O leitor de Marx- José Paulo Netto
Por: Aline Moura • 2/6/2015 • Resenha • 368 Palavras (2 Páginas) • 1.648 Visualizações
O LEITOR DE MARX - INTRODUÇÃO
José Paulo Netto
A caminho do comunismo: emancipação humana e revolução
Na segunda metade do ano de 1843, Marx se propões a dois projetos: uma revisão do pensamento político de Hegel e a criação de um periódico que vincule a filosofia à intervenção política. Nesse mesmo período Marx examina a fundo a Filosofia do direito hegeliana, em que, sob a direta influência de Fauerbach, desconstrói as formulações hegelianas. Em parceria com Arnold Ruge, é criado o periódico “Anais Franco – Alemães”, em que pretendiam vincular a elaboração política dos franceses à reflexão filosófica alemã. Nos textos desse periódico, assinalam a sua incorporação do materialismo e o seu trânsito do radicalismo democrático à perspectiva revolucionária.
Para Bauner, a igualdade legal de direitos, própria da emancipação política, supunha um Estado emancipada da religião, para ele o ateísmo era a condição para a emancipação política. Marx afasta-se de seu colega, pois considera a sua proposição insuficiente para a luta dos judeus, critica Bauner pelo fato de conservar a questão em termos religiosos.
Marx quer transformar as questões religiosas em questões políticas e para isso centra a atenção no Estado, instaurando-se como comunidade política.
A opção comunista e a maturação teórica de Marx
No primeiro trimestre do ano de 1844, Marx ingressa claramente no campo da crítica radical à sociedade capitalista e passa a se identificar como revolucionário. Marx faz uma escolha: torna-se comunista.
Nesse mesmo período, Marx frequenta os meios operários franceses, contata com pensadores socialistas, e liga-se aos trabalhadores emigrados alemães, marcando o começo de uma relação com os proletariados. O comunismo de Karl Marx é um comunismo proletariado. Marx faz uma opção de classe.
Agora, em 1844, Marx com sua perspectiva comunista, dirige-se à análise do que chamará de “anatomia da sociedade civil”. Para tal, não bastam considerações filosóficas é necessário também uma crítica à economia política. Como resultado desse encontro entre Marx e a economia política, Marx começa a elaborar a sua concepção ontológica do homem como ser político e social; mostra que o trabalho assalariado aliena o trabalhador de si mesmo, dos outros homens e da natureza tanto quanto aliena também o capitalista.
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