Relatório de Estagio Serviço Social

BRINQUEDOTECA: DIAGNOSTICO E INTERVENÇÃO EM DIFICULDADES ESCOLARES.

Alessandra Cardoso de Azevedo

Curso em Pós Graduação – Psicopedagogia Institucional

Pólo de Matão, SP

RESUMO

O presente estudo tem a importância de identificar os efeitos da brinquedoteca, juntamente com os jogos e as brincadeiras no desenvolvimento infantil em todos os aspectos; linguagem corporal e oral, cognitivo e psicossocial, desenvolvendo a capacidade de análise e criação, além de colocá-las diante de desafios. As Brinquedotecas são espaços lúdicos, onde as crianças têm a liberdade de através das brincadeiras explorarem seus conhecimentos, construir sonhos, fantasias e, principalmente aprender. Com base em pressupostos teóricos e levantamentos bibliográficos, este artigo objetiva apresentar as contribuições que a brinquedoteca oferece ao desenvolvimento pleno da criança, integrando os fatores cognitivo, afetivo, físico-motor, social e lingüístico, e também, as problemáticas que cercam o cenário das brinquedotecas, expondo a importância do brincar na primeira infância e as diferentes fases do desenvolvimento infantil, pensando sobre as necessidades lúdicas relacionadas às diferentes faixas etárias.

Palavra-Chave: Brinquedoteca, brincar, lúdico.

INTRODUÇÃO

Com o advento da globalização e os avanços tecnológicos, as brincadeiras e a própria infância sofreram modificações marcantes de todo esse progresso. A ludicidade dos jogos e brincadeiras está sendo trocados pela tecnologia, como videogames, tabletes, e até mesmo por desenhos impróprios, que estimulam a agressividade.

Toda essa modernidade, atrelada à correria do dia-a-dia, insegurança, medo e falta de tempo, vem diminuindo o brincar entre pais e filhos, fazendo-se necessário a criação de ambientes onde o resgate da fantasia, do lúdico e dos sonhos aconteçam sem fronteiras, e a  criança, por si própria, aprenda a superar desafios e consequentemente desenvolve a linguagem corporal e oral, cognitivo e psicossocial. São as criações de espaços, como as “brinquedotecas”, que a magia impera, e nossas crianças sozinhas ou na presença de adultos, desenvolvem brincadeiras e atividades totalmente lúdicas e prazerosas.

As atividades lúdicas propiciam o convívio com diferentes sentimentos, permitindo a exploração do seu mundo interno e melhores relações com a vida cotidiana. Segundo Azevedo (2011) tais atividades constituem-se ferramentas de socialização, dramatização, expressão e ludicidade coletiva e individual que contribuem para o desenvolvimento sócio-emocional, motor e psicossocial das crianças.

         “Os jogos, brinquedos e brincadeiras são atividades fundamentais da infância. O brinquedo pode favorecer a imaginação, a confiança e a curiosidade, proporciona a socialização, desenvolvimento da linguagem, do pensamento e da criatividade” (SANTOS, 1995, p.110).

Objetivamos utilizar as brinquedotecas como instrumentos alternativos de diagnóstico para lidar com dificuldades escolares, certos de que tal questão envolve uma série de fatores, tanto intra como extraescolares.

 Dessa maneira, partimos do pressuposto que os espaços de Brinquedotecas, apesar de toda modernidade e dos avanços tecnológicos, pode imperar até sem brinquedos, desde que outros estímulos sejam oportunizados, estímulos esses, provindo dos jogos pedagógicos que além de promover prazer e alegria são instrumentos de aprendizagem, pois a cada regra ensinada a uma criança são os esquemas de relações interpessoais e de convívios éticos que são adquiridos.

1. CONCEITUANDO A BRINQUEDOTECA

        Segundo Azevedo (2011) a Brinquedoteca surgiu no século XX com o intuito em criar um espaço para a criança brincar, oferecendo um ambiente agradável, alegre e colorido, sendo a ludicidade mais importante do que os brinquedos. No Brasil, em 1984, foi criada a Associação Brasileira de Brinquedos, o que fez crescer o movimento no país. A brinquedoteca é um espaço criado a favorecer a brincadeira, onde crianças e adultos vão para brincar livremente.  (...) “Este brincar acontece de forma livre mais com um objetivo proposto pelo brinquedista para cada brincadeira, no intuito de ensinar ou desenvolver determinadas habilidades (Azevedo, 2011, p.53)”.

Cunha (1994) define a Brinquedoteca como acesso a grande variedade de brinquedos dentro de um ambiente especialmente lúdico.

Para Azevedo (2011 apud SILVA 2001, p.55), a brinquedoteca é um espaço preparado para a criança brincar e desenvolver a cognição, socialização, habilidades diversas, motricidade e afetividade, resgatando consigo as brincadeiras tradicionais.

Não sendo diferente, Azevedo (2011 apud KISHIMOTO 2001, p.56) definiu as Brinquedotecas como “espaço de animação sociocultural que é encarregado da transmissão da cultura infantil como também pelo desenvolvimento da socialização, integração social e construções das representações infantis".

Segundo Kishimoto (1990) o objetivo da brinquedoteca é possibilitar o desenvolvimento social, físico, psicológico e mental das crianças por meio do lúdico tal como, através das brincadeiras, jogos e oficinas estimular o raciocínio lógico e, também, o desenvolvimento motor.

Atualmente as brinquedotecas são consideradas espaços de animação sociocultural que se encarregam da transmissão da cultura infantil bem como do desenvolvimento da socialização, integração e construção de representações infantis (KISHIMOTO 990 apud DAMASCENO. D., SOUZA GUIDA 2012, p. 9).

 

É fundamental que as brinquedotecas levem em conta as necessidades e características de desenvolvimento de cada criança. É preciso um espaço físico adequado e brinquedos diversificados para cada faixa etária.  

Vale ressaltar, que o Educador tem papel fundamental no processo de ensino-aprendizagem. Introduzir o lúdico nesse contexto só tem sentido real, verdadeiro e funcional se for trabalhado com os fundamentos da educação lúdica, que são essenciais para a socialização do conhecimento.

        O lúdico como prática pedagógica, quanto bem trabalhado, possibilita ao discente um aprendizado motivador, questionador e um ser pensante. Ao docente é um método estimulante de reciprocidade. Discentes aprendem com aulas dinamicamente bem preparadas. Dessa forma, pode-se dizer que o lúdico é parte integrante do ser humano, e também utilizado como recurso pedagógico em várias áreas de atuação, oportunizando a aprendizagem do indivíduo.