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Ensino de biologia evolutiva utilizando a estrutura conceitual da sistemática filogenética

Por:   •  5/5/2017  •  Relatório de pesquisa  •  1.133 Palavras (5 Páginas)  •  507 Visualizações

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Ensino de biologia evolutiva utilizando a estrutura conceitual da sistemática filogenética

Como núcleo da biologia histórica temos a teoria da evolução. A ideia de que todos os seres vivos tem um ancestral em comum impactou o desenvolvimento da biologia do século XIX. A teoria da evolução se tornou o braço principal da biologia no século XX, após os trabalhos de Charles Darwin e Alfred Wallace e da fusão com a paleontologia, história natural e evolução da genética. Dessa forma, a teoria da evolução vem influenciando várias áreas do conhecimento humano, sendo sumariamente importante para a concepção da realidade.

Sendo a espinha dorsal das ciências biológicas, a teoria da evolução é transmitida de forma equivocada e sem cuidados nas escolas brasileiras. Oferece quase sempre uma visão descontextualizada e restrita do assunto, o que faz com que o aprendizado seja muitas vezes deficiente.

Ao se referir à teoria da evolução, as maiores dificuldades são:

  1. Assimilação da dimensão temporal das mudanças evolutivas;
  2. Reconhecimento da importância  do pensamento populacional;
  3. Impossibilidade de se descobrir os verdadeiros grupos ancestrais dos organismos;
  4. Ideia de progresso na evolução e;
  5. Relações genealógicas entre o homem e os demais animais.

Tais dificuldades vão de encontro com o que a mídia divulga, fazendo com que haja um mar de más interpretações.        

A sistemática filogenética pode ser usada para enfraquecer o paradigma de ensino da biologia, mesmo sendo utilizada em estudos de classificação biológica, reforçando a ideia que a melhor representação para a evolução é uma árvore genealógica que atribui parentesco e separa os seres vivos em grupos de maior e menor similaridade, e não uma fila indiana que inclui todos os seres com diferentes graus de complexidade. Além disso, essa forma de disposição facilita a refutação de hipóteses cientificas, levando um pouco de prática aos estudantes e os deixando próximos da natureza da ciência biológica.

Ao tocar no assunto de prática na ciências biológicas, pode-se destacar Willi Hennig, entomólogo alemão, que foi o primeiro a desenvolver um método de relação de parentesco de acordo com a teoria da evolução de Darwin e Wallace. Segundo ele, a relação dos organismos era de descendência. Esse método – conhecido como sistemática filogenética – mudou completamente o modo de classificação em meados do século XX.

Hennig diz que os organismos podem ser classificados apenas de forma grupos-irmãos e não ancestral-descendente, ou seja, um grupo pode apenas compartilhar um ancestral em comum e não um organismo deu origem a outro organismo. Para a sistemática filogenética, para classificar-se organismos em relações de parentesco, é necessário considerar similaridades especiais – chamados apomorfias – entre os organismos. Apomorfias compartilhadas por dois ou mais grupos são chamadas de sinapomorfias. Dessa forma, entende-se que apomorfias são características similares provindas de um ancestral comum que sofrem mutações durante o tempo (homologias). Exemplificando: os ossos rádios presentes no membro anterior de um equino, na asa de uma ave e no braço de um Homo Sapiens. Ao reconhecer relações de grupos-irmãos, presume-se a história evolutiva.

Outro conceito fundamental é o de grupo monofilético. Esses grupos são aqueles que partilham características exclusivas de um ancestral comum. Segundo Hennig, esses grupos são os únicos que podem ser considerados naturais.

Adotar a sistemática filogenética vai de encontro ao método tradicional de ensino da biologia, que tem por base uma grande quantidade de disciplinas das diversas áreas do conhecimento aparentemente desconexas. Dessa forma, a abordagem filogenética não considera a evolução como uma disciplina dentre tantas outras, mas como uma forma de unir o mundo natural biológico.

Mas como implementar o ensino eficiente da biologia nas escolas? Um dos principais problemas para o ensino da biologia é a limitação vocabulário. Estamos acostumados a utilizar analogias quando devíamos utilizar homologias. Tratamos com o mesmo nome estruturas com características completamente diferentes, mas com funções semelhantes como, por exemplo, o termo asa – asa de inseto, asa de ave, asa de avião. Focar na forma de abordagem centrada na homologia desde o início das aulas é o primeiro passo para um ensino mais sólido. Isso preveniria uma terminologia finalista de "esta estrutura serve para..." sendo que estruturas podem permanecer inalteradas por inúmeras gerações, como é o caso dos artrópodes. Em alguns grupos desse filo, as pernas foram pouco modificadas. Já em outros, por questões respiratórias, alimentares e locomotoras, as pernas tiveram profundas modificações.

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