A Saúde da população negra e o SUS
Por: Shalon8 • 19/5/2018 • Resenha • 1.518 Palavras (7 Páginas) • 131 Visualizações
Saúde da população negra e o SUS
O racismo é um fenômeno estrutural e estruturante de relações de poder e produtor de hierarquias sociais no capitalismo em escala mundial. O racismo desumaniza suas vítimas e cumpre a função de manter a exploração da força de trabalho, sob o argumento de inferioridade dessas populações.
Sem essas formas primitivas de produção mercantil o capitalismo em seus primórdios não conseguiria se reproduzir. No pós-abolição o capital e seus agentes redesenham suas relações sociais (de poder, dominação e opressão) para manter a classe trabalhadora sob seu jugo e, o racismo cumprir sua função de manutenção do status quo mantendo o negro em seu lugar.
O projeto de expansão territorial e de dominação do período mercantil instaurou um modelo econômico e político de gestão da força de trabalho baseado na superexploração do trabalho, transformando vidas humanas em mercadorias, dizimando culturas. Considerando as condições desumanas, indignas e desiguais sob qual se estabeleciam as relações de exploração e opressão, pode-se afirmar que tanto no passado quanto no presente as condições de vida e saúde da pop foram e são determinadas por fatores sociais.
O pensamento social brasileiro constrói estereótipos sobre o negro, forjados no transcurso de nossa formação social tiveram (e ainda têm), um peso magnifico na imagem construída sobre o negro e seu grupo social. O racismo penetrou nas análises sociológicas sobre a escravidão e a condição do negro no Brasil. A imagem do negro é analisada através de estereótipos que, no decorrer da nossa formação social e histórica, contaminaram o subconsciente do brasileiro através da injeção da ideologia do colonizador, que se convencionou a chamar de preconceito.
A saúde do negro já se transforma em questão deste os navios negreiros. O processo saúde\doença como resultado de processos históricos de dominação e opressões, sociais, raciais, de gênero, diversidade sexual e geração, e por políticas sociais voltadas para atender às necessidades sociais de grupos sociais que tiveram, e ainda tem seus direitos violados por rações raciais (de gênero, diversidade sexual ou geração), por não pertenceram ao grupo racial hegemônico.
No trabalho na seguridade social se reflete a condição de desigualdade do negro, maioria da população empobrecida que depende exclusivamente dessas políticas sociais para ter acesso as condições mínimas necessárias para sua existência. A pop usuária das políticas sociais da seguridade são os mais vulnerabilizados, que se constituem em sua maioria por negros. Os novos navios negreiros são todos esses espaços onde se faz necessário a proteção social do Estado e são expressão do racismo institucional, do preconceito e da discriminação racial.
O racismo é o elemento mais importante na análise da desigualdade social, pois ideologicamente produz uma distorção na realidade, naturalizando a discriminação e ocultando sua relação com o econômico e o político no processo das relações sociais no capitalismo.
A política nacional de saúde integral da pop negra – PNSIPN – é uma lei federal – um direito social resultado da ação política do movimento negro e de mulheres negras brasileiras na luta contra o racismo. É uma resposta efetiva à promoção da equidade no SUS. Essa política visa a materialização desse princípio, que aliado aos demais – integralidade e a universalidade – fora a tríade dos princípios fundamentais e finalísticos do SUS.
Xenofobia: aversão e a discriminação dirigidas a pessoas de outras raças, culturas, crenças e grupos. Essa aversão pode desenvolver sentimentos de ódio, causando animosidade e preconceito com tudo o que ela julga ser diferente.
Não haverá emancipação humana se o racismo vigorar enquanto ideologia que alimente as práticas discriminatórias e de violação de direitos. Em uma sociedade marcada pela tradição colonial, o racismo opera, dentre outras formas, para destituir de sua vítima a condição humana; e esse exercício diário transformas as pessoas em seres incapazes de reconhecer a dor do outro, sobretudo de sua condição de classe. A desigualdade é necessária para que os indivíduos não enxerguem o outro com igualdade de classe.
Trabalhos de menor qualidade – ocupações manuais de menor prestigio – se sujeitar com maior intensidade a empregos com vínculos precários.
Raça é um critério seletivo do mercado de trabalho, atua como fator de inserção ou exclusão dos sujeitos sociais na concorrência dos postos de trabalho e espaços profissionais determina ainda de que maneira e em que condição esses trabalhadores, que agregam a sua condição de classe o fator racial, serão inseridos na organização capitalista de produção. A pobreza tem cor.
A falta de acesso à educação e ao mercado de trabalho afeta diretamente as condições de vida da pop negra.” Transplantes: o sistema é na ponta porque é desigual na entrada. O SUS tem excelência no atendimento quando o acesso não é para todos – na hora que funciona são para as pessoas mais bem posicionadas.”
A violência marca o cotidiano das mulheres. Não apenas a violência de gênero e racial explicita, mas também a violência estrutural atinge de forma perversa a mulher negra. A violência policial ou do tráfico atinge as mulheres. Lembrando que ele ou é negra ou descendente de índios, nordestinos. Esta é, com certeza, a pop das favelas do Rio de janeiro.
Mortalidade materna negra maioria – precárias condições socioeconômicas, baixo grau de informação e escolaridade, dinâmicas familiares em que a violência está presente e, sobretudo, as dificuldades de acesso a serviços de saúde e de boa qualidade. O fato de pertencerem a um grupo étnico-racial as coloca em situação de desvantagem no acesso às políticas públicas.
A forte associação entre a pobreza e a população negra está expressa em diversos indicadores, sejam estes econômicos, educacionais ou de saúde, que atestam a desigualdade racial nestas áreas. Racismo como fator estruturante das relações sociais no Brasil.
...