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PROJETOS SOCIAIS E OS DESAFIOS QUANTO AVALIAÇÃO E MONITORAMENTO

Por:   •  12/8/2015  •  Artigo  •  1.861 Palavras (8 Páginas)  •  385 Visualizações

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PROJETOS SOCIAIS E OS DESAFIOS QUANTO AVALIAÇÃO E MONITORAMENTO

Sibeli Ribas[1]

Pois qual de vós, pretendendo construir uma torre,

 não se assenta primeiro para calcular a despesa

 e verificar se tem os meios para a concluir?

Lucas 14.28.

Resumo

Este artigo colaborará ao debate sobre as políticas públicas e o processo de avaliação e monitoração de seus programas e projetos sociais.

O tema proposto tem por objetivo destacar que a confiabilidade de um projeto social ou programa será resultado direto do método empregado para se acompanhar a evolução ou execução do planejamento ao objetivo proposto.

Porém o atual cenário político brasileiro, no que tange as políticas sociais, traz ao Serviço Social o desafio de em seu exercício profissional transformar o atendimento de demandas sistematizadas que gerem ou propiciem a leitura macro social através da avaliação e monitoramento das questões sociais.

Palavras-chave: Avaliação Social, Monitoramento Social, Projetos Sociais, Políticas Públicas.


INTRODUÇÃO

A igreja brasileira tem vislumbrado nos últimos dias a necessidade e a importância de terem seus projetos missionários devidamente transcritos, articulados e monitorados.

Projetos missionários representam na atualidade um grande desafio às igrejas brasileiras, pois sua elaboração requer amplo conhecimento missiológico, das expectativas da igreja mantenedora e da realidade do mundo.

Um bom porcentual das iniciativas sociais têm sua mão de obra suprida por pessoas evangélicas. Alguns projetos são efetivamente elaborados por profissionais cristãos da assistência social, ou da educação por exemplo, mas a necessidade de acúmulo teórico, capacitação técnica tem impedido boas idéias de se concretizarem.

Um bom projeto social precisa compreender que as atuais políticas sociais no Brasil têm na sua operacionalidade a exigência de aplicação e execução de meios de monitoramento e avaliação. É através deste processo que gestor e usuário [igreja e comunidade] vislumbram possibilidades de construir o novo, uma nova sociedade.

Na história constata-se que desde o séc.XVII, com a revolução científica a igreja depara-se com a necessidade de acompanhar e de poder inferir sobre aquilo que se cria socialmente, enquanto matéria ou o que se produz subjetivamente nas relações sociais, logo com a complexidade destas, surge o imperativo de manter uma constante avaliação e monitoramento daquilo que efetivamente está sendo construído pela igreja, material e espiritualmente.

Por conseguinte destaca-se o método experimental, explicitado no Behaviorismo, conceitua no século XVII, fatos que são comuns à maioria das ciências e também podem ser utilizados na missiologia, onde a especificidade emana da observação de comportamentos semelhantes em um grupo de pessoas. [2]

Deve-se considerar que somente a partir do século XX que a avaliação, enquanto método, passa a ser entendida como ferramenta imprescindível ao desenvolvimento político brasileiro, em função da sistematização e controle de resultados das políticas públicas nas diversas áreas, sobretudo na economia e nas relações sociais, logo os Projetos Missionários que almejam reconhecimento e continuidade precisam abarcar todas essas nuances.

AVALIAÇÃO E MONITORAÇÃO DOS PROJETOS MISSIONÁRIOS E SUA INTERFACE COM AS POLÍTICAS PÚBLICAS BRASILEIRAS

A partir da compreensão da complexidade das políticas públicas e de sua importância na construção da hegemonia política[3], a avaliação e monitoramento dos projetos missionários nos aspectos macro e micros sociais, torna processo de avaliação e monitoramento etapa crucial, principalmente os de relevância social.

Avaliação e monitoramento são concebidos segundo Samira Kauchakje (2007), em seu livro Gestão Públicos de Serviços Sociais, como:

“(...) processo contínuo, estando presente em todos os momentos do projeto. Permite identificar problemas no desenvolvimento do projeto e suas possíveis causas, de modo a antecipar medidas para a recondução das atividades conforme o planejado ou de acordo com necessidade de novos direcionamentos”

        Logo, avaliação enquanto processo continuado e sistematizado traz aos projetos missionários a possibilidade de readequação as diversas variações das premissas que podem levar ao sucesso ou a ineficiência de sua execução. Conforme Samira, a avaliação não deve ser executada como etapa final de implementação de projetos, mas devem ser conjugados a cada etapa de execução.

        Neste sentido, destaca Kauchakje a correlação quanto ao objetivo da avaliação e aquilo que se deseja dar visibilidade. Destacam-se as seguintes metodologias e seus objetivos:

  1. Avaliação de processo _ relação custo e benefício _ eficácia[4] e eficiência[5];
  2. Avaliação de impacto _ impacto sobre o diagnóstico _ efetividade[6];
  3. Avaliação política _ processo de aprendizado _ impactos sociais;

Evidencia-se, portanto, a inevitabilidade de se diagnosticar a situação na qual imerge o objeto de intervenção missionária e assim se possa inferir medidas, ações, alterações no projeto confessional que está sendo executado a fim de que este alcance os resultados planejados pela igreja.

Da mesma forma, pode-se atribuir a capacidade de explicitar possíveis premissas que oferecem risco ou podem potencializar a missão, à atividade avaliativa (inserida no processo). São a partir destas práticas que se desenham ações interventivas que culminarão no êxito do programa ou de um projeto missionário.

DE AVALIADORES E MONITORADORES A AVALIADOS E MONITORADOS

A sociedade civil, segundo Gramsci, tem sua definição delineada enquanto “Estado Ético” como classe (aparelho privado, no qual a igreja constitui-se como meio) que busca a hegemonia e tem por meio do consenso e da coerção, estratégias de galgar o poder. Por conseguinte configura-se imprescindível sua fiscalização do funcionamento do equipamento público seja na monitoração ou na avaliação através dos conselhos gestores[7].

        Segundo a PNAS no item 3.1.7 sobre a Informação, Monitoramento e Avaliação, contata-se e o processo continuado de avaliação e monitoramento “são providências urgentes e ferramentas essenciais a serem desencadeadas para a consolidação da PNAS e para a implementação do Sistema Único de Assistência Social - SUAS. Trata-se, pois, de construção prioritária e fundamental que deve ser coletiva e envolver esforços dos três entes da federação”. Assim as igrejas, entidades, ONG´s têm papel investigativo e de alta relevância à sociedade.

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