O Emile Durkheim
Por: Clear Farias • 10/7/2019 • Resenha • 1.413 Palavras (6 Páginas) • 170 Visualizações
. Emile Durkheim é entendido como o sociólogo responsável por dar o corpo cientifico a sociologia. A permanência de seu pensamento, sua condição de “clássico” das ciências sociais, deve-se, no entanto, a mais que isso. Se apresenta nos conceitos que formulou para compreender a sociedade em seus diferentes estágios, assim como na determinação do método mais adequado à explicação dos fatos sociais. Durkheim procurou fazer da sociologia uma ciência com um padrão de cientificidade comparável ao das ciências naturais. Visto como o pai da sociologia, ele delimitou seu lugar na divisão do trabalho intelectual, diferenciando-a tanto das demais disciplinas das ciências humanas. Durkheim propõe-se a demonstrar a possibilidade de a sociologia existir como ciência específica por meio da determinação de um objeto que lhe é próprio e só pode ser explicado sociologicamente – o fato social
Para Durkheim os fatos sociais acontecem independente das ações individuais , comparando a sociedade com um organismo vivo, para ele a sociedade é quem molda as ações individuais . Caracterizando a sociedade como anterior as questões individuais, usando de exemplo os valores morais anteriores ao nascimento de um individuo que por já estarem inseridos na sociedade esse sujeito acaba aderindo durante sua vida.
“ È fato social toda maneira de fazer, fixada ou não , suscetível de exercer sobre o individuo uma coerção exterior (...) que é geral na extensão de uma sociedade dada e ao mesmo empo, possui existência própia na independente de suas manifestações individuais’.Durkheim (2007.p17).
Para Durkheim o fato social é geral, coercitivo e exterior. A generalidade ocorre quando os fatos sociais são coletivos e não individuais. Assim, atingem toda a sociedade. A exterioridade é a característica que denomina os fatos sociais exteriores ao indivíduo e que já estão organizados antes mesmo dele nascer. A coercitividade está relacionada ao poder ou à força que os padrões da cultura de uma determinada sociedade são impostos aos integrantes. O grupo (e a consciência do grupo) exerce pressão (coerção) sobre o indivíduo: Durkheim inverte a visão filosófica de que a sociedade é a realização de consciências individuais. Para ele, as consciências individuais são formadas pela sociedade por meio da coerção. A formação do ser social, feita em boa parte pela educação, é a assimilação pelo indivíduo de uma série de normas, princípios morais, religiosos, éticos, de comportamento, etc. Esses que controlam seus comportamentos.
Os fatos sociais consistem em maneira de agir, de pensar e de sentir, exteriores ao indivíduo, e que são dotadas de um poder de coerção em virtude do qual esses fatos se impõem a ele. Por conseguinte, eles não poderiam se confundir com os fenômenos orgânicos, já que consistem em representações e em ações; nem com os fenômenos psíquicos, os quais só têm existência na consciência individual e através dela. Esses fatos constituem portanto uma espécie nova. (Durkheim, 1995: p.3).
Um exemplo de fato social para Durkheim é o suicídio, que pode ser estudado com objetividade pela ciência, pois não é algo individual e acontece com uma determinada regularidade dentro da sociedade. Durkheim afirma que o suicídio deve ser estudado de três formas, que estão diretamente ligadas a sociedade. O suicídio anomico: acontece quando a sociedade está em crise, se degradando, e o individuo perde as esperanças; Suicídio egoísta: quando o individuo não se sente pertencente a determinada sociedade; suicídio autuistra: quando é feito de forma a defender uma sociedade de forma coesa, que ocorre através de um pensamento voltado a sociedade.
Desse modo, para Durkheim os fatos sociais só podem ser estudados objetivamente, como “coisas”. A análise dos fatos sociais exige reflexão precedente e fuga de idéias projetadas anteriormente . O fato social seria resultado da vida comum, com isso Durkheim afirma a necessidade de um estudo de forma objetiva e cientifica. Diante dos métodos de Durkheim ele afirma que sociólogo ao estudar os fatos sociais, deveria despir-se de todo o sentimento e toda a pré-noção em relação ao objeto. É necessário estar livre de valores, e tratar com imparcialidade, sem colocar experiências individuais ,não permitindo que a subjetividade do sociólogo interfira na sua pesquisa.
Durkheim afirma a importância de estudar cada sociedade individualmente, alegando que a concepção de normal e patológico é relativo a cada tipo social, deixando assim a necessidade o agrupamento de tipos sociais conforme suas semelhanças.
"Em síntese, as características do seu método sociológico são: em primeiro lugar, ele é independente de toda filosofia (...). Em segundo lugar, é objetivo. Ele é inteiramente dominado pela idéia de que os fatos sociais são coisas e como tais devem ser tratados (...).” É um terceiro traço característico o de ser exclusivamente sociológico”. (Durkheim, 1995)"
Processos de diferenciação social a partir dos conceitos de solidariedade social, consciência coletiva, individualismo e anomia:
Durkheim ao longo das suas análises afirma que nas sociedades existe uma solidariedade social, resultante da divisão do trabalho. E que no decorrer do tempo essa divisão do trabalho produz a transferência da "solidariedade mecânica" para a "sociedade orgânica".
Para Durkheim a sociologia tem domínio do estudo da solidariedade, caracterizando a solidariedade social como um fenômeno moral. E complementa que é necessário estudar esse fenômeno através de seu fato externo, pois ele não se apresenta de forma exata. Sua representação seria" o direito ".
"Durkheim a partir do direito demonstra os tipos de solidariedade que estão presente nas sociedades. Para tanto, ele divide as regras jurídicas em duas grandes espécies, de acordo com sanções repressivas organizadas ou sanções apenas restitutivas. A primeira compreende todo o direito penal; e a segunda, o direito civil, comercial, processual, administrativo e constitucional". ( a soc. De Durkheim.p 14)
A SOLIDARIEDADE MECÂNICA: sociedades tradicionais, baseadas numa consciência coletiva, num conjunto de crenças e sentimentos comuns. Nestas sociedades, não há espaço para o individualismo, os laços baseiam-se nas igualdades entre os indivíduos e grupos.
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