As armadilhas da exclusão social
Por: Victor Juncal • 25/11/2016 • Trabalho acadêmico • 447 Palavras (2 Páginas) • 272 Visualizações
No fim do ano 1992 e início de 1993 na França pode-se estabelecer que o tema "exclusão" se tornou muito utilizado quando se tratava de abordar as modlidades de miséria ao redor do mundo. Como o termo não consegue abordar particularidades, encontra-se necessário sua substituição por uma noção mais apropriada ao se tratar da "questão social".
Falar de exclusão torna-se muito razo e nada compreensivo quando se trata de indivíduos, rotula-se negativamente e nada se questiona sobre o que essa palavra consiste e de onde provém tal "exclusão". A palavra está baseada em relações de trabalho e acaba se perdendo na heterogeneidade de casos. Os próprios "integrados" podem sofrer com a precarização do trabalho que oscila cada vez mais para o chamado "exclusão".
A focalização sobre o tema exclusão pode servir como armadilha para a reflexão quando se economiza o questionamento das dinamicas sociais globais que geram tal desequilibrio. Determina-se individuos "dentro" ou "fora", como se existisse a possibilidade de se falar numa sociedade de situações fora do social.
As políticas de "inserção" são importantes pelo fato de não abandonarem a população colocada pela crise em situação de "inutilidade social", porém, são limitadas ao tempo, a fim de aliviar a crise momentanêa na espera de retomada de tempos melhores. A metamorfose dessas políticas que surgiram como provisórias e que acabaram se tornando parte de um regime permanente implicam na renuncia de intervir sobre o processo que produz essas situações.
A tentativa de descolar o tratamento social para as margens não é nova, parece mais fácil intervir sobre os efeitos de um "disfuncionamento social" do que controlar os aspectos que o causam. O modo técnico de agir sobre essa "disfunção" necessita menos esforço comparado ao tratamento político que custaria num controle do processo, o qual causaria uma tranformação completa das relações de trabalho.
Se vivemos em uma atual situação de "exclusão", é incontestável que antes ja haviam sociedades de exclusão. Sob a heterogeneidade de práticas excludentes é possível citar três delas que se destacam, a primeira é a supressão completa da comunidade, seja pela expulsão ou até mesmo do genocídio. Um outro conjunto de práticas consiste em construir espaços fechados e isolados da comunidade, como guetos, manicômios e prisões. Uma terceira modalidade essencial de exclusão refere-se a privação de direitos e a participação em atividades sociais.
É necessário o controle dos usos do termo exclusão para não darmos um sentido metafórico significando que certas "categorias" da população estão privadas de fato de participar de um certo número de bens sociais e que estão designadas a cair numa situação ainda mais agravante. Observa-se assim uma multiplicação da população que sofrem de um déficit de integração e portanto pode-se dizer que estão ameaçadas de exclusão.
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