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Revisao Bibliográfica - Boldo

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Por:   •  8/10/2014  •  1.806 Palavras (8 Páginas)  •  445 Visualizações

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INTRODUÇÃO

A Organização Mundial de Saúde classifica planta medicinal como “todo e qualquer vegetal que possui, em um ou mais órgãos, substâncias que podem ser utilizadas com fins terapêuticos ou que sejam precursores de fármacos semi-sintéticos.” O uso de plantas para fins medicinais, tratamento, cura e prevenção de doenças, é uma das mais antigas formas de prática medicinal da humanidade. (Veiga Jr. et .al, 2005).

Cada país possui normas específicas para a produção e comercialização de drogas vegetais. No Brasil, a regulamentação para a comercialização de fitoterápicos é regida por legislação específica, como as portarias da Vigilância Sanitária e por monografias para algumas espécies vegetais, que contêm critérios definidos para identidade, pureza e teor de constituintes químicos. Apesar da existência de parâmetros específicos para a produção e comércio de fitoterápicos, a fraude e a má qualidade dos produtos ofertados trás grande preocupação aos profissionais da área de saúde, e a comunidade científica (Melo, J. G. de, 2004).

O chá é uma das bebidas mais populares e acessíveis utilizadas no dia a dia de boa parte da população. É uma bebida prepara através da infusão de folhas, flores e raízes, sendo na grande maioria das vezes preparado com água quente. É classificado como um produto higroscópico tendo sua qualidade fitoterápica ou alimentar dependente em grande parte de seu conteúdo de umidade. No Brasil, os chás, mesmo quando utilizados como medicamentos, geralmente são comercializados como alimento, devido a uma maior facilidade de registro. Enquanto alimento, estão submetidos, para fins de inspeção, à Portaria nº 326 do Ministério da Saúde, que norteia a avaliação de um conjunto de atividades e requisitos para se obter uma correta conservação de matéria-prima, insumos e produtos acabados. Não existe legislação específica para a fiscalização sanitária da qualidade de armazenamento de chás no setor de comercialização (Gomes, E. C.et. al, 2007).

O Peumus boldus Molina popularmente conhecido por boldo-do-chile é uma das plantas mais utilizadas na medicina popular. Podem ser encontrados outros dois tipos: boldo da terra e boldo baiano. Os estudos farmacológicos encontrados, em sua maioria, descrevem as atividades observadas para o alcalóide boldina, descrito como o principal componente do chá de boldo.

É uma droga que apresenta odor aromático, característico, canforáceo e fracamente acre. Podendo chegar a uma altura de 6 metros. Sua folha é curtamente peciolada, inteira, grossa, coriácea, quebradiça, elíptica ou oval-elíptica, de ápice obtuso e base arredondada e simétrica; mede de 3 a 6 cm de comprimento, por 2 a 4 cm de largura (Oliveira, F. de).

Na medicina tradicional, preparações contendo boldo são geralmente indicadas para o tratamento de doenças dos sistemas digestivo e hepatobiliar (SPEISKY e CASSELS, 1994).

METODOLOGIA

Foi realizado uma revisão da literatura, através de um levantamento bibliográfico nas bases de dados científicos: SCIELO e GOOGLE ACADÊMICO utilizando como palavras chaves; “Peumus boldus Molina”, “boldo do chile”, “farmacologia P. boldus”, “indicações fitoterápicos”. O principal objetivo deste trabalho foi conhecer algumas publicações existentes sobre as indicações e aspectos farmacológicos do Peumus Boldus Molina, popularmente conhecido como Boldo.

INDICAÇÕES DO PEUMUS BOLDUS MOLINA

Peumus boldus Molina é tradicionalmente empregada na medicina popular e reconhecida como um remédio herbal em várias farmacopeias pelo seu uso contra diversas patologias, como dispepsias, náuseas, constipação intestinal (Brandão et al., 2006; Agra et al., 2007; Ruiz et al., 2008), e principalmente, para o tratamento de doenças do fígado por possuir propriedades hepatoprotetoras devido ao alcalóide boldina (Schulz et al., 2001), que tem sido recentemente objeto de crescente atenção.

A recente demonstração de que boldina é um antioxidante eficiente em diferentes sistemas biológicos, e que essa é um dos seus efeitos farmacológicos mais marcantes (Jiménez y Speisky, 2000), abriu-se a perspectiva de uma grande variedade de utilizações na medicina e na indústria, tais como a prevenção de doenças associadas com a produção de espécies reativas de oxigênio (Günther, 1992).

Sua atividade fisiológica tem sido estudada e mostra que é pouco tóxico, e só em grandes quantidades causa paralisia das fibras dos nervos motores e sensoriais e musculares. (Henriques et al., 1991; Moreno et al., 1991).

É diurético (NEWALL et al., 2002); antiespasmódico (PDR, 2000) e antidispéptico (THE COMPLETE, 1998; PDR, 2000; BRUNETON, 2001); é também utilizado em disfunções intestinais, perda do apetite e tensão muscular (DUKE, 2000); além de outras utilidades como no tratamento de cálculos biliares, dor hepática, cistite, reumatismo e, em especial, colelitíase acompanhada de dor (NEWALL et al., 2002).

Cataplasmas de boldo são usados para neuralgias e dores reumáticas (GUPTA, 1995). Quando associado a drogas como a alcachofra é utilizado para ardores esofágicos e epigástricos, e associações com cáscara sagrada são usadas em constipação (BRUNETON, 2001; THE REVIEW, 2002).

Segundo a ESCOP (1997), as indicações terapêuticas das folhas de Peumus Boldus são para disfunções hepatobiliares menores, tratamentos sintomáticos de distúrbios digestivos leves e como um adjuvante na constipação. Tem ação inibidora da agregação plaquetária (Basila & Yuan, 2005) e possui atividade antiinflamatória (Backhouse et al., 1994; Barbosa-Filho et al., 2006).

No Chile e nos países importadores emprega-se a infusão de suas folhas como regulador digestivo, calmante, anti-helmíntico, e na forma de cataplasma a ser aplicado nas dores reumáticas.

ASPECTOS FARMACOLÓGICOS

A boldina é o alcaloide majoritário encontrado tanto nas folhas como nas cascas de boldo. Várias atividades farmacológicas têm sido relacionadas a este alcaloide, tais como efeito antiinflamatório, antipirético, antitumoral, anticonvulsivante e antinoceptivo, porém o potencial antioxidante da boldina tem sido bastante explorado e verificado por vários métodos descritos na literatura. (SCHWANZ et. al., 2008)

Experimentos in vitro e in vivo, que parecem indicar uma cinética de primeira ordem da boldina, mostraram que a concentração plasmática de boldina decai rapidamente tanto após administração oral quanto intravenosa. A boldina foi absorvida

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