As Técnicas Interventivas
Por: Melissa Candido • 26/3/2017 • Trabalho acadêmico • 896 Palavras (4 Páginas) • 229 Visualizações
Ações profissionais, procedimentos e instrumentos de caráter individual para o atendimento direto aos usuários dos serviços sociais.
As reflexões aqui apresentadas têm a preocupação com o debate de uma profissão, cuja dimensão técnico-operativa é definidora de sua própria identidade, profissão esta que constitui seu modo de ser e de fazer no âmbito das relações sociais, as quais estão em constante movimento. Neste sentido, o cotidiano profissional implica que a instrumentalidade de intervenção seja alvo de muitas discussões, no intuito de convertê-las em condições, meios e instrumentos condizentes com alcance de seus objetivos profissionais. Os instrumentos técnicos-operativos medeiam o profissional na concretização da prática profissional nos diferentes espaços sócio-ocupacionais de inserção institucional.
A entrevista é uma ação de caráter individual e de contato direto com o usuário, considerada um dos principais instrumentos de intervenção da profissão; que viabilizará a operacionalização nos processos de trabalho do assistente social. A entrevista é um dos instrumentos que possibilita a tomada de consciência pelos assistentes sociais das relações e interações que se estabelecem entre a realidade e os sujeitos, sendo eles individuais ou coletivos. Medina (2004) refere-se à entrevista como um momento épico, único e especial, de encontro entre sujeitos, no qual se faz presente o embate democrático e saudável de ideias, trajetórias e singularidades. Se de fato vivida, e não apenas cumprida, pode se transformar em um intenso momento de proliferação de análises, reflexões e experiências de vida, do qual tanto entrevistado quanto entrevistador sairão transformados pelo intercâmbio, pelos embates e interfaces ocorridos. Nessa perspectiva, ela é capaz de produzir confrontos de conhecimentos e informações que, pouco depois, irão, de maneira sistematizada e inteligível, ganhar a arena pública e participar, em maior ou menor escala, da construção das sociedades e definição de seus rumos. A importância da entrevista e de sua condução é destacada com pressupostos, habilidades e por um marco teórico para a qualificação do seu desenvolvimento. Essa exposição introduz a importância da entrevista que pode ser considerada uma atividade profissional com objetivos a serem alcançados, que coloca frente a frente uma ou mais pessoas que estabelecem uma relação profissional, através das suas histórias. Essa entrevista pode partir em uma instituição por demanda espontânea (quando o usuário procura o setor de Serviço Social na instituição), ou por encaminhamento de diversas entidades, e/ou atendimento realizado dentro da instituição à algum usuários que esteja internado. Cabendo ao profissional ter uma escuta qualificada e compromisso com a qualidade dos serviços prestados à população, garantindo a plena informação e discussão sobre as possibilidades e consequências das situações apresentadas, respeitando democraticamente as decisões dos usuários, mesmo que sejam contrárias aos valores e às crenças individuais dos profissionais como já nos situa o nosso código de ética profissional.
Nas ações de viabilização de serviços e benefícios sociais muita das vezes se torna competência do assistente social selecionar os que serão atendidos. Um papel extremamente complexo e delicado ter que escolher o mais necessitado entre dezenas de outros também com necessidades de um tal serviço. Mas o assistente social, profissional assalariado, inserido na divisão sócio-técnica do trabalho, se verá constantemente ao mesmo tempo tendo que atender os interesses do seu empregador/instituição contratante e demandas da classe trabalhadora. Logo, os recursos nunca serão suficientes para atender todas as demandas apresentadas. Em contrapartida os profissionais são submetidos a locais inadequados para realização de atendimentos, além de ter, muitas das vezes, que agilizarem atendimentos para dar conta da enorme demanda e para atender às exigências institucionais de controle de produtividade. E isso piora mais ainda quando o quadro de profissionais é reduzido.
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