Resenha "Pesquisa Social - Teoria, Método e Criatividade"
Por: Maria Luísa Moura • 23/11/2017 • Resenha • 1.098 Palavras (5 Páginas) • 2.264 Visualizações
UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO
CENTRO DE CIENCIAS SOCIAIS APLICADAS
- DEPARTAMENTO DE SERVIÇO SOCIAL
Disciplina: Oficina de Trabalho Científico
Professora: Rosineide de L. M. Cordeiro
Estagiária Docente: Vanessa Eletherio
Monitor: Alexsandro Siqueira
Período Letivo: 1º semestre/2016
Aluno(a): Maria Luísa Moura Carvalho de Holanda
Resenha da obra “Pesquisa Social – Teoria, Método e Criatividade”
O livro Pesquisa Social – Teoria, Método e Criatividade (Editora Vozes, 1997, 80 páginas), organizado por Maria Cecília de Souza Minayo, procura descrever como se dá a construção de uma pesquisa social qualitativa, o que é, como ela é dividida, os processos e etapas que são necessários durante seu desenvolvimento. Para que tal análise seja feita, o livro se divide em duas partes, e é subdividido em quatro capítulos, cada um escrita por um autor (a). A primeira parte é mais teórica e se detém a explicar a historicidade os as características do objeto de estudo das Ciências Sociais, já a segunda é mais técnica e expõe regras e procedimentos para a concepção do projeto de pesquisa.
O livro se inicia por Minayo (1997) explicando como a cientificidade dentro das Ciências Sociais se aplica de modo diferente das Ciências da Natureza, pois existe o fator da historicidade. A diferença se constituiria na natureza do estudo das Ciências Sociais, que é a sociedade e seus significados e ações, o que quer dizer que o investigador não se apresenta como mero observador, mas sim como parte da observação, pois ele também faz parte da sociedade, e isso criaria uma identidade entre o investigador e o objeto de estudo. O que quer dizer que o olhar do pesquisador varia de acordo com época, lugar, e que lugar ele ocupa na sociedade. E essas características constituem da pesquisa social uma pesquisa qualitativa, que a autora explana em quatro tópicos essenciais que estão vinculados uns aos outros, que são a Metodologia, que seriam os parâmetros para aplicação tanta da teoria quanto da técnica na pesquisa, a Pesquisa que seria a indagação, a problemática do projeto, as Teorias, que são conhecimentos de outros estudiosos utilizados na pesquisa para auxiliar e orientar o processo de investigação, e os Conceitos que seriam o modo de ordenação dos objetos de estudo.
A partir dessas características vem então a construção de um projeto de pesquisa qualitativo, que segundo Deslandes (1997), autora do segundo capítulo do livro, é um processo com várias fases. Mas existem três dimensões importantes para o desenvolvimento da pesquisa que são as dimensões técnicas, que se tratam basicamente dos instrumentos de investigação científicos para a construção do projeto, as dimensões ideológicas que são as escolhas pessoais do pesquisador sobre o conhecimento científico, que segundo a autora, são sempre escolhas socialmente e historicamente condicionadas, e as dimensões científicas que são articulações das duas primeiras dimensões. A par dessas dimensões, existem os elementos constitutivos de um projeto, que Deslandes (1997) divide em dez partes, a definição do tema e definição do objeto, a definição da base teórica e conceitual, a formulação de hipóteses, a justificativa, os objetivos, a metodologia, os custos e orçamentos (para projetos que precisam de financiamento), o cronograma, as referências bibliográficas e os anexos. E por fim, a autora ensina como ordenar esses elementos para que a pesquisa se apresente de forma a ser compreendida por todos. Seguindo essa ordem, Cruz Neto (1997) começa o terceiro capítulo falando sobre as formas de investigar o objeto de estudo e da importância do trabalho de campo na pesquisa qualitativa, pois se trata de uma forma de se criar conhecimento científico a partir de conhecimento empírico, dando abertura para que novos questionamentos sejam produzidos. A partir disso o autor explica que existem dois tipos de técnicas de observação e coleta de dado no trabalho de campo: a entrevista, que se trata de uma abordagem mais dinâmica com o objeto mas ao mesmo tempo distanciada, e a observação do participante, que se trata de um contato mais direto. Ainda dentro dessa perspectiva, Cruz Neto (1997) também explica como o pesquisador precisa se portar dentro do campo da pesquisa, da aproximação necessária com o objeto de estudo, da relação de troca entre pesquisador e objeto, e do cuidado teórico-metodológico com o tema a ser tratado.
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