Atps de Movimentos Sociais
Por: keltoon • 26/10/2015 • Trabalho acadêmico • 2.228 Palavras (9 Páginas) • 248 Visualizações
Centro Universitário ANHANGUERA
Curso Serviço Social
Atps de Movimentos Sociais
Tutor Presencial: Heliandra Linhares Aragão
7° Semestre
MOVIMENTOS SOCIAIS
RELATÓRIO REFLEXIVO
ACADÊMICO
Iara Tamires De Araújo RA-396726
MAIO - 2015
SOBRAL - CE
INTRODUÇÃO
Abordamos uma dinâmica temática e histórica das organizações sociais de acordo com o livro da autora Maria da Graça Gohn, que nos apresenta um cenário político e histórico dos movimentos sociais onde estão inseridos, nos proporcionando compreendermos sua trajetória em beneficio da sociedade.
Num segundo momento ao ponderamento sobre a música “Presa à liberdade”, interpretamos que o conformismo retratado na música nos mostra que muitos se resignam com as desigualdades sociais vivenciadas todos os dias, esquecendo que com a união de todos podemos conseguir transformar nossa realidade.
Entretanto, ao expor sobre a democracia nos possibilitou novos conhecimentos sobre a igualdade dos direitos sociais, onde concatenamos que a construção da democracia e o papel dos mediadores dos novos movimentos sociais.
CONSIDERAÇÕES HISTÓRICAS DAS ORGANIZAÇÕES SOCIAIS APRESENTADAS PELA AUTORA MARIA DA GRAÇA GOHN
Antes de apresentarmos os pontos relevantes do primeiro capítulo do livro de Maria da Gloria Gohn, Movimentos Sociais e Rede de Mobilizações Civis no Brasil Contemporâneo, entenderemos a definição de movimentos sociais.
Movimentos Sociais são definidos como uma ação coletiva de um determinado grupo que se organiza para alcançar mudanças sociais, por meio de embate político, incluído em uma determinada sociedade em prol de um contexto específico. Fazem parte dos movimentos sociais, os movimentos sindicais, os movimentos populares e as organizações não governamentais (ONGs). (GOHN, 2010p.113)
A existência de um movimento social requer uma organização muito bem desenvolvida, o que demanda a mobilização de recursos e pessoas muito engajadas. Os movimentos sociais não se limitam a manifestações públicas esporádicas, mas trata-se de organizações que sistematicamente atuam para alcançar seus objetivos políticos, o que significa haver uma luta constante e em longo prazo dependendo da natureza da causa. Em outras palavras, os movimentos sociais possuem uma ação organizada de caráter permanente por uma determinada bandeira. (RIBEIRO, 2013)
A primeira parte do livro, Gohn destaca alguns pontos fundamentais do delineamento dos movimentos sociais na conjuntura sociopolítico, econômico e cultural dos países da América Latina.
O propósito da autora é descrever e exemplificar as principais formas de associativismos civis no Brasil, proposta nos movimentos sociais, nas redes de mobilização de associações civis e nos fóruns.
Contextualizando o cenário dos principais movimentos sociais da América Latina tendo parâmetro para discutir suas formas, seus princípios, sua conexão que predispõe redes que estruturam manifestações culturais e políticas sociais que se articulam.
A autora destaca os pontos consideráveis que diferem os movimentos sociais atuais dos movimentos passados, que são:
1. A obrigatoriedade de se conceituar os tipos de ação coletiva que tem sido caracterizado como movimentos sociais, na qual é definido como “Possuem identidade, tem um opositor e articulam ou se fundamentam num projeto de vida e de sociedade” (TOURAINE ,1973).
Na atualidade, manifestam-se com pressuposto civilizatório, que se organizam com âmbito de construção de uma sociedade democrática, suas ações são voltadas primeiramente para sustentabilidade e não apenas para o autodesenvolvimento, lutando por novas culturas e políticas de inclusão, estando contra a exclusão.
Os movimentos sociais tematizam e restabelece a esfera pública, desempenhando parcerias com outras entidades da sociedade civil e política, tendo grande poder de controle social e construção de modelos de inovações sociais.
2. Abrange a trajetória dos movimentos sociais, que na atualidade diverge dos que levaram à emergência na cena pública do século XIX e dos movimentos que emergiram nos Estados Unidos em 1960, que foram os direitos civis, o feminismo, contra a guerra do Vietnã, o estudantil e muitos outros.
Esses movimentos sociais são extremamente diferenciados segundo o tipo de grau de organização, demandas e articulações, projeto político, trajetória histórica, experiências vivenciadas principalmente no plano político organizativo e abrangência territorial (ef.SEOANE,2003,IBARRA & GRAU, 2008)
Eles salientaram o cenário público como agentes de novos conflitos e renovador dos movimentos e lutas sociais coletivas, em alguns casos ponderam-se representantes supremos da nação e suas lideranças.
Como a luta dos indígenas de resistência à colonização europeia e pela luta por direitos como: reconhecimento de suas culturas e da própria existência, redistribuição de terras em território de seus ancestrais entre outros.
Do mesmo modo, o movimento negro, lutou contra a discriminação racial, pelas cotas nas universidades, já os movimentos GAYS e os das mulheres lutavam por direitos e da construção de identidades.
Denota-se que nesse período os movimentos sociais em sua grande maioria eram de cunho fiscalizador e controlador das políticas públicas, estando presentes em Fóruns, conselhos, câmaras, consórcio, etc.
3. Nesse encadeamento o papel do Estado é alterado em suas concepções com a sociedade civil em seu próprio interior. Como Gohn destaca abaixo:
As novas políticas sociais do Estado globalizado priorizam processos de inclusão social de setores e camadas tidas como “vulneráveis ou excluídas” de condições sócio econômicas ou direitos culturais (índios, afrodescendentes) (GOHN,2010p.20)
Este preceito é exercido de forma contraditória, pois se captura o sujeito político e cultural da sociedade civil, o que antes acondicionado em movimentos e ações coletivas de protestos, agora são parcialmente mobilizados por políticas institucionalizadas. Deturpando as identidades políticas desses sujeitos que foram alicerçados em processos de lutas contra diferenciações e discriminações socioeconômicas em políticas de identidades que são configuradas segundo os modelos formulados pelas políticas públicas, idealizados e conduzidos pelas secretarias de Estado, em parceria com organizações civis e ONGs que executam o papel de mediador, acarretando em novos sujeitos sociopolíticos, na qual Gohn alerta como devastadora. “A inversão da ordem dos termos: identidade política para política de identidade, muda radicalmente o sentido e o significado da ação social coletiva dos movimentos sociais”(GOHN,2010 p.21).
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