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Resumo do texto teoria crítica da família

Por:   •  11/1/2016  •  Trabalho acadêmico  •  4.834 Palavras (20 Páginas)  •  1.224 Visualizações

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Texto: teoria crítica da família

O que é família?

Para entender o significado do conceito família é necessário acabar a aparência de naturalidade existente percebendo que a criação humana é mutável.

Murphy analisa que o grupo formado por marido, mulher e filhos é uma unidade de reprodução, herança e descendência. Devemos compreender que a família não é uma instituição natural ela assume configurações diversificadas em torno de uma atividade de base biológica de reprodução.

O modelo nuclear de família só se consolidou no século XVIII, então se pode dizer que a mutabilidade é uma característica do grupo familiar.

Para Young e Willmot acreditam que a história da família é feita em estágios, no primeiro a família era uma unidade de produção, o segundo estágio é definido pela ruptura com a Revolução Industrial e a venda da força de trabalho, o terceiro estágio a família é a unidade de consumo.

Áries descreve a família como nuclear na relação pai, mãe e filhos com combinação de autoridade e amor paternal. Mostrou que a família moderna trouxe um conjunto de novas atitudes em relação as crianças.

Na aristocracia a família visava a transmissão da vida, a conservação dos bens, a prática de um ofício, ajuda mútua e a proteção de honra e da vida em caso de crise.

Como Áries, Poster mostra que famílias aristocráticas atribui-se pouco valor à privacidade, domesticidade, cuidados maternos, amor romântico e relações íntimas com as crianças.

Família camponesa:tinha traços com a aristocracia, a unidade básica da vida camponesa era a aldeia, a privacidade aqui era desconhecida e sem valor.

Família burguesa:o padrão emocional é definido pela autoridade, usos de ameaça e retiradas de amor, titulo de punição.

Pôster analisa a família trabalhadora que o lar proletário era um “ninho de domesticidade”, as condições de vida eram precárias e para garantir sobrevivência se fazia necessário que todos os membros trabalhassem, família que cada vez mais se parecia com a família burguesa.

Donzelot diz que a família burguesa se consolida no final do século XVIII.

Habermas descreve sobre a privatização da vida familiar através da transformação das residências a partir do século XVII (além de grandes salões, cada membro ganha seu espaço dentro da casa com a divisão de quartos, sala de jantar, sala de visitas, cada um ganha um grau de privacidade e intimidade.

A medicina junto com o Estado intervém nas famílias através das mães valorizando a criança, o núcleo conjugal e espaço privado.

A família pode variar de acordo com as multiplicidade de dimensões.

Diversidade Conceitual

Talcott Parsons a família como uma agência socializadora primária das crianças e a estabilização das personalidades adultas da população. Propõe o estudo da família nuclear como um grupo-tarefa na qual os membros adultos desempenham papéis altamentes diferenciados, assimétricos e complementares o que possibilita modelos masculinos e femininos claramente definidos.

O funcionalismo acentua a importância da criança nos primeiros estágios de desenvolvimento uma relação especial, íntima e intensa com a mãe. Ocorre um isoladamente da família nuclear moderna acentua o peso do papel da mãe.

Goode afirma que quando o sistema econômico se expande devido a industrialização os padrões familiares se modificam: os laços de família multiplicada se enfraquecem, os padrões de linhagem dissolvem e uma tendência para certa forma de sistema conjugal começa a aparecer, ou seja, a família nuclear torna-se uma unidade de parentesco mais independente, o autor lembra um lado funcionalista e diz que a família conjugal deve ser vista como um tipo ideal, no sentido weberiano do termo.

No marxismo a família não é um tema privilegiado, diz que a reprodução dos seres humanos se dá por suas relações com o sistema de produção. Segundo a vertente do marxismo a família seria um grupo social voltado para a reprodução da força de trabalho, no qual os membros do sexo feminino se encarregariam da produção de valores de uso na esfera privada, cabendo aos homens a produção dos valores de troca através da venda da sua força de trabalho no mercado. Dentro dessa ótica a família era uma instituição mediadora entre mercado de consumo e o de trabalho. Muitos anos mais tardes voltou-se ao tema família pelas mãos do feminismo.

Mitchell faz crítica a Engels pois reduz o problema das mulheres a sua capacidade de trabalho, sem levar em conta o elemento biológico a função materna. As estruturas-chaves seriam: a produção, a reprodução, a sexualidade e a socialização das crianças.

È o papel das mulheres na família que faz com ela participe de 3 estruturas diferentes: reprodução, sexualidade e a socialização das crianças. A família necessita ser analisada com a combinação dessas estruturas.

Escola de Frankfurt tenha uma linha oposta ao funcionalismo, critica o papel conservador desse grupo social (família) e o elemento de dominação dele, cujo mecanismo central e a autoridade do pai sobre o filho.

Agnes Heller traz a tona pensar a família como agência de reprodução ideológica, ou seja, é na vida cotidiana que o homem desenvolve suas ideias, atos, relações, se desenvolve.

Vida cotidiana: é um conjunto de atividades na qual o homem tem a possibilidade de se reproduzir socialmente.

Antropologia surgia para desnaturalizar e desuniversalizar a família.

Família é um grupo social concreto e o parentesco é uma abstração (uma estrutura formal que resulta da combinação de 3 relações: relação de descendência (entre pais e filhos que é bilateral), a de consanguinidade (entre irmãos) e a de afinidade (que se dá pelo casamento). O casamento legitima a relação com os filhos. A antropologia permite pensar a variabilidade, a desuniversalização e a desnaturalização da família e também a decomposição das relações nela envolvidas. A antropologia pensa a família como um grupo de procriação e de consumo, local privilegiado no qual ocorre a divisão sexual do trabalho (ocorrendo o grau de autonomia e subordinação da mulher).

Na antropologia a família tem regras proibitivas de relações sexuais entre parentes próximos, divisão do trabalho baseada no sexo e casamento como instituição socialmente reconhecida estabelecendo as bases da paternidade social.

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