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O contexto da década de 80 para o Serviço Social

Por:   •  27/7/2017  •  Resenha  •  1.890 Palavras (8 Páginas)  •  331 Visualizações

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O contexto da década de 80 para o Serviço Social

De acordo com Yolanda Guerra nos anos finais da década de 70 e na década de 80, surgiram muitas lutas e movimentos de base em diferentes espaços. A conjuntura nacional foi marcada por fortes mobilizações tanto no setor urbano, quanto rural. Merecem destaques: a revitalização dos movimentos campesinos, o surgimento da Comissão Pastoral da Terra (CPT, em 1975) e do Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST, 1984). No setor urbano, a constituição do “novo sindicalismo” e a fundação da Central Única dos Trabalhadores (CU,1983).

Segundo Yolanda Guerra à profissão, responde a cada situação destas participando das lutas da classe trabalhadora como um todo e das categorias profissionais por melhores salários. Para o Serviço Social neste período lutou muito por um piso salarial.

Para a autora os anos 80 marcam o caminho para o que Iamamoto chama de “ travessia para a maioridade intelectual e profissional dos assistentes sociais, para a sua cidadania acadêmica” (1996:90). A profissão passa a ter maior reconhecimento após os cursos de pós-graduação e após os mestrados e doutorados.

De acordo com a autora ainda na década de 80, a categoria participa ativamente de sua própria organização politico-sindical e da luta em prol de uma Constituição que incorporasse os interesses dos segmentos da classe trabalhadora, em especial na construção de uma concepção universal pública e gratuita de política social, principalmente a Política de Seguridade Social.

Para a autora a acumulação teórica operada pelo Serviço Social com a incorporação de perspectivas críticas, especialmente a de tradição marxista, permite o salto qualitativo na análise e interpretação da sociedade burguesa, com vistas a captar as contradições que permitam a ruptura com suas instituições e a transformação de suas estruturas. A constituição de uma massa crítica, reconhecida tanto interna quanto externamente, resultante desta acumulação, exige um esforço significativo da categoria no sentido de qualificar a formação em nível de graduação, adequando-a ao perfil profissional competente, crítico e compromissado, capaz de responder ao tempo histórico em curso.

Outro ponto a ser destacado é que com a aprovação do código de ética em 1986 e com a revisão em 1993 coloca a profissão a se pensar a sua emancipação a partir de lutas enquanto classe trabalhadora.

A partir de todo esse contexto da década de 80 será enfatizado também no mesmo período sobre a revisão curricular da Faculdade de Serviço Social – PUC-SP

Projeto de revisão curricular da faculdade de Serviço Social – PUC-SP

Diretora: Maria Carmelita Yasbek

Equipe responsável: Isaura Isoldi de Mello Castanho e Oliveira,

Maria Berenice Godinho Delgado,

Marilda Villela Iamamoto,

Rosalina de Santa Cruz Leite.

De acordo com Yasbek a década de 80 tem um marco muito importante para o Serviço Social pois neste período a profissão está passando por uma reestruturação curricular da Faculdade de Serviço Social da Pontifíca Universidade Católica de São Paulo.

Segundo a autora a revisão do currículo foi acompanhada por um projeto de pesquisa sobre a temática que subsidiou e sistematizou a discussão levada a efeito pelo conjunto dos agentes diretamente envolvidos na formação profissional do assistente social: professores, alunos e profissionais-supervisores de estágio – que tiveram participação, em diferentes níveis, nos resultados obtidos.

È notório que durante todo este processo houve envolvimento de vários atores e a proposta do curso é fruto de um debate coletivo e não de atores isolados, pois abrangem as três dimensões básicas da proposta educacional da Faculdade: docência teórico- prática, pesquisa e serviços. Esse novo currículo traz novas exigências para o curso de Serviço Social.

1- Contextualização da revisão curricular da Faculdade de Serviço Social.

De acordo com a autora a revisão do curso de Serviço Social é assumida pela Faculdade num momento peculiar da trajetória da PUC- SP: a busca de construção de um novo projeto de Universidade.

A proposta do currículo é decorrente da explicitação dos fundamentos básicos quanto à concepção de profissão e á formação profissional do assistente social hoje, derivando daí o perfil do profissional que se pretende formar, os eixos básicos norteadores do curso, a política de pesquisa e a política pedagógica assumida e, finalmente, a tradução desses elementos na operacionalização do currículo.

Nota-se que um outro aspecto a ser considerado na contextualização da Revisão curricular refere-se às preocupações emergentes no debate profissional contemporâneo, que buscam resgatar as conquistas substanciais do denominado “ movimento de reconceituação do Serviço Social”, de âmbito latino-americano, superando as debilidades teórico-metodológicas que o marcaram e adequando suas reflexões ao novo momento conjuntural da sociedade brasileira e aos avanços identificados na analise teórica sobre o Serviço Social.

Os profissionais nesse contexto buscavam superar o que eram impostos a eles, que era responder as meras demandas do mercado de trabalho. Na verdade o que eles almejavam era ter uma atuação profissional que defendessem os interesses das classes sociais subalternas.

Porém esta perspectiva vem enfrentando desafios postos pela sociedade brasileira. Questionam-se as diretrizes da formação profissional predominantes no ensino de Serviço Social brasileiro, seus objetivos e conteúdos; criticam-se a estrutura curricular, os estágios práticos e a supervisão, e a pedagogia de ensino.

È importante destacar que durante o processo de revisão do projeto de curso existe uma situação histórico-conjuntural vivida no País. Neste momento o país estava vivendo uma crise econômica que influenciavam diretamente na divisão internacional do trabalho e fruto de um modelo de crescimento econômico concentrador de renda e de capital implementado pelo Estado. Com isso o custo de vida da população era elevado, os salários eram rebaixados em comparação com os preços das mercadorias, desemprego, inflação, fome, violência, etc. Esta crise era fruto de uma política recessiva no tratamento da economia brasileira, que aliada a crise do capitalismo a nível internacional, vem afetando a maioria da população, recaindo sobre o conjunto de trabalhadores.

É neste quadro conjuntural, que

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