Fichamento: Mediação: categoria fundamental para o trabalho do assistente social

Fichamento: Mediação: categoria fundamental para o trabalho do assistente social

“[....] por ocasião do movimento de reconceituação, iniciou-se o debate em busca de uma orientação teórico que informasse a intervenção do assistente social para uma prática chamada transformadora ou crítica” Pág. 37

“ [...] com o amadurecimento teórico da profissão, alcançou-se um nível mais alto nesse debate com a publicação de estudos e pesquisas de caráter teórico e metodológico, voltados a uma apreensão mais profunda do pensamento crítico-dialético, especialmente pela introdução da influência da visão do último Lukács na literatura e nos debates, devido a José Paulo Netto [...]” Pág. 37

“ O presente módulo volta-se para o trabalho do assistente social na políticas sociais, entendendo-se que o assistente social ( ou qualquer profissional), que atue no âmbito das políticas sociais, terá uma fortíssima limitação nos resultados de suas intervenções no tecido dos programas sociais, se não possuir uma concepção teórico-metodológica e política muito bem estruturada.” Pág. 37

“ No campo particular do Serviço Social, a prática da mediação, tomada nessa visão, encontra-se atualmente em expressão na instituições de serviços sociais de várias naturezas, já sendo possível encontrar, inclusive, cursos interdisciplinares para mediadores” Pág. 38

“ Neste texto tratar-se-á da categoria de mediação de um ponto de vista muito mais amplo, pois não se restringirá a uma determinada forma de prática, mas sim, buscar-se-á compreendê-la como sendo uma categoria objetiva, antológica, que tem de estar presente em qualquer realidade independente do sujeito (Lukács, 1979:90).” Pág. 38

“ É uma antologia do ser social porque seus enunciados sempre se colocam distante de um certo tipo de ser e se apoiam no próprio movimento das categorias da realidade, e não em conceitos ideais, lógicos.” Pág. 38

“Sustenta-se na perspectiva da relação homem-natureza, ou seja, no primado econômico do ser social” Pág. 38

“ Na relação entre as categorias do ser natural e do ser social, mediatizada pelo trabalho, o homem vai fazendo prevalecer as categorias do ser social sobre o ser natural, as determinações sociais sobre as naturais.” Pág. 38

“ Prioridade antológica do ser sobre a consciência: não é a consciência dos homens que determina o seu ser; ao contrario, é o seu ser social que determina sua consciência (Marx, 1982:14).” Pág. 39

“ A totalidade não é a soma das partes, mas um grande complexo constituído de complexos menores. Quer dizer: não existe no ser social o elemento simples, tudo é complexidade. Desde o individuo, que parece a menor unidade da totalidade social, pode-se dizer que ele mesmo é um complexo, portador de variações infinitas e, portanto, de grande complexidade” Pág. 39

“ A forma de conhecer o modo de ser dos fenômenos sociais que compõem o real processa-se mediante aproximações sucessivas ao movimento do objeto(real), que se pode depreender da seguinte afirmação de Marx: o concreto é concreto porque é síntese de muitas determinações (...) por isso o concreto aparece no pensamento como o processo de síntese, como resultado, não como ponto de partida(...) (1982:14).” Pág. 40

“Nesse movimento, a razão vai capturando (sempre por abstração e aproximativamente) as determinações e desocultando os sistemas de mediações que dão sentido histórico-social e inteligibilidade aos fenômenos sociais objeto de estudo ( pontes, 1995:73).” Pág. 40

“ Nesse sentido, a mediação aparece neste complexo categorial com um alto poder dinamismo e articulação. É responsável pelas relações moventes que se operam no interior de cada complexo relativamente total e das articulações dinâmicas e contraditórias entre as estruturas sócio-históricas (pontes:81). Pág. 40

“ Forma metodológica mais fecunda no plano do pensamento dialético é aquela que se expressa na tríade categoria singular-universal e particular.” Pág. 41

“ Parte-se do entendimento de que o ser social ( compreendido como totalidade) e seus complexos dinâmicos estão submetidos a uma dada legalidade social, resultado da própria processualidade daquele. Legalidade esta que, mesmo tendo um caráter de universalidade para o ser social, se expressa em cada complexo de modo particular, ou seja uma dada lei histórico-social que se apresenta como uma férrea necessidade do dizer de Marx (1988:5), se manifesta em cada complexo determinada pelas necessidades e conexões internas dos fenômenos e processos sociais.” Pág. 41

“ Pode-se dizer que as mediações, que permitem a preensão do movimento do ser social na sua historicidade e legalidade imanentes, estão ocultas aos sujeitos cognocentes: tanto a gênese histórica, quanto sua estrutura social, se encontram submersas na facticidade.” 41

“ A dialética do universal e do particular na sociedade tem uma função de grande monta: o particular representa aqui, precisamente, a expressão lógica das categorias de mediação entre os homens singulares e a sociedade(1978:92) (grifo do autor).”