MEIOS DE CONTAMINAÇÃO DO SOLO ATRAVÉS DA AGRICULTURA
Ensaios: MEIOS DE CONTAMINAÇÃO DO SOLO ATRAVÉS DA AGRICULTURA. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicosPor: heraldobr • 3/12/2014 • 1.445 Palavras (6 Páginas) • 517 Visualizações
MEIOS DE CONTAMINAÇÃO DO SOLO ATRAVÉS DA AGRICULTURA
INTRODUÇÃO
A poluição do solo é causada pelo contato com ar ou águas poluídas com resíduos industriais ou agrícolas e principalmente por lixo e substâncias tóxicas jogadas diretamente sobre ele, transportados pelo ar, pela chuva e pelo homem.
O uso indevido do solo e de técnicas ultrapassadas na agricultura , os desmatamentos, as queimadas, o lixo, os esgotos, a chuva ácida, a mineração são agentes causadores do desgaste de nossa litosfera. Até pequenos desmatamentos podem causar sérios problemas de erosão. A Mata Atlântica já perdeu 93% de sua área original, e essa destruição agora avança sobre o Cerrado e a Amazônia. O uso inadequado da terra e práticas de agricultura impróprias (queimadas, desmatamentos, etc.) causam a desertificação, ausência de vegetação pelo empobrecimento dos solos.
Uso de fertilizantes
A disposição de sucessivas culturas agrícolas num solo vai determinar uma redução de sua fertilidade, pois a maioria dos elementos absorvidos pelas plantas não retornam ao solo, isto é, são exportados para fora dos locais de onde foram retirados.
A progressiva intensificação de culturas exige a utilização de produtos capazes de atuar mais rapidamente e com maior eficácia na alimentação das plantas. Estas substâncias no seu conjunto designadas por fertilizantes, podem atuar de duas formas:
- Ação direta, com uma maior disponibilidade dos elementos nutritivos necessários,
- Ação indireta, exercendo uma influência benéfica nas diferentes características do solo.
No primeiro caso são chamados de adubos e no segundo caso são chamados de corretivos, que são produtos cujas ações se complementam, mas não se substituem. Por outro lado, os fertilizantes podem ser considerados contaminantes, por causarem desvios na composição normal do meio ambiente, quando fornecem quantidades variáveis de elementos traços (Malavolta, 1994). Muitos desses elementos são conhecidos como metais pesados e outros como micronutrientes para plantas e animais.
Os micronutrientes, em baixa concentração, são elementos necessários para o desenvolvimento das plantas, tais como: boro (B), cobalto (Co), cobre (Cu), ferro (Fe), manganês (Mn), molibdênio (Mo) e zinco (Zn).
Os fertilizantes dividem-se em duas categorias:
- Minerais constituídos de compostos inorgânicos;
- Orgânicos constituídos de compostos orgânicos de origem natural, vegetal ou animal;
- Organo-minerais, resultante da mistura de fertilizantes orgânicos e minerais.
Dentre os compostos usados, o fósforo é frequentemente limitante à produtividade nos mais diversos ambientes. Além disso, em agro-ecossistemas, há perda constante de fósforo pela exportação de alimentos e fibras sendo necessária a reposição do elemento via adubação.
Atualmente, as principais fontes de fósforo são os superfosfatos, os quais são obtidos após o tratamento ácido de rochas fosfatadas, como a apatita, por exemplo. Mas nas rochas fosfatadas ocorre a presença de cádmio (metal pesado prejudicial à saúde) o qual pode estar presente como contaminante - indesejável do ponto de vista ambiental - em variadas proporções.
Além do cádmio, os superfosfatos, constituem-se, ainda, em fontes potenciais de urânio, segundo Santos e outros (1995), e de outros elementos radioativos aos quais os agricultores ficam expostos, normalmente por inalação ou por contato direto com a pele, quando há aplicação manual.
Pesquisas realizadas em solos da camada arável (0 – 20 cm de profundidade), na região nordeste do Vale do Rio São Francisco (Petrolina / Joazeiro), foram encontrados teores muito altos de fósforo em muitas dessas amostras (em torno de 41%).
Este índice indica que essas áreas vêm recebendo adubação fosfatada em excesso, o que resulta em desequilíbrios nutricionais como, por exemplo, a indução de deficiência de zinco nas plantas.
Contatou-se que quanto maior o teor de fósforo disponível observado no solo, maior o teor de cádmio extraível obtido. O acúmulo detectado no solo, no entanto, não fornece indicação direta de sua biodisponibilidade. Deve-se investir em pesquisas em que se avalie o grau de absorção e translocação deste metal nas plantas.
Mesmo em solos contendo altos teores totais de elementos tóxicos, sua absorção pelas plantas é, muitas vezes, pouco afetada, devido ao poder tamponante do solo, que forma quelatos com vários metais. Propriedade este que é variável nos inúmeros tipos de solo, tendo uma maior ocorrência em solos mais ricos em oxi-hidróxidos de ferro e de alumínio e em matéria orgânica, e uma menor ocorrência em solos arenosos, os quais liberam mais facilmente o que lhes é adicionado.
O manejo adequado do solo, para evitar a sua contaminação, está na relação entre a aplicação de nutrientes adequados para cada tipo de cultura e característica do solo, em dosagem certa, em conjunto com diversos outros fatores: preparo da terra, variedade, adaptação climática, espaçamento, disponibilidade de água, conservação de solo, etc.
Utilização de lodo de esgoto como fertilizantes
A utilização do lodo de esgoto em solos agrícolas tem como principais benefícios, a incorporação dos macronutrientes (nitrogênio e fósforo) e dos micronutrientes (zinco, cobre, ferro, manganês e molibdênio). Pode-se dizer que, normalmente, o lodo de esgoto leva aos solos as quantidades de nutrientes suficientes para as culturas, porém nem sempre de maneira equilibrada e em formas disponíveis para as plantas em curto prazo.
Nesse sentido deve-se conhecer a composição química dos lodos, bem como a dinâmica dos nutrientes após a aplicação do solo, de forma a obter os benefícios agronômicos, evitando os impactos ambientais negativos.
Com respeito à melhoria das condições físicas do solo,o lodo de esgoto, de modo semelhante às outras fontes de matéria orgânica, aumenta a retenção de água em solos arenosos e melhora a permeabilidade e infiltração nos solos argilosos e, por determinado tempo, mantém uma boa estrutura e estabilidade dos agregados na superfície.
Apesar de todas as vantagens, o lodo de esgoto pode apresentar em sua composição elementos tóxicos e agentes patogênicos ao homem. Dessa forma, há necessidade
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