Agua E Seus Agravantes
Artigos Científicos: Agua E Seus Agravantes. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicosPor: beto_campos • 18/9/2014 • 1.308 Palavras (6 Páginas) • 258 Visualizações
Introdução
A demanda de água pelo homem vem crescendo constantemente. Como causa deste fenômeno, pode-se citar o aumento da população mundial e, em especial, a concentração populacional nas cidades. A urbanização tem como conseqüências o desenvolvimento das indústrias e a expansão da agropecuária intensiva, para satisfazer as necessidades cada vez maiores dos habitantes das cidades.
A satisfação da demanda de água representa um grave problema, pois além do enorme volume consumido e desperdiçado, nem sempre a restituição do produto ao meio natural, sem tratamento prévio, está isenta de riscos à saúde e ao próprio ambiente. È o que acontece com a contaminação e a poluição provocadas pelos efluentes domésticos, públicos e industriais, lançados diretamente nos cursos de água. O mesmo se aplica para resíduos químicos provenientes de adubos, defensivos agrícolas e inseticidas, comumente utilizados nas práticas agrícolas e pecuárias, e que mediante as precipitações pluviométricas alcançam, por escoamento, os lençóis freáticos, os rios e os lagos naturais ou artificiais, colocando em risco a sobrevivência de qualquer forma de vida nesses ecótopos.
Assim, os recursos hídricos e os ecossistemas relacionados que os mantêm, estão ameaçados pela poluição e pela contaminação, pelo uso do solo e pelas mudanças climáticas, entre outras, tal como expressado na Declaração Ministerial de Haia sobre Segurança Hídrica no Século XXI. A água, portanto, é um problema de segurança nacional e como tal merece a adoção de estratégias direcionadas para cada um de seus aspectos particulares, todos eles de relevância para o desenvolvimento social e econômico dos povos, aí compreendida a saúde pública.
Com base nestas considerações, constitui escopo deste artigo referir os problemas maiores de ordem higiênico-sanitária de água, bem como suas implicações no contexto da saúde pública.
Doenças de Veiculação Hídrica
Os agentes biológicos continuam sendo os fatores mais importantes de contaminação da água, assim como dos alimentos. Bactérias, protozoários, vírus e helmintos originam-se, sobretudo, na contaminação fecal humana ou animal, das águas destinadas ao consumo ou às atividades recreacionais.
A contaminação da água, no aspecto macroambiental, pode ocorrer na fonte, durante a distribuição ou nos reservatórios. No âmbito dos conjuntos populacionais, as causas mais freqüentes de contaminação dizem respeito às caixas de águas abertas ou mal fechadas e, sobretudo, à carência de hábitos de higiene pessoal e ambiental.
As doenças de veiculação hídrica transmitem-se através da ingestão da água contaminada por microrganismos patogênicos, eliminados nas fezes do homem e/ ou dos animais, notadamente onde as condições de saneamento básico são precárias. Nestes casos a ingestão pode ser:
Direta, através da água usada para beber (potável);
Indireta, por alimentos ou bebidas preparados com água confinada; ou,
Acidental, durante atividades recreacionais (natação).
Estas doenças compreendem uma variedade gama de patologias gastrointestinais como disenteria, giardíase, hepatite A, retroviroses, além das infecções epidêmicas clássicas como cólera e febre tifóide. O resultado de sua elevada endemicidade constitui ônus elevado para os países em desenvolvimento, onde seus efeitos são contundentes para a saúde pública, atingindo, em muitos destes países, 50% da população.
O Impacto sobre a População Infantil
Pode-se afirmar com segurança que as doenças transmitidas pela água são uma das mais graves ameaças para população infantil, particularmente da América Latina e do Caribe. Este grupo de doenças encontra-se entre as cinco causas principais de óbito nos indivíduos de um a quatro de idade. As crianças, nestas circunstâncias de vida, registram em média 3 episódios diarréicos por ano, mas em certas zonas o quadro patológico pode se repetir 9 vezes ao ano. A morbidade e a mortalidade são as mais altas entre as crianças menores de dois anos de idade; estima-se que até 90% das que morrem por diarréia pertencem a este grupo etário.
A causa mortis principal destas doenças, sobretudo nas crianças do grupo etário de maior risco, é a desidratação, devido a perda brutal de líquidos e de eletrólitos, provocada pelo quadro diarréico, primariamente, e pelas complicações intercorrentes como má nutrição e pneumonias.
Vale enfatizar que, em saúde pública, a endemicidade das doenças de veiculação hídrica, em altos níveis, é extremamente prejudicial para o desenvolvimento da população infantil. Sucessivas crises de diarréia, nas primeiras idades, durante a fase mais importante da vida, são altamente prejudiciais, pois conduzem à desnutrição, por diminuição da capacidade de absorção intestinal. A manutenção do “permanente” estado de doente, ao longo do tempo, determina o atraso do crescimento e dificulta o desenvolvimento mental.
As Conseqüências em Saúde Pública
A maioria das infecções intestinais é assintomática, o que se torna patente quando se considera a idade dos acometidos. A partir dos dois anos de vida, e À medida que aumenta a idade, a resposta imune aos agentes agressores vai-se tornando mais evidente e como conseqüência diminui, substancialmente, a manifestação clinica da infecção. Todavia, o estado de portador assintomático, que pode persistir por até semanas, é muito importante na epidemiologia das gastrointerites infecciosas, uma vez que a eliminação dos agentes patogênicos no ambiente propicia a contaminação da água e dos alimentos. Por outro lado, os indivíduos nestas condições, desconhecendo o perigo que representam para a sociedade, não adotam qualquer precaução higiênica para evitar a contaminação ambiental. Dentre os principais microrganismos
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