O DESENVOLVIMENTO PESSOAL E ORGANIZACIONAL UMA BREVE INTRODUÇÃO
Por: Brenda Camilly • 15/5/2020 • Artigo • 1.814 Palavras (8 Páginas) • 180 Visualizações
DESENVOLVIMENTO PESSOAL E ORGANIZACIONAL – UMA BREVE INTRODUÇÃO
Um ambiente competitivo de negócios é decorrência cada vez maior de uma administração eficaz do ser humano. Estrutura, tecnologia, recursos financeiros e materiais são aspectos meramente físicos e inertes que precisam ser administrados inteligentemente por meio das pessoas que constituem a organização. A qualidade dos funcionários de uma organização, seus conhecimentos e habilidades, entusiasmo e satisfação com seus cargos, seu senso de iniciativa para gerar riqueza, tudo isso tem forte impacto na produtividade da organização, no nível de serviço ao cliente, na reputação e na competitividade. Para qualquer que seja a área empresarial escolhida, o futuro líder necessita ter uma visão sobre como lidar com assuntos relacionados com pessoas para alcançar o seu sucesso profissional e levar a sua organização rumo à excelência e à competitividade. Para as empresas inovadoras, o capital humano é reconhecido como uma competência fundamental para o desempenho organizacional e se baseia nas habilidades e experiências individuais em relação ao trabalho realizado.
O capital humano se desenvolve por meio da educação e experiência do indivíduo, juntamente com habilidades e treinamentos. No que concerne ao desenvolvimento, a educação tem papel primordial. Quanto mais o indivíduo investir na auto-formação, na constituição do seu "capital pessoal", tanto mais valor de mercado terá. Nesta lógica, é preciso considerar alguns aspectos: o ser humano que se insere neste contexto e o fato de que os indivíduos não são dotados de igualdade, de modo que, para alguns a formação exige muito mais esforços do que para outros e por uma série de variáveis, continuar os estudos trata-se, portanto, de uma decisão pessoal. Contudo, já notou o quanto o contexto no qual estamos inseridos está carente de pessoas engajadas, qualificadas e que buscam fazer a diferença positiva no meio que as cercam a partir de ações que visam a excelência? Daí a importância de pessoas capacitados em estimular e liderar pessoas neste processo.
Como se sabe, o cenário mundial tem mudado velozmente, tornando as organizações cada vez mais competitivas e desafiantes. O trabalho tem sido cada vez menos físico e mais mental. As pessoas deixaram de ser fornecedoras de mão-de-obra para serem alçadas à categoria de fornecedoras de conhecimento e de competências. Desenvolver talentos, conservá-los e saber aplica-los para obtenção de retornos de capital humano, para o desenvolvimento organizacional e econômico na sociedade em que ele está inserido, é um diferencial. Neste contexto, a contribuição das pessoas tem sido valorizada mais do que nunca. Diferentes tipos de investigações apontam ser imperativo o gerenciamento adequado de pessoas, mas, infelizmente, ainda existem muitas lacunas nesse sentido, ou seja, necessita-se de mais estudos a respeito. Afinal, pessoas são complexas!
Gerenciar o comportamento organizacional é primordial para a vantagem competitiva e requer maior conhecimento a respeito para aplicá-lo sabiamente. Parece ser algo simples, referente ao cotidiano, e talvez por isso seja muitas vezes negligenciado. Além de senso comum, exige estudo, compreensão, reflexão e até mesmo revisão das propostas por ora estabelecidas no “mundo das organizações”. Não é preciso ser um especialista em comportamento, contudo, ao se administrar pessoas é vital saber quais as ferramentas a serem usadas, os profissionais a serem solicitados em situações específicas, entre outros aspectos. Pesquisas comprovam que as pessoas são a vantagem competitiva para qualquer organização, assim, adquirir conhecimentos sobre como administrar com eficácia seu comportamento torna-se fundamental, especialmente aos profissionais que atuam ou desejam atuar como líderes.
A habilidade em lidar com pessoas é um requisito importante para a atuação em cargos de liderança. De qualquer modo, atuando ou não em cargos de liderança, por si só a compreensão de alguns aspectos relacionados ao comportamento humano poderá auxiliar na obtenção de um melhor desempenho nos diferentes papéis a serem executados ao longo da vida. Não é algo fácil, pois exige esforço (algo que não é natural), mas vale a pena na medida em que percebemos seus resultados. Persistência também é outro atributo vital nesta jornada. E disciplina, muita disciplina! É necessário saber aplicar os conhecimentos do CO (Comportamento Organizacional) nos ambientes organizacionais por meio da aplicação de um modelo de gestão estratégica de pessoas, com foco no comportamento e nos processos, e não em questões administrativas.
Contudo, nesse cenário é preciso considerar que o modelo de gestão comumente aplicado em muitas organizações, tem aberto um espaço gerador de sentimentos confusos e desordenados por conta dos modelos e práticas ao qual muitos trabalhadores estão submetidos, repercutindo tanto na forma como o trabalhador está exercendo sua atividade, quanto no modo como sua saúde está sendo afetada. Faz emergir a necessidade de olhar para o trabalhador como um sujeito, que foi perdendo muito do seu modo de ser humano, em benefício das questões do mundo da empresa e do capital. São essas preocupações que precisam ser consideradas em práticas para o desenvolvimento humano: resgatar, em prol do humano do trabalhador/executivo, sua espontaneidade, sua capacidade de criar e sua sensibilidade, para as organizações poderem dispor de sujeitos/trabalhadores mais apropriados às reais demandas presentes no mundo do trabalho. É preciso caminhar para que as práticas realmente apropriem-se e cuidem do lado humano do sujeito trabalhador. Desenvolvimento do capital intelectual ou do desenvolvimento do potencial humano? Pessoas são ativos tangíveis, intangíveis? Vamos refletir um pouco mais a respeito?
Segundo Mayo (2003), a maioria dos executivos-chefes se apressaria em concordar com a noção, já usual, de que o quadro de funcionários é o maior ativo de uma empresa. Contudo, dentro de uma companhia, nem sempre as pessoas têm a oportunidade de vivenciar decisões e políticas que reflitam isso na vida do dia-a-dia. É mais provável que vejam sua empresa ser administrada com olhos na eficiência e na minimização dos custos. Ao perguntar a grupos de pessoas como eles percebiam a realidade no Reino Unido, descobri que só menos de 20% achavam que as decisões tomadas pela alta executiva condiziam com o discurso sobre o valor real da pessoa. O contador que certa vez me descreveu o funcionário (admitidamente com um sorriso) como um "custo ambulante sobre pernas" está de certo modo mais próximo da realidade.
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