Reproduçao Humana
Casos: Reproduçao Humana. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicosPor: Thaltia • 4/10/2014 • 642 Palavras (3 Páginas) • 180 Visualizações
Sobre a reprodução humana assistida:
benefícios e riscos
Considerando o potencial de transformação da
vida, a biotecnologia moderna foi classificada
como a terceira tecnologia estratégica do pósguerra
– em primeiro vem a energia nuclear e em
segundo a tecnologia de informação 8. Inter-relacionadas
à biotecnologia moderna, as técnicas
para reprodução assistida redefiniram as formas
e os limites da concepção humana e relações de
parentesco, conforme mostram estudos realizados
na Antropologia 23 e na Filosofia 24.
O marco dessa transformação é Louise
Brown, o primeiro bebê fruto de fertilização em
laboratório, que nasceu na Inglaterra em 1978 –
Ana Paula, o primeiro bebê brasileiro por fertilização
in-vitro, nasceu em 1984 11. Oliveira &
Borges Jr. 11 (p. 12) relatam que nos anos oitenta,
com mais de cem nascimentos, “a fertilização
in-vitro deixou de ser um assombro para a
sociedade, que começou a se preocupar com os
conflitos inerentes às novas técnicas, verificando-
se a necessidade mundial de regulamentação
das práticas”. No Reino Unido, por exemplo,
essa regulamentação tem força de lei e consta
do Código de Prática 15; no Brasil, conforme
menção anterior, a Resolução CFM n. 1.358/92 2
estabelece apenas normas éticas para a prática
clínica desse campo, sem força de lei.
Visando a uma legislação para esse campo,
há dois Projetos de lei (PL 3.638/93, atual PLC
00054/02, e PLS 00090/99, atual PL 01184/03)
em tramitação no Congresso Nacional – o primeiro
é uma réplica da Resolução CFM n. 1.358/
92 25. As práticas desse campo, todavia, estão
sob o Código de Ética Médica, conforme Resolução
CFM n. 1.246/88 5; sob a Lei Federal n.
8.974/95, que versa sobre “o uso das técnicas de
engenharia genética e de organismos geneticamente
modificados” 26 (p. 118) e, no campo da
pesquisa, sob a Resolução do CNS n. 196/96, já
referida anteriormente.
No Brasil, contando com 117 clínicas, distribuídas
por 18 estados 27, a reprodução assistida
continua palco de debates, conforme aponta
o título do artigo Quem Tem Medo das (Bio)
Tecnologias de Reprodução Assistida? 28, texto
este que compõe o Simpósio: Aspectos Éticos da
Reprodução Assistida, publicado na revista Bioética
do Conselho Federal de Medicina brasileiro.
É relevante compreender que a importância
desse campo não se resume à oferta de novas
técnicas, pois seu potencial de transformação
depende, também, de novas demandas, que
surgem tanto pela busca de ter um bebê como
pela qualidade desse bebê. Na demanda por
um bebê, enquadram-se as infertilidades de
848 Menegon VM
Cad. Saúde Pública, Rio de Janeiro, 20(3):845-854, mai-jun, 2004
homens
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