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BALANÇO E ANÁLISE DE CONTABILIDADE

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Por:   •  22/11/2014  •  Projeto de pesquisa  •  4.857 Palavras (20 Páginas)  •  249 Visualizações

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Prof. Dr. Antônio Lopes de Sá – 01/10/2004

Dentre os vários critérios que existem para analisar balanços o que melhor pode oferecer opinião confiável é o fundamentado em modelos científicos.

A relação entre a realidade incorrida e os padrões teóricos, todavia, não deve estar limitada a um critério de simples comparação isolada, mas, sim de um vasto estudo de comportamentos entre componentes de sistemas de funções.

Razões e proporções devem ater-se ao regime sistemático, mas respeitando as interações e objetivando a entender o patrimônio sob o ângulo do holismo, ligado aos seus entornos.

Deve-se ainda considerar, como metodologia de aplicação de um modelo, a capacidade de variação, de acordo com a necessidade do exame.

É, ainda, recomendável que sempre se considere uma visão coerente com a finalidade da opinião a ser emitida, como decorrência da análise dos balanços.

PALAVRAS CHAVES: BALANÇO – ANÁLISE CONTÁBIL – ANÁLISE DE BALANÇO - MODELOS CIENTÍFICOS – HOLISMO PATRIMONIAL

BALANÇO E ANÁLISE CONTÁBIL

O balanço em Contabilidade é uma evidência de equilíbrio de elementos patrimoniais através de: causas, efeitos, tempo, espaço, qualidade e quantidade; ou seja, é uma demonstração gráfica dimensional de fatos patrimoniais.

As expressões que qualificam o estado balanceado, em geral, têm sido quase sempre, tradicionalmente, as: Patrimonial e de Resultados (embora possam existir vários outros balanços).

Balanço Patrimonial, para designar a apresentação estática da estrutura geral, abrangendo a todos os componentes do “Sistema da Estabilidade” (equilíbrio) da riqueza; Balanço de Resultados, para evidenciar o “Sistema da Resultabilidade” ou do Rédito (acréscimo real do patrimônio por efeito da movimentação).

Na prática são os informes relativos a essas peças referidas as que formam a base das análises, ou seja, as que ensejam as opiniões sobre a situação geral das empresas (estas são as exigidas pelo Código Civil Brasileiro de 2002).

A expressão “Análise de Balanço”, entretanto, como “conceito”, tem sido empregada, também em sentido genérico (como equivalente a de análise contábil).

Assim, encontramos tal termo utilizado por insignes mestres que formaram a base da cultura científica contábil no Brasil, ou sejam, principalmente: Francisco D´Áuria (Estrutura e Análise de Balanço, edição Cia. Editora Nacional, São Paulo, 1953), Frederico Herrmann Júnior (Análise de Balanços para Administração Financeira, edição Atlas, 1946).

Também o precursor do “aziendalismo latino” (maior corrente científica do século XX na Itália), Alberto Ceccherelli, em sua obra maiúscula de análise, intitulou-a de “A linguagem dos balanços” (Il linguaggio dei bilanci, edição Felice le Monnier, Florença, 1950); igual critério empregou o precursor do “patrimonialismo” (corrente científica de maior aceitação mundial), Vincenzo Masi (Analisi di bilancio delle imprese, edição Zuffi, Bolonha, 1953).

Assim procederam, os grandes lideres intelectuais mencionados, certamente por considerar que a terminologia científica é própria, não se confunde com a comum, foge da vulgaridade, recusa o subjetivo, sendo “objetiva”; consagraram o Balanço, pois, como um universo, dentro do conceito que há séculos é reconhecido e a análise do mesmo como a equivalente à própria estática e dinâmica patrimonial.

“Análise de Balanços”, pois, repito, chegou a mesclar-se, como ainda ocorre, com o conceito de “Análise Contábil”.

ANÁLISE E RELAÇÕES LÓGICAS CONTÁBEIS

Analisar é dividir em partes alguma coisa, visando a conhecer como esta se comporta em seu universo próprio; também abrange a idéia de observar as correlações pertinentes das parcelas com o todo, visando a um sentido de exame, buscando obter julgamentos.

Necessário, pois, é a escolha de um método de qualidade, quando o que se visa é o conhecimento da realidade, esta que é o apanágio do mundo científico.

Portanto, é no fundamento lógico que se pode encontrar solução para tal trabalho.

Na busca de critérios racionais muitos foram os recursos buscados por insignes estudiosos; dentre eles, todavia, o que mais se firmou foi o de “quocientes”, especialmente porque não só se tornou o mais cômodo, como, também, consagrou-se como o de maior utilização.

Tal como na lógica, sob o aspecto matemático, em Contabilidade o quociente é a expressão de relação entre elementos, no nosso caso, fenômenos ou grupo de fenômenos patrimoniais.

Conceitos como: “Quociente de Liquidez”, “Quociente de Rentabilidade” (relações de capacidade de pagamento e capacidade lucrativa) etc. são utilizados com freqüência; incorporaram-se ao vocabulário tecnológico de forma geral e inquestionável.

O critério de análise baseado nesses dois fatores de relações, todavia, quando se limita apenas a estas, é incompetente para um julgamento sobre a situação geral da empresa.

Pode, sim, uma divisão isolada de valores (para obter uma idéia de participação relativa), oferecer uma primeira idéia, possuir relativa utilidade, mas, jamais, oferecer condições de emissão de uma opinião plena e segura quanto ao comportamento patrimonial total de um empreendimento.

As relações a serem analisadas devem ser abrangentes e precisam compreender razões de ordem essencial, dimensional e dos entornos ou ambientes da riqueza, aplicáveis a todos os sistemas de funções desta (que entendo sejam oito) para que possibilite um julgamento amplo.

A justificativa de tal procedimento está na necessidade da aplicação da Teoria do Fenômeno Patrimonial (que envolve a teoria dos sistemas de funções), para que uma análise possa deveras gerar uma opinião competente sobre a situação de uma empresa ou instituição.

Não são raros os casos práticos de dificuldades derivadas de análises superficiais, limitadas a relações apenas restritas a alguns elementos do complexo universo das empresas e instituições.

A quantidade de variáveis que existe em cada movimento do patrimônio é grande demais para que possa ser julgada através de poucos elementos.

As relações lógicas relativas aos fenômenos da riqueza precisam ser enfocadas nos estudos de fatos relevantes e mesmo naqueles julgados menores (mas capazes de ensejar graves incidências de ineficácia); é preciso

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