RASCUNHO SERVIÇO SOCIAL E A RESPONSABILIDADE MENTAL E AMBIENTAL
Por: rebecamavilla • 2/4/2020 • Trabalho acadêmico • 1.461 Palavras (6 Páginas) • 148 Visualizações
Vivemos uma crise ambiental sem precedentes, impulsionada pelo modo de produção vigente e que põe em risco o equilíbrio natural que ocorre com a acelerada degradação do Meio Ambiente e a nossa sobrevivência e de gerações futuras. A natureza é concebida como um objeto passivo, separado da espécie humana, dentro de uma perspectiva utilitarista. Em meio a esse contexto, as problemáticas ambientais, resultado desse processo de exploração desenfreada, se agravam, expressando-se em todos os âmbitos da sociedade, e atingindo a todos nós de forma profunda. Faz-se necessária a apreensão da temática e a intervenção de profissionais de diferentes campos do saber.
Diversos estudos realizados com populações atingidas por tragédias ambientais revelam um aumento de problemas relacionados com a saúde mental, tais como estresse, ansiedade e depressão. Atenção especial deve ser voltada aos efeitos psíquicos gerados pelo desastre, como depressão e ansiedade. Estes impactos devem ser monitorados ao longo dos meses e anos, visando detectar alterações no perfil de saúde da população de toda a região afetada"
O Assistente Social e o psicologo, que lida cotidianamente com as expressões da questões sociais e mentais, encontram dificuldades para a captura da temática, mesmo que as expressões da questão ambiental desviem em seu objeto de intervenção e este tema esteja ligado às áreas de atuação do profissional. O enfrentamento á essa questão implica na compreensão de suas causas econômicas, sociais e políticas. A apreensão da crise ambiental transcorre as relações homem-natureza, insere-se nas relações sociais e pressupõe a contemplação da questão ambiental, fruto desse processo.
Meio Ambiente diz respeito à qualidade de vida, e é importante frisar que os direitos básicos da população, viabilizados pelo Assistente Social e o Psicologo, e a própria garantia da qualidade de vida, dependem da qualidade do ambiente no qual se está inserido. Podemos encontrar em algumas favelas urbanas, onde as condições fisicamente precárias “agravam seriamente a vulnerabilidade dos pobres” a um conjunto de problemas que vão desde doenças ocasionadas pela falta de saneamento a diversos desastres naturais, tais como inundações e deslizamentos.
Nessa perspectiva, o Assistente Social é um profissional que pode se articular com os movimentos sociais, está próximo das camadas menos favorecidas, possui uma função educativa, e cujo projeto ético político aponta na direção da emancipação humana, e da construção de outra sociabilidade.
É fundamental a inserção do debate sobre vulnerabilidade e gestão dos desastres na agenda do Serviço Social. A relação entre Serviço Social e desastres está, muitas vezes, restrita ao campo da intervenção dos(as) assistentes sociais junto à população atingida pelos eventos. A profissão tem uma larga história na gestão dos desastres e no atendimento da população em momentos de crise. A atuação do(a) assistente social permite que a população atingida tenha acesso aos serviços básicos disponíveis e seus direitos fundamentais garantidos durante e após a crise, o Serviço Social atua na prestação de serviços que oferecem alívio e mitigação da crise à população atingida e o necessário à sobrevivência em meio à situação de emergência gerada pelo desastre.
Contudo, a produção teórica e as estratégias de intervenção social são primitivas na área , a intervenção social que hoje incide sobre a atenuação, preparação, resposta e períodos de recuperação de desastres deve avançar para o campo da formação, da investigação teórica e da produção científica.
O Serviço Social, por atuar diretamente com a população impactada e vulnerabilizada pelos desastres, pode se utilizar desse modelo. A profissão necessita aproximar o debate das questões ambientais e da gestão dos desastres, tanto na área de atuação profissional como na de formação, pesquisa e produção científica. O assistente social poderá se inserir neste campo de forma propositiva, crítica, com ações sustentadas nos eixos teórico-metodológico, ético-político e técnico operativo, onde o projeto ético-político do Serviço Social constitui ferramenta essencial e referência a todos os profissionais que buscam imprimir um diferencial de qualidade em seu exercício profissional.
A prática inter organizacional da profissão é imprescindível no momento do desastre e no pós-impacto deste, porque essas redes são quase sempre interrompidas em situações de crise e precisam ser restabelecidas rápida e eficientemente. No entanto, a fase pré impacto dos desastres também é fundamental. Por isso a importância de articular o conhecimento, vivenciado na prática, sobre desastres à dinâmica de formação da profissão .
Buscamos discutir a inserção da vulnerabilidade e da gestão dos desastres
na agenda do Serviço Social. Apesar de não ser possível o aprofundamento em
todas as temáticas abordadas, o trabalho discutiu a centralidade da atuação da
profissão no atendimento das situações de emergência.
fonte/ referencias:
https://agenciabrasil.ebc.com.br/geral/noticia/2019-02/estudos-sobre-saude-mental-apos-desastres-ambientais-revelam-desafios .
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a atenção básica, através da ESF, deve ser referência e organizadora de toda a rede de saúde, deveria, portanto, abarcar a saúde mental nas suas ações cotidianas (de promoção, prevenção e atenção curativa) e organizar o acesso aos demais níveis de atenção (CAPS, hospitais...), mantendo-se co-responsável pelo cuidado. Entende-se que atribuir ao CAPS a função de porta de entrada e de organizador dos serviços de saúde mental cria um fluxo paralelo na rede de atenção, centraliza a demanda de saúde mental nesse serviço e distancia a atenção básica das ações de saúde mental, como se a saúde mental pudesse ser separada da saúde integral. Uma das consequências diretas dessa desarticulação entre o campo de saber e as práticas da saúde mental e as ações básicas de saúde é a existência e o aumento de demanda reprimida em saúde mental, como constatado no estudo de Dimenstein et al. (2005).
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