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Salvador Nogueira

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Por:   •  5/11/2014  •  Seminário  •  721 Palavras (3 Páginas)  •  176 Visualizações

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por Salvador Nogueira

O mundo assistiu recentemente a uma das maiores celebrações nerds da história, quando

cientistas do Cern, centro europeu de física de partículas, anunciaram a descoberta do

que provavelmente é o bóson de Higgs.

A razão para tanta festa era que o tal bóson era a figurinha que faltava para completar o

grande álbum das partículas, também conhecido como Modelo Padrão. Uma forma

simplificada de pensar nele é imaginar uma tabelona que especifica as características de

todos os componentes da matéria e da energia.

Está tudo lá. Os subcomponentes dos famosos prótons e nêutrons (quarks), os elétrons e

seus primos (léptons), as partículas que mantêm os núcleos atômicos coesos (glúons), os

componentes da luz (fótons)... O problema é que algumas dessas partículas são

"fantasmas", não têm massa (caso dos fótons e gluons) outras, têm massa (os quarks, que

formam você e tudo de concreto que existe à sua volta). Aí que entra o bóson de Higgs:

ele é uma partícula que não interage com fótons, mas interage com quarks, por exemplo.

E o resultado dessa interação é o quark ganhar massa (ou seja: graças ao Higgs você não

é um raio de luz).

Boa parte das partículas do Modelo Padrão tinham sido propostas em teoria e, depois, a

existência delas foi confirmada na prática. Lindo. Mas ainda faltava uma para completar

esse álbum de figurinhas: justamente o Higgs. Agora não mais. O LHC, maior acelerador

de partículas do mundo, proporcionou a descoberta. E agora temos uma teoria

fantasticamente bem-sucedida: ela explica exatamente 4,6% de todo o conteúdo do

Universo.

É isso aí mesmo, não tem erro de digitação. O Modelo Padrão, em toda sua grandiosidade

festejada pelos físicos, não dá nem para o troco do pão quando falamos do conteúdo

integral do Cosmo. Em sua maior parte, ele é composto por duas coisas que ninguém hoje

faz ideia do que sejam. Você já deve ter ouvido falar delas: matéria escura (que

responde por 23%) e energia escura (os 72,4% faltantes). E talvez essa seja a maior razão

para comemorar a descoberta do bóson de Higgs: com sua descoberta, fechamos um

capítulo na história da física e abrimos outro, provavelmente muito mais empolgante. O

que todo mundo no Cern agora quer saber é: que novidades se escondem além do Higgs?

Espera-se, por exemplo, que o acelerador nos permita descobrir do que é feita a tal

matéria escura - entidade que sabemos existir pelo efeito gravitacional que causa na

rotação das galáxias, mas jamais conseguimos observar. Pela contas

...

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