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O Serviço Social No Brasil - Fátima Grave Capitalismo Monopolista E Serviço Social - José Paulo Netto

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Por:   •  28/7/2014  •  2.847 Palavras (12 Páginas)  •  936 Visualizações

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Roteiro da Unidade II

Textos: O Serviço Social no Brasil – Fátima Grave

Capitalismo Monopolista e Serviço Social – José Paulo Netto

Contexto Histórico

O Serviço Social no Brasil emerge numa época peculiar da história da sociedade burguesa, quando mundialmente observava-se o fortalecimento do capitalismo monopolista, caracterizado pela construção de uma nova configuração do espaço público-estatal, gerando, assim, novos papéis e funções para o Estado.

Pensando em termos nacionais, observava-se o desenvolvimento de um processo de “dominação burguesa”, o que resultaria décadas mais tarde, na sedimentação de um capitalismo dependente e periférico, atualizando, sob novas bases, a tradição autoritária e conservadora brasileira.

Em suma, na trajetória histórica do Brasil, há uma junção ao conjunto de fatores, a reorganização da Igreja Católica em prol de um amplo movimento de recristianização da humanidade e, principalmente, da reafirmação de seus interesses e privilégios, temporariamente abalados com o advento da República.

Desse modo, Iamamoto ressalva é neste cenário que “o Serviço Social emerge com bases mais doutrinárias que científicas, no bojo de um movimento de cunho reformista conservador”.

O que se pode constatar é que de um lado o Serviço Social atua através de ações voltadas para o soerguimento moral dos trabalhadores e suas famílias, e por outro; constituiu-se em importante veículo de contenção das crises cíclicas da ordem burguesa e de “antídoto” contra a ameaça comunista.

É neste cenário, dos anos 30, que emergem as condições objetivas para a instauração de um amplo programa de redimensionamento do Estado brasileiro, que toma para si a responsabilidade de promover a reprodução material e ideológica dos trabalhadores e articula um significativo conjunto de políticas sociais, capaz de amenizar as tensões provocadas pela ordem burguesa.

Estão dadas, portanto, as condições para a criação de um determinado espaço sócio-ocupacional para os profissionais de Serviço Social, possibilitando a inscrição formal da profissão na divisão social e técnica do trabalho. Assim, a inserção deste profissional na divisão social e técnica do trabalho irá demandar um determinado perfil capaz de objetivar as demandas em soluções imediatas e concretas e/ou paliativas, dependendo da situação que lhe chega.

Será supostamente o profissional bem-educado, de aparência simples e despojada, capaz de adentrar às intimidades privadas de seus “clientes”, com a seriedade e a ternura que fazem dele um “profissional da ajuda”, do aconselhamento e da indulgência. Enfim, um profissional cuja postura e imagem devem ser afinadas com a perspectiva brasileira, quer seja, “... uma terra sem males definidos ou irremediáveis, regida por uma encantadora neutralidade moral. Lá não se trabalha, não se passa necessidade, tudo se remedeia.”

Construção da auto-imagem profissional

De acordo com José Paulo Netto, existiu e existe um amplo debate no que se diz respeito às relações entre o estatuto teórico do Serviço Social e a sua condição sócio-profissional, uma vez que o estatuto profissional é posto basicamente como dependente do seu fundamento cientifico, desconsiderando uma configuração profissional baseada nas demandas histórico-sociais.

O que ocorre é que na construção de uma auto-imagem da categoria, buscava-se cortar seu exercício profissional com as suas protoformas, e uma base persuasiva para tal corte seria oferecida pelo recurso do suporte cientifico como fundantes da profissão.

Em suma, ao mesmo tempo em que se tenta cortar os laços do Serviço Social com suas protoformas, suas intervenções assistencialistas e filantrópicas, buscando assim uma maturidade cientifica, não se consegue cortar tais laços, pois são as mesmas protoformas que legitimaram e fundamentaram a profissão.

Além disso, essas mesmas protoformas dão a profissão um caráter de subalternidade técnica, e essa tentativa de distanciamento deste caráter acaba sendo dificultado, uma vez que há o estereótipo de uma profissão exercida por mulheres, que socialmente já são inferiorizadas.

Constata-se também um procedimento que acaba por escurecer a visão que se pode estabelecer da sua estrutura teórica.

Desse modo o autor pontua que a afirmação e o desenvolvimento de um estatuto profissional (e dos papeis a ele vinculados) se opera mediante a intercorrencia de um duplo dinamismo: de uma parte, aquele que é deflagrado pelas demandas que lhe são socialmente colocadas; de outra aquele que é viabilizado pelas suas reservas próprias de força (teóricas e pratico sociais).

O autor pontua dois momentos que atestam tal afirmativa: a viragem psicologista, que nos anos vinte instaurou um papel peculiar para o Serviço Social de Caso, e a ascensão da organização e do desenvolvimento de comunidade.

Serviço Social e Sincretismo

SINCRETISMO: Sistema filosófico ou religioso que tende a fundir numa só várias doutrinas diferentes; ecletismo.

O sincretismo foi um principio constitutivo do Serviço Social, o fio condutor da afirmação e do desenvolvimento do Serviço Social como profissão, seu núcleo organizativo e sua norma de atuação.

Tal estrutura sincrética baseia-se em 3 fundamentos objetivos:

- O universo problemático original que se lhe apresentou como eixo das demandas histórico-sociais, convencionalmente chamado de “questão social”, que se apresenta multifacetado, como um conjunto Sincrético, entre a fenomenalidade e o sincretismo.

- o horizonte de seu exercício profissional, caracterizado pelo “cotidiano”, que denota que a intervenção do profissional transita pelos condutos da cotidianidade, ou seja, seu material institucional é a heterogeneidade ontológica do cotidiano e seu encaminhamento técnico e ideológico não favorece “suspensões”, ou operações de homogeneização.

- sua modalidade especifica de intervenção, que contribui decisivamente, juntamente com os dois pontos anteriores, para inscrever o SSO no circulo de giz do Sincretismo.

É característico dessa modalidade de intervenção, a manipulação de variáveis empíricas de um contexto determinado.

O Autor ainda pontua que toda operação do assistente social que não se coroa com uma alteração

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