Análise De Coliformes 45º Do Parque Aggeo Pio Sobrinho
Artigo: Análise De Coliformes 45º Do Parque Aggeo Pio Sobrinho. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicosPor: lorenaferraz • 3/6/2014 • 2.616 Palavras (11 Páginas) • 783 Visualizações
1. Introdução
1.1 O Parque Aggeo Pio Sobrinho
O parque localiza-se no bairro Buritis, região sudeste de Belo Horizonte. Sua implantação ocorreu no ano de 1996, concomitante à criação do bairro no qual está situado, através de um parcelamento do solo. O parque está em uma área residencial multifamiliar, verticalizada, de ocupação urbana recente que já causou impactos na paisagem, como a presença de feições características de processos de erosão acelerada, impermeabilização de áreas de recarga e a canalização de cursos d’água. Com uma de área de aproximadamente 543.650 m², é a segunda maior área de conservação de Belo Horizonte. A vegetação pode ser descrita como floresta estacional semidecidual com manchas de savana localizadas no topo das vertentes. Os córregos apresentam mata galeria em bom estado de preservação (CALLISTO et al., 2001).
Existem duas microbacias inseridas nos domínios do parque. A microbacia do Córrego Ponte Queimada é a maior delas, com área de aproximadamente dois km², estando em grande parte situada fora da área de proteção do parque. A outra microbacia não possui nome e estende-se por uma área de aproximadamente 0,4 km². O mapeamento de nascentes só foi possível na microbacia da Ponte Queimada, em razão do difícil acesso na área da menor microbacia. As microbacias são afluentes da bacia do Córrego Cercadinho que, por sua vez, é tributário do Ribeirão Arrudas. (SILVA et al.,1995)
O local é reduto de várias espécies de insetos, pequenos répteis e anfíbios. Durante o período de coleta de amostras ao longo do córrego Ponte Queimada, foram visualizados numerosos girinos que representam a fase de vida aquática dos anfíbios (duas vidas- parte em água, parte em ambiente terrestre). Estes são animais muito sensíveis frente às alterações no meio aquático. As principais ameaças que afetam esses anfíbios são:
• Alteração, destruição ou fragmentação dos seus habitats naturais - expansão urbanística, destruição de zonas úmidas, canalização de cursos de água, cultivo intensivo de árvores exóticas (pinheiros e eucaliptos), etc.;
• Contaminação das massas de água por poluentes urbanos, industriais e agrícolas;
• Introdução de espécies exóticas - peixes carnívoros, lagostim-vermelho-da-Louisiana, tartaruga-da-Flórida; em certos casos, cães e gatos.
1.2 Distribuição e Qualidade da Água
O bem estar humano está associado diretamente à qualidade da água. Esta é um importante elemento usado para preparação de alimentos, manutenção de uma boa higiene pessoal e utensílio de limpeza. Para ser considerada potável não deve conter quaisquer microrganismos patogênicos, bioindicadores ou que alterem a qualidade da água. Produtos químicos e tóxicos também devem estar ausentes. Os agentes patogênicos, tais como bactérias, vírus, protozoários e helmintos são capazes de causar doenças em humanos ou animais através da ingestão ou o contato com alimentos e amostras de água contaminada (Alves et al, 2002).
Doenças intestinais causam cerca de 1,8 milhões de mortes a cada ano em todo o mundo (WHO, 2010). Tais patologias têm sido discutidas em relação ao acesso limitado à água potável, falta de saneamento básico e práticas inapropriadas de armazenamento de água (Van Der et al, 2002). Essas doenças são comuns nos países em desenvolvimento e subdesenvolvidos, principalmente em crianças com menos de três anos de idade, resultando em altas taxas de mortalidade infantil (Freitas MB, et al).
Nos últimos anos, o aumento da demanda por água, ocasionado pelo crescimento populacional acentuado, tem imposto a adoção de programas para conservar recursos hídricos (May,2004; Tucci 2008). Para evitar o consumo de água contaminada existem alguns métodos relativamente simples de serem adotados, tais como a cloração ou a fervura. (Garcia et al, 1989).
É notória a baixa qualidade da água em regiões semi-áridas, especialmente em comunidades rurais pobres, já que as condições adequadas de higiene e armazenamento são precárias. Na cidade de Tuparetama, localizada no Nordeste do Brasil, apenas 4,1% das famílias tem acesso à fonte de água potável (IBGE, 2006). Observa-se ainda que a população consome água da chuva armazenada em barragens e reservatórios de pequeno porte que são frequentemente contaminados.
1.3 Indicadores Biológicos da Qualidade de Água
Entre os microrganismos utilizados como bioindicadores estão as cianobactérias. Quando presentes em quantidade desequilibrada, modificam a qualidade da água por produzirem toxinas, odores e espuma densa de cor verde-azulada na superfície da água, chamada de floração. Esse fenômeno pode ocorrer quando há excesso de nutrientes (nitrogênio e fósforo) na água, oriundo de esgotos não tratados, arraste de terras agricultáveis ricas em nutrientes pelas chuvas e elevada incidência solar na lâmina d’água. Ao produzir uma descarga excessiva de nutrientes nos reservatórios, facilita-se a assimilação dos mesmos e o crescimento das cianobactérias. Além da aparência desagradável, as toxinas por elas produzidas podem ser nocivas para os humanos e letais para a maioria dos animais. Quando estas se decompõem, podem esgotar o oxigênio dissolvido na água causando morte de peixes. (COPASA)
De acordo com a resolução nº 518 de março de 2004, o Ministério da Saúde recomenda investigar a presença de bactérias, como coliformes, para definir o padrão microbiológico da qualidade da água (Ministério da Saúde, 2006). A presença de Escherichia coli , é considerada uma indicação útil de contaminação por resíduos fecais (Silva, 1997).
Segundo SILVA (1997), a classificação do grupo de Coliformes 35°C inclui as bactérias na forma de bastonetes Gram-negativos, não esporogênicos, aeróbios ou aeróbios facultativos, capazes de fermentar lactose com produção de gás, de 24 a 48 horas a 35ºC. Neste grupo apresentam-se cerca de 20 espécies, dentre as quais se encontram tanto bactérias originárias do trato intestinal humano e de outros animais endotérmicos.
Os Coliformes 45°C são capazes de fermentar lactose com produção de gás, em 24h a 44,5 - 45,5 ºC. A E. coli é predominante neste grupo, sendo assim, a mais conhecida. Seu habitat é o trato gastrointestinal de animais, sendo eliminada junto às
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