Primórdios do conceito de gênero (Heleieth I.B. Saffioti)

MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO[pic 1][pic 2]

UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS

UNIDADE ACADÊMICA ESPECIAL DE CIÊNCIAS SOCIAIS E APLICADAS

NÚCLEO LIVRE

GÊNERO, DIREITO E SEXULIDADE

DOCENTE: DRª SILVANA BELINE

DISCENTE: BEATRIZ NUNES

Primórdios do conceito de gênero (Heleieth I.B. Saffioti)

Se, para muitas feministas, o conceito de gênero é central, ganhando relevante importância para a compreensão das relações humanas, assim como no questionamento do que se entende por ‘homem e mulher’, não pode-se dizer que essa abordagem é unânime e de tal modo, central na discussão do feminismo.

Para Saffioti, pesquisar e escrever sobre o tema mulher em um período histórico francês relativamente complicado diante da situação ambígua do cenário local, tem um sobrepeso maior e desafiador. A sociedade tinha outras prioridades e certamente, Simone de Beauvoir não detinha de todo arsenal teórico ao qual hoje temos acesso. Sendo assim, Saffioti traz uma analise de “O Segundo Sexo”, livro de autoria de Beauvoir.

As relações de gênero estão vinculadas a relações de poder e, em uma sociedade patriarcal e conservadora, logicamente, as mulheres deveriam ser subordinadas aos homens e as relações as quais são impostas, o que torna-se uma dificuldade para um projeto de transformação social.

Neste cenário, Saffioti traz que as relações afetivas são consequências das relações humanas e, portanto, Simone de Beauvoir se consolidou muito bem diante o que a ela era imposto e a mesma negava. Somos seres humanos dotados de inteligência e perspicácia, portanto, temos o livre arbítrio para escolher conforme nossos anseios. Assim sendo, o grupo feminista não deve negar seu apego emocional com outrem devido a uma imposição machista por se contextualizarem como grupo feminista de esquerda.

A própria história contribui para o empoderamento de determinada categoria da sociedade (SAFFIOTI, 1999, p. 160), por isso, o feminismo é uma categoria política de esquerda que, ao traçar suas bases iniciais, englobavam apenas as mulheres que não se contentavam com o papel das mulheres na sociedade.

Porém, hoje, o objetivo do feminismo como categoria política, engloba em ampliar o acervo e os limites contemporâneos, para a igualdade social de gênero (homem/mulher). No entanto, relembro que as relações de gênero são relações de poder e, portanto, modificar as bases iniciais seria sim abrir novos horizontes e, consequentemente, perder parte de características do movimento.

A mais famosa frase de Simone de Beauvoir: “On ne naît pas femme, on le devient.” (Ninguém se nasce mulher, torna-se mulher), é a mais representação do feminismo histórico. Simone, a partir disso, mostra que é necessário negar ao determinismo biológico e consolida o livre arbítrio do ser humano. É necessário aprender a ser mulher. O convívio social mostrará como, eventualmente, será a gênese do gênero.

Beauvoir foi consolidadamente uma teórica inicial que mostrou como uma sociedade deve largar os pré-conceitos e tornar-se humanamente livre de conceitos pré-determinados e impregnados.

Para finalizar, trago uma última frase:

“Hoje, estamos no gênero, terreno no qual “On ne naît pas femme, on le devient.”. (SAFFIOTI, 1999, p. 163.).

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