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Crise Da água

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Por:   •  6/3/2015  •  1.069 Palavras (5 Páginas)  •  219 Visualizações

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Crise da água

A abundância de recursos hídricos existentes no país

contribuiu para o desenvolvimento de uma cultura generalizada do desperdício

Apesar do Brasil possuir 8% de toda a água doce existente no planeta, a crise de abastecimento de água já é uma realidade brasileira e os seus efeitos já podem ser observados em diversas localidades. Estas são algumas das conclusões da auditoria operacional realizada pelo Tribunal de Contas da União (TUC), com o objetivo de analisar a questão.

O estudo foi feito junto ao Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), Agência Nacional de Águas e Ministério do Meio Ambiente para avaliar a atuação do Governo Federal na gestão dos recursos hídricos, as perspectivas para o futuro próximo e as medidas preventivas que estejam sendo adotadas para evitar a escassez.

A crise não é conseqüência

apenas dos fatores climáticos

Em virtude da complexidade do assunto, a auditoria foi dividida em duas fases. A primeira realizou-se no período de outubro a dezembro de 2001. Foram feitas incursões em algumas cidades para diagnosticar as causas e as conseqüências da crise de abastecimento. Na segunda fase, realizada no primeiro semestre deste ano, foi investigada a integração entre política nacional de recursos hídricos e outras políticas públicas.

Dentre as informações apuradas, os técnicos do TCU observaram que a crise de água não é conseqüência apenas de fatores climáticos e geográficos, mas principalmente do uso irracional dos recursos hídricos. No relatório desta auditoria, o TCU aponta que entre as causas deste problema estão: o fato de que a água não é tratada como um bem estratégico no país, a falta de integração entre a política nacional de recursos hídricos e as demais políticas públicas, os graves problemas na área de saneamento básico e a forma como a água doce é compreendida, visto que muitos a julgam como um recurso infinito.

Segundo o TCU este quadro se repete em diversas regiões brasileiras. Hoje, pelo menos 19 regiões metropolitanas - onde está um terço da população - correm risco de colapso. O tribunal informa que a crise no abastecimento de água já é uma realidade, principalmente em regiões metropolitanas como as de São Paulo, Rio, Belo Horizonte, Recife, Salvador, Fortaleza, Belém, Curitiba, Porto Alegre, Florianópolis, Natal, Vitória, entorno de Brasília, entre outros.

O setor elétrico teve custos adicionais

devido a problemas nos mananciais

Seis dos estados brasileiros já se encontram em situação de estresse hídrico periódico e regular. Este conceito baseia-se nas necessidades mínimas de consumo per capita para manter a qualidade de vida adequada em regiões moderadamente desenvolvidas. Quatro estados apresentam tendências a enfrentar ocasionalmente falta d’água. Considerando a disponibilidade hídrica desses 10 estados e somente a perspectiva de aumento populacional apresentada pelo IBGE/2000 (desconsiderando demais fatores, como a degradação ambiental, que ocasiona redução da quantidade hídrica), conclui-se que a situação tende a piorar consideravelmente no médio prazo.

Apenas 20% do esgoto coletado

passa por uma estação de tratamento

Por exemplo, estima-se que a capacidade de abastecimento do Distrito Federal, cuja população cresce na ordem de 2,66% ao ano, estará esgotada por volta de 2007. Além disso, o Reservatório do Descoberto que abastece 65% do DF corre grande perigo devido ao aumento do número de moradores ao seu redor.

A economia brasileira também já começa a ser afetada e até o setor elétrico está perdendo com a escassez do produto. Os impactos ocorrem em vários setores. Dados levantados durante o trabalho enfatizam conseqüências sérias no orçamento do Governo Federal, no setor elétrico, na agricultura, na indústria e na saúde pública. Com relação ao orçamento do Governo Federal, observou-se uma perda de arrecadação com a crise de energia elétrica da ordem de R$ 690 milhões, em 2001, e espera-se uma perda de R$ 1,12 bilhão em 2002 (IPEA, 2001). O setor elétrico também apresentou custos adicionais devido à redução da disponibilidade de água nos mananciais. Estimativas

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