FUNDAMENTOS HISTÓRICO, TEÓRICO E METODOLÓGICO DO SERVIÇO SOCIAL III

Congresso da Virada

de 1979

FUNDAMENTOS HISTÓRICO, TEÓRICO E METODOLÓGICO DO SERVIÇO SOCIAL III

Professora: Adriana C. de Oliveira Alteia

Camila Fernanda de Godoi – RA 2015337

Edna Vieira Quitério – RA 2015443

Rio Claro – SP

2015

1. INTRODUÇÃO

O Congresso da Virada é chamado assim, pois no ano de 1979 ocorreu o III Congresso Brasileiro de Assistentes Sociais realizado nos dias 23 a 28 de setembro, promovido pelo Conselho Federal de Assistentes Sociais, conhecido hoje como CFESS (Conselho Federal de Serviço Social) em São Paulo. A postura dos Assistentes Sociais mediante a esse congresso foi o que deu suporte para construir esse marco na historia do Serviço Social, sendo assim o objetivo primordial do congresso não era muito favorável ao que os profissionais que ali estavam propuseram. Pois o objetivo do Congresso era que fosse discutida apenas a Política Social aos olhos do Serviço Social de então, para a promoção das políticas sociais da ditadura militar e não que nesse mesmo congresso os Assistentes Sociais se rebelassem, o que demarcou a sua importância, contra suas próprias organizações, cuja mesma era conservadora e atendia apenas aos interesses das classes dominantes.

2. O III CONGRESSO DA VIRADA DE 1979

Este III Congresso Brasileiro de Assistentes Sociais – CBAS marcou uma articulação conjunta das entidades de Serviço Social para repensar sobre questões da profissão e as estratégias para utilizar e qualificar a ética, a crítica, a política e tecnicamente a formação e o exercício profissional. No entanto, a virada não ocorreu mediante uma intervenção direta no ambiente do próprio Congresso, ela foi sendo construída através dessas articulações das entidades de Serviço Social que culminou no encontro do Congresso da Virada, onde um grupo de assistentes sociais articulados na organização e na reativação das entidades sindicais tomou a direção do congresso.

Na sua organização foram realizados vários encontros regionais pela Comissão Executiva Nacional das Entidades de Assistentes Sociais, com o apoio financeiro e político do Centro de Estudos Latino-Americano em Trabalho Social, presidido na época pela brasileira Leila Lima Santos que formulou o “Método BH”. Naquele momento era clara a preocupação dos organismos latino-americanos com a organização político-profissional e com o desenvolvimento acadêmico nos diferentes países orientados para uma perspectiva de desenvolvimento interno.

O Congresso da Virada ocorre no início do período da transição democrática brasileira, e este momento se reflete no interior da profissão, sendo decisivo para a constituição de um Serviço Social crítico reforçado pelo Movimento de Reconceituação, colaborando na criação de bases teóricas e político-organizativa da profissão. Este processo, coletivamente construído, redundou no que hoje denominamos de “projeto ético-político-profissional”, que possibilitou ao Brasil uma destacada presença nesta história.

A partir de então se acentuou uma visão de realidade determinada pelas contradições das classes fundamentais; a sensibilização da categoria pelas reivindicações e organização das classes subalternas além do apoio as suas lutas; identificou-se a importância da formação profissional direcionada às demandas dos setores populares.

Outro destaque na programação deste Congresso foi à organização política da categoria articulada ao movimento mais amplo dos trabalhadores. Desencadeou-se uma campanha nacional de sindicalização criando-se comissões no local de trabalho e atividades culturais para mobilização da categoria; articulação das associações profissionais com o movimento estudantil; inserção nas lutas sindicais inclusive pela criação da Central Única dos Trabalhadores; encaminhamento de forma unificada das lutas da categoria por elevação do salário, redução da