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Resumo Etica Protestante e espirito capitalista

Por:   •  1/12/2021  •  Resenha  •  3.761 Palavras (16 Páginas)  •  159 Visualizações

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INTRODUÇÃO:

Ao estudarmos a história universal, indagamos o porquê na civilização ocidental, aparece fenômenos culturais e uma linha de desenvolvimento de significado e valor universais. A vida, sabedoria, filosófica e teológica das mais profundas não estão aqui confinadas, embora no caso desta última o pleno desenvolvimento da teologia sistemática deva ser creditado ao cristianismo sob a influência do helenismo, uma vez que dela houve apenas fragmentos no islamismo e numas poucas seitas hindus. As ciências naturais da índia, embora de todo desenvolvidas sobre a observação, precisavam de método de experimentação o que foi, longe de seus alvores na Antiguidade. Mas a busca racional, sistemática e especializada da ciência por parte de pessoal treinado e especializado existiu somente no Ocidente. Mas nenhuma época e nenhum país experimentaram jamais, no mesmo sentido do Ocidente atual, a absoluta e completa dependência de sua existência, de suas condições econômicas, políticas e técnicas, de uma organização de funcionários especialmente treinados.  O próprio Estado, tomado como uma associação política com uma constituição, leis, administração coordenada por regras ou leis, administrado por funcionários treinados, é conhecida nessas características, apenas no Ocidente.

 Definiremos como ação econômica capitalista aquela que repousa na expectativa de lucros pela utilização das oportunidades de troca, isto é, nas possibilidades pacíficas de lucro. Para os propósitos desta concepção, o importante é ocorrer um verdadeiro ajuste da ação econômica no cortejo entre o dinheiro que entra e as despesas. Em todos os casos, a empresa e o empresário capitalista, como empreendimentos estáveis, são muito antigos e difundidos pelo mundo. Suas atividades, à exceção do comércio e do crédito, assim como das transações bancárias, eram de caráter predominantemente irracional e especulativo, ou direcionado para a aquisição pela força, sobretudo a aquisição do botim, tanto na guerra como na exploração fiscal contínua das pessoas a eles sujeitas. Assim, numa história universal da cultura, mesmo de um ponto de vista puramente econômico, o desenvolvimento da atividade capitalista como tal, diferindo nas diversas culturas apenas quanto à forma. Por outro lado, o desenvolvimento de tais ciências e das técnicas que nelas se apoiam recebe, importante estímulo dos capitalistas quanto a suas aplicações econômicas práticas. Mas a utilização técnica do conhecimento científico, foi certamente incentivada pelas considerações econômicas, que lhe eram favoráveis no mundo ocidental e devemos perguntar de qual parte de tais estruturas derivava, uma vez que nem todas poderiam ter sido da mesma importância. O interesse capitalista, contribuiu para preparar o caminho do direito a administração a uma classe de juristas treinados na legislação nacional. E isso porque o desenvolvimento do racionalismo econômico é parcialmente dependente da técnica e do direito racionais, mas é determinado pela habilidade e disposição do homem em adotar certos tipos de conduta racional prática.

 Os estudos posteriores sobre Ética Econômica das Religiões Mundiais tentam uma visão geral das relações entre as mais importantes religiões, a vida econômica e a estratificação social de seu meio, para seguir ambas as relações causais até onde for necessário para achar pontos de comparação com o desenvolvimento ocidental.  Só assim se pode tentar uma avaliação causal dos elementos da ética econômica das religiões ocidentais que a diferem das outras, na esperança de obter aproximação. É evidente que qualquer um que seja obrigado a confiar em traduções e, no uso e avaliação de fontes monumentais, documentais ou literárias, deve se valer de literatura específica, muitas vezes controvertida, e a volumosa conversa sobre intuição nada mais faz senão ocultar uma falta de perspectiva em relação ao objeto, que merece o mesmo julgamento que a semelhante falta de perspectiva para com o homem. Necessária uma justificativa para o fato de não ter sido utilizado o material etnográfico numa extensão compatível com o valor que sua contribuição naturalmente mereceria em qualquer investigação profunda, especialmente quanto às religiões asiáticas. A omissão pareceu nos permissível por estarmos aqui, necessariamente, tratando da ética religiosa das classes que foram as vigas mestras da cultura em seus respectivos países.

 Quando achamos, repetidamente, mesmo em setores da vida aparentemente independentes, que certos tipos de racionalização se desenvolveram no Ocidente, e só aqui no Ocidente, seria natural suspeitar que a razão mais importante das diferenças estivesse na hereditariedade.  Mas apesar dos notáveis achados da pesquisa antropológica, não vejo, como medir, exata ou aproximadamente, a extensão, e sobretudo, a forma de sua influência no desenvolvimento aqui investigado. Por ora, parece não existir, e um apelo à hereditariedade envolveria assim uma renúncia prematura à possibilidade de um conhecimento atingível agora, e deslocaria o problema para fatores ainda desconhecidos no presente. Uma olhada nas estatísticas ocupacionais de um país religioso misto mostrará, que os homens de negócios, donos do capital, trabalhadores mais especializados e o pessoal mais habilitado técnica e comercialmente das modernas empresas é em maioria protestante.

 Observamos a mesma coisa onde se fez levantamentos de filiação religiosa, por onde quer que o capitalismo, na época de sua grande expansão, pôde alterar a distribuição social conforme suas necessidades e determinar a estrutura ocupacional, a maior participação relativa dos Protestantes na propriedade do capital, na direção e nas esferas mais altas das empresas comerciais e industriais pode em ser explicada pelas circunstâncias históricas, nas quais a filiação religiosa não poderia ser apontada como causa de condição econômica, mas parece ser resultado daquela. Certo número dos domínios do velho império, que eram mais economicamente desenvolvidos, favorecidos pela situação e recursos naturais, particularmente a maioria das cidades mais ricas, aderiram ao Protestantismo no século XVI. Emancipação do tradicionalismo econômico parece que apoia grandemente o surgimento da dúvida quanto à santidade das tradições religiosas e as autoridades tradicionais. Devemos, porém, notar, que a Reforma implicou na substituição por uma nova forma de controle.

Capítulo I – Filiação Religiosa e Estratificação Social.

Weber observa que, dando uma olhada nas estatísticas de qualquer país que possui uma grande mistura religiosa, geralmente os católicos ocupavam cargos profissionais de naturezas humanas, enquanto os protestantes, os cargos mais técnicos, e em consequência disto, havia mais representantes nas indústrias, em grandes cargos empresariais e técnicos de nível superior. O fato dos protestantes terem uma maior porcentagem de participação em instituições superiores pode ser explicado devido à riqueza familiar, que neles era muito superior se comparado aos católicos. Weber citou em seu livro uma definição dita por um escritor da época, que falava: “O católico é mais quieto, tem menor impulso aquisitivo; prefere uma vida a mais segura possível, mesmo tendo menores rendimentos, a uma vida mais excitante e cheia de riscos, mesmo que esta possa-lhe propiciar a oportunidade de ganhar honrarias e riquezas”. Tendo falado isso, pode-se perceber o quão exato poderia ser os pensamentos de weber sobre esse assunto. O provérbio “coma ou durma bem” consegue explicar a grande diferença entre o protestante e o católico. O primeiro prefere matar a sua fome, já o segundo prefere dormir sem ser perturbado. E para o capitalismo, quanto mais “fome” você tiver, melhor.

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