Agressividade

É cada vez mais comum vermos notícias de acidentes de trânsito onde na realidade estes são resultados de um ataque de fúria do motorista e/ou busca por uma demonstração de poder no trânsito, onde é percebido que tem-se aumentado o número de acidentes com vítimas.

“Vivemos um conflito porque estamos no espaço público, mas os veículos são um espaço privado. Então, cada um quer receber no trânsito um tratamento individual, como se estivesse dentro da própria casa. Isso gera inúmeros conflitos de interesse pessoal e de interesse coletivo, levando, muitas vezes, a reações impróprias”, diz Ribeiro. (SOARES, 2013)

Em Salvador tem sido bastante frequente notícias de situações extremas no trânsito, como, por exemplo, o caso envolvendo a médica Kátia Vargas e os irmãos Emanuel e Emanuelle Gomes Dias; do motorista de ônibus da empresa Axé que tentou jogar o veículo de cima de um viaduto; ou ainda de um motorista de ônibus que tentou jogou o veículo contra um carro de passeio .

Pensando nesta situação vivida a cada dia por todos nós que fomos em busca de pesquisar e melhor compreender a relação entre o comportamento agressivo e o trânsito da cidade de Salvador. Onde buscamos entrevistar motoristas profissionais de Salvador e analisar, junto com a literatura, as respostas destes.

A pesquisa consistiu na realização de uma entrevista semi-estruturada constituída das seguintes perguntas: ESPECÍICAR QUESTIONÁRIO. Esta foi aplicada à XX motoristas de ônibus coletivo da cidade de Salvador/BA, durante seu momento de descanso no fim de linha . Para tanto foram sempre dois membros da equipe para que um realizasse a abordagem e a entrevista enquanto o outro realizava a anotação das informações.

1. AGRESSIVIDADE

Desde os primórdios a humanidade é acometida de certos comportamentos, tal como a agressividade, comportamentos estes que são eliciados por fatores situacionais que possam causar qualquer tipo de dano ao indivíduo, ou seja, por qualquer situação de perigo, ameaça ou mesmo por deparar-se com algo desconhecido e com a perspectiva de sofrimento. Destarte é visto que: “Faz parte da natureza humana certos sentimentos determinados pelo perigo, pela ameaça, pelo desconhecido e pela perspectiva de sofrimento.” (Ballone GJ, 2005).

Como é percebido, a agressividade pode beneficiar o individuo, vez que faz com que o sujeito a entre em ação, sendo, de certa maneira, essencial à sobrevivência e manutenção da espécie. Entretanto pode, também, ser prejudicial quando toma uma proporção inadequada, ou seja, excessiva para a situação que a eliciou ou ainda quando não há um real motivo para tal comportamento, podendo tornar-se até mesmo algo patológico, sendo detrimentoso tanto ao psíquico quanto ao somático.

Muitas vezes o fato de estar frente a situações onde o indivíduo sente-se frustrado, ameaçado, injustiçado pode desencadear uma reação de fúria e agressividade, que irá variar de indivíduo para indivíduo, uma vez que:

Diante de uma situação estressora, o tipo e o grau da resposta de cada pessoa não dependerá apenas da força, importância e frequência do evento de vida estressor. Dependerá sim da capacidade de cada um em interpretar, avaliar e enfrentar as vivências estressoras. Essa capacidade tem sido atribuída a determinadas características da personalidade da pessoa. (Ballone GJ, 2005).

A agressividade pode ser entendida tanto como uma reação – através do estudo da teoria da aprendizagem social, a qual é da abordagem behaviorista, na qual o indivíduo aprende pela observação – ou como um impulso – sendo estudado a partir das abordagens psicanalíticas de Sigmund Freud.

Existem diversas maneiras de externalizar a agressividade, tais como expressão verbal e corporal – por exemplo: xingamentos, desacatos, socos etc. – ou ainda por atitudes e comportamentos – por exemplo: fechadas no trânsito, sarcasmo etc. Entretanto essas reações podem acarretar em graves consequências.