A CINCO NOTAS A PROPÓSITO DA QUESTÃO SOCIAL
Por: Sindomar Ferreira de Melo • 10/5/2017 • Trabalho acadêmico • 913 Palavras (4 Páginas) • 617 Visualizações
[pic 1]
UNIVERSIDADE FEDERAL DO TOCANTINS
CAMPUS UNIVERSITÁRIO DE MIRACEMA
CURSO DE SERVIÇO SOCIAL
SINDOMAR FERREIRA DE MELO
“CINCO NOTAS A PROPÓSITO DA QUESTÃO SOCIAL”
Atividade apresentada à Universidade Federal do Tocantins – Campus Universitário de Miracema, para avaliação da disciplina de Questão Social e Serviço Social, sob a orientação da Professora. Sabrina Celestino
MIRACEMA DO TOCANTINS
2016
RESUMO
O autor fala que a Questão Social faz parte da Agenda contemporânea do Serviço Social, primeiro porque ocorridas quase duas décadas do fim da Ditadura a dívida social foi acrescida e segundo porque o processo de renovação profissional está ancorando o projeto formativo na intervenção sobre a Questão Social. Fala das diversas compreensões da expressão que da oportunidade surgida com o presente trabalho que apresentará algumas determinações teóricas e históricas para inscrever o entendimento do autor sobre Questão Social no marco da tradição marxista;
Primeira Nota:
A expressão Questão Social surge na terceira década do século XIX com o fim de explicar o fenômeno do pauperismo na Europa Ocidental que consistiu no aspecto mais imediato da instauração do capitalismo em seu estágio industrial concorrencial.
Explica a generalização da pobreza como nova dinâmica trazida pelo advento do sistema capitalista e que crescia na razão direta da ampliação da capacidade do sistema de produzir riquezas. A designação desse fenômeno como Questão Social relaciona-se, diretamente aos seus desdobramentos sócio-políticos - “Mantivessem-se os pauperizados na condição cordata de vítimas do destino, revelassem eles a resignação que Comte considerava a grande virtude cívica e a história subsequente seria outra”. A partir dessa constatação mostra que o inconformismo dos pauperizados com sua situação é uma ameaça à ordem burguesa e designou-se como “questão social”.
Segunda Nota:
A partir da segunda metade do século XIX a Questão Social desliza para o vocabulário próprio do pensamento conservador, sendo o divisor de águas a Revolução Industrial de 1848 que cerra o ciclo progressista da ação de classe da burguesia onde seus intelectuais/representantes ideológicos não conseguem compreender a relação entre desenvolvimento capitalista e pauperização. Posta em primeiro lugar a manutenção e a defesa da ordem burguesa, a Questão Social perde paulatinamente sua historicidade e é crescentemente naturalizada, tanto no âmbito do pensamento conservador laico quanto no do confessional. Para os primeiros, as suas manifestações são desdobramentos da sociedade moderna e no máximo serão objetos de uma intervenção política limitada para amenizá-las e reduzi-las através de um ideário reformista. Já para os segundos, se reconhece a gravitação da Questão Social e se apela para medidas sócio-políticas para diminuir os seus gravames entendendo que somente a sua exacerbação é contrária à vontade divina.
O autor mostra que os dois pensamentos convergem e propõem o enfrentamento da Questão Social a partir de reformas que preserve, antes de tudo e mais, a propriedade privada dos meios de produção, sem tocar nos fundamentos da sociedade burguesa numa ação reformista para conservar.
O autor enfatiza que os eventos de 1848 não atingiram somente as expressões ideais, mas também as bases do movimento dos trabalhadores e trazendo à luz o caráter antagônico dos interesses sociais das classes fundamentais. E deduz que a resolução da Questão Social estaria em função da eversão completa da ordem burguesa, num processo do qual estaria excluída qualquer colaboração de classes e, portanto a supressão da ordem burguesa levaria à supressão da “Questão Social”.
Terceira Nota:
Fala do marco que representou a publicação em 1867 do primeiro volume do Capital de Karl Marx para a compreensão do complexo de causalidades da “Questão Social”.
Mostra que a análise marxiana da “lei geral de acumulação capitalista” revela que o desenvolvimento capitalista produz compulsoriamente a Questão Social e sua existência e manifestações são indissociáveis da dinâmica do capital.
Na sua análise a Questão Social está elementarmente determinada pelo traço próprio e peculiar da relação capital/trabalho-a exploração.
...