(Karl Marx)
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO...................................................................................................................5
2. ANALISANDO AS VARIÁVEIS DOS TEXTOS............................................................6
3. MOBILIDADE SOCIAL: Relação entre Classe e Raça..................................................8
4. CONCLUSÃO....................................................................................................................11 BIBLIOGRAFIA....................................................................................................................12
1. INTRODUÇÃO
Foi escolhido como análise de estudo os textos “Classe, Estratificação e Desigualdade”; “Tirando a Máscara: Ensaios sobre o racismo no Brasil” e “Desigualdade Racial e Mobilidade Racial no Brasil: Um balanço das Teorias”. Os três textos apresentam suas teorias, mas existe entre eles três variáveis em comum que são, as teorias de classes, a discriminação racial e principalmente a mobilidade social.
Mobilidade social significa o fenômeno em que um indivíduo (ou um grupo) que pertence a determinada posição social transita para outra, de acordo com o sistema de estratificação social, e o objetivo deste trabalho é apresentar a partir da visão dos autores dos três textos escolhidos a mobilidade social e como a classe e a raça são pontos decisivos para que esse processo ocorra.
2. ANALISANDO AS VARIÁVEIS DOS TEXTOS
O texto de Rafael Guerreiro Osório “Desigualdade Racial e Mobilidade Racial no Brasil: Um balanço das Teorias” apresenta as três ondas teóricas sobre o racismo. A primeira onda considera-se que a discriminação racial tem peso nulo ou insignificante, pode-se perceber isso na citação de Thales de Azevedo “[...] as pessoas de cor têm seu status condicionado por suas qualidades e aptidões individuais, competindo em igualdade de condições com o branco. ” (Thales de Azevedo 1996, p. 164).
Na segunda onda, considera-se que a discriminação tem um peso nos processos de mobilidade, mas inferior ao de classe. Portanto, a discriminação é um fator que retarda a equalização, mas não a impede: ela virá ainda que demore.
Já na terceira onda, o peso da discriminação racial é de tal ordem que impede a equalização, mostrando que o desenvolvimento econômico produziu melhorias de bem-estar para a população negra, mas não contribuiu para a diminuição das distâncias entre negros e brancos. E é justamente na terceira onda que seus representantes Carlos Hasenbalg e Nelson do Valle Silva dialogam e apontam a cor como um mecanismo que regulamenta o preenchimento nas classes. Pode-se perceber isso na citação de Hasenbalg:
Um ponto central da análise consiste em desenfatizar o legado do escravismo como explicação das relações raciais contemporâneas e, ao invés disso, acentuar o racismo e a discriminação depois da abolição como as principais causas da subordinação social dos não-brancos e seu recrutamento a posições inferiores. Dessa forma, a raça, como atributo socialmente elaborado, é analisada como um critério eficaz dentre os mecanismos que regulam o preenchimento de posições na estrutura de classes e no sistema de estratificação social.
Carlos Hasenbalg (2005, p. 20)
Para descreverem as desigualdades existentes entre os indivíduos e os grupos dentro das sociedades humanas os sociólogos falam da estratificação social. Ela pode ser definida de maneira simples como as desigualdades estruturadas entre diferentes agrupamentos de pessoas. O texto “Classe, Estratificação e Desigualdade” de Anthony Giddens diz que historicamente existiram quatros sistemas básicos de estratificação nas sociedades humanas: a escravidão, a casta, o estamento e a classe. Como uma das variáveis encontradas nos três textos escolhidos é a classe, falarei mais profundamente sobre ela.
Os sistemas de classes diferem em muitos aspectos da escravidão, das castas e dos estamentos. Pode-se definir uma classe como um agrupamento, em larga escala, de pessoas que compartilham recursos econômicos em comum, os quais influenciam profundamente o tipo de estilo de vida que podem levar. A posse de riquezas, juntamente com a profissão, são as bases principais das diferenças de classes.
O termo “classe baixa” é geralmente empregado para descrever o segmento da população que está situado na parte mais baixa da estrutura de classes, e por sua vez, ela é normalmente associada aos grupos étnicos minoritários desprivilegiados. Grande parte do debate sobre essa classe teve origem nos Estados Unidos, onde a preponderância de negros pobres morando em áreas urbanas decadentes levou à discussão de uma “classe baixa negra” (W. J. Wilson, 1978; Murray, 1984, 1990). Porém, esse não é um fenômeno meramente norte-americano.
A população que forma o grupo 10% mais pobre, com renda média de R$ 130 por pessoa na família, continua majoritariamente negra. O percentual aumentou nos últimos 10 anos. Em 2004, 73,2% dos mais pobres eram negros, patamar que aumentou para 76% em 2014. Esse número indica que três em cada quatro pessoas é negra entre os 10% mais pobres do nosso país.
O texto “Tirando a Máscara: Ensaios sobre o racismo no Brasil” apresenta a extensão das desigualdades raciais no Brasil. Lovell (1989) utiliza dados do Censo de 1980 relativos às áreas metropolitanas brasileiras para mostrar que o rendimento médio da população de cor é cerca da metade do correspondente para a população branca. Desta forma o texto mostra que constitui um elo na cadeia de desvantagens que se acumulam ao longo do ciclo de vida dos indivíduos e que tem como resultado a sujeição de negros a condições de vida marcadamente inferiores às que os brancos usufruem na sociedade brasileira.
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