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O filme O Germinal é baseado em um romance de Émile Zola

Por:   •  24/2/2016  •  Resenha  •  705 Palavras (3 Páginas)  •  339 Visualizações

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        O filme O Germinal é baseado em um romance de Émile Zola que se passa na França do século XIX e transmite o determinado momento histórico e seu contexto social, econômico e político, aponta de modo categórico a árdua rotina dos mineiros e evidencia o desrespeito à vida humana, evidencia-se o quanto o processo produtivo vivido pela classe proletária é opressivo e caracteriza perfeitamente o processo de produção do trabalho do modelo capitalista, a expansão do chamado capital, mostrando assim, de uma forma bem clara, os opostos entre as necessidades humanas e as materiais.

        O filme reflete o cotidiano de exploração sofrido pelos trabalhadores nas minas de carvão e mostra a necessidade do trabalho como forma de sobrevivência. Expõe a vida precária dos operários da mina que, em busca de um salário para sustentar suas famílias, trabalhavam arduamente em condições subumanas e sem equipamentos adequados à segurança e os trabalhadores tinham que pagar pelos acidentes que haviam nas minas. Ganhavam muito pouco, 30 cêntimos por dia, e toda família era obrigada a trabalhar, até mesmo as crianças. A classe trabalhadora vive sob a influência do capitalismo, ou seja, movida pelo consumo e lucro, onde a burguesia se mostra permanentemente dominante menosprezando os interesses da classe trabalhadora, ostentando seu jogo de interesse, se colocando como vítima também das consequências da modernização dos meios de produção. Nesse âmbito, há variados conflitos de interesses, gerando uma grande insatisfação social por parte dos trabalhadores das minas, que se mostram com uma postura altamente ofensiva diante da injustiça provocada pelos baixos salários e cobrança de multas devido às escoriações sofridas.

        A chegada de um jovem desempregado dotado de visão contestadora e revolucionária acaba provocando grandes mudanças, é nesse contexto que os questionamentos da situação de exploração e total alienação imposta aos mineiros vêm à tona, essa alienação acontece devido à falta de consciência e conhecimento crítico. Sem conhecimento do seu próprio trabalho, eles perdem o poder e o controle do que é recebido, sendo inseridos numa questão bastante comum nesse sistema de produção, a mais-valia, onde o excedente de produção, formado através do processo produtivo, não é pago ao trabalhador, ficando sobre o controle dos burgueses. O personagem recém-chegado à procura de emprego se choca com as dificuldades das condições de trabalho constituída de pura exploração e pobreza, todos os membros das famílias trabalham, desde crianças até os mais idosos, porque precisam dos míseros salários para assim juntos conseguirem a subsistência de todos, sendo assim necessário quando acontece uma morte substituírem rapidamente o membro perdido no trabalho, pois, mesmo sendo uma só renda perdida reflete-se no sustento de todos os outros, a pobreza dos personagens é evidente e a situação que vivem é quase calamitosa.

O trabalhador recém-chegado estimula os outros trabalhadores a começarem um fundo de reserva a fim de iniciarem uma greve reivindicando aumento de salários e melhores condições de trabalho, cada um dando uma determinada contribuição para isso, e encorajam-se a iniciar a greve. Eles tentam falar sobre as suas reivindicações com o diretor geral da mina, não obtendo sucesso, pois este arruma várias desculpas para justiçar a permanência do funcionamento das minas pondo as companhias como se estivessem na mesma situação de precariedade dos seus trabalhadores a partir da exposição das situações de “quebra” delas, desejando que eles culpem os fatos e a conjuntura econômica pelas suas situações.  A situação se agrava, pois a companhia contrata trabalhadores da Bélgica e ameaça despedi-los caso a greve permaneça, alguns trabalhadores temerosos e famintos querem retornar ao trabalho outros tão engajados preferem morrer a abandonar a causa. A partir disso, os grevistas vão até as minas em funcionamento, as destroem, as inutilizam temporariamente com a paralisação de elevadores, bombas etc., além de agredirem os que permaneceram trabalhando, gerando conflitos seguidos, desencadeando em mortes e em uma verdadeira barbárie.

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