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Sentido Audição E Equilibrio

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Por:   •  28/7/2014  •  4.924 Palavras (20 Páginas)  •  240 Visualizações

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Curso de Fisiologia 2012 Ciclo de Neurofisiologia Departamento de Fisiologia, IB Unesp-Botucatu Profa. Silvia M. Nishida

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SENTIDO DA AUDIÇÃO E DO EQUILÍBRIO

O ouvido interno ou labirinto é constituído pelos sistemas coclear e vestibular. A cóclea é o órgão sensorial responsável pela decodificação dos sons e evoca o sentido da audição. O sistema vestibular é constituído pelos canais semicirculares, sáculo e utrículo e informam o SNC sobre a posição e movimentos da cabeça. Os receptores vestibulares são do tipo ciliado e, quando estimulados, causam mudanças no potencial de membrana por mecanismos distintos. Por meio de sinapses químicas excitatórias, essas células sensoriais comunicam-se com as fibras aferentes primárias do VIII par de nervo craniano (=vestíbulo-coclear). Além disso, as células sensoriais recebem vias eferentes do SNC significando que a sua sensibilidade pode ser modulada centralmente. Dentro da cóclea estão os órgãos de Corti que são sensíveis às ondas mecânicas; os canais semicirculares possuem as cristas ampulares sensíveis à aceleração angular da cabeça e o sáculo e utrículo possuem as máculas sensíveis a aceleração linear da cabeça. Todos esses neuroepitélios têm células sensoriais ciliadas, sendo que um feixe de cílios é mais longo e são denominados quinecílios (ou cinocílios) e outros, mais curtos, denominados estereocílios. Estes cílios movem-se apenas num único plano: ao serem deslocados na direção dos quinecílios se despolarizam e em sentido oposto, hiperpolarizam. A despolarização causa o aumento na secreção de neurotransmissores excitatórios e a hiperpolarização, diminuição. A despolarização aumenta, por sua vez, a freqüência dos potenciais de ação nas fibras sensoriais primárias e a hiperpolarização, diminui. Tanto os receptores ciliados dos órgãos de Corti como os vestibulares geram potenciais receptores desse modo. A diferença está na natureza dos estímulos mecânicos que evocam o sentido da audição ou de equilíbrio.

SENTIDO DA AUDIÇÃO

Introdução

A sensibilidade auditiva proporciona não só o reconhecimento objetivo dos sons ambientais (chuva, farfalhar de folhas, sons de instrumentos musicais, etc.), mas participa efetivamente no processo de comunicação entre os indivíduos e, deste modo, constitui um importante elemento da linguagem. A perda da sensibilidade auditiva ou a surdez dificulta este aspecto da relação humana, pois o nosso principal meio de comunicação é através da linguagem falada. O próprio mecanismo de aprendizado da linguagem falada depende da audição.

Curso de Fisiologia 2012 Ciclo de Neurofisiologia Departamento de Fisiologia, IB Unesp-Botucatu Profa. Silvia M. Nishida

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Por ser um sistema biaural, permite uma impressão tridimensional do espaço para detectar não só origem da fonte sonora como também a sua direção devido à integração central das informações provenientes das duas orelhas.

A física do som

O som é uma onda mecânica que comprime e descomprime as moléculas do meio, criando alterações periódicas de compressão e rarefação. O fenômeno ondulatório propaga-se num único plano, apresenta uma amplitude (intensidade), freqüência (número de oscilações na unidade de tempo) e duração. Um tom puro é um som com uma única freqüência; podemos expressá-la em ciclos por segundo (cps) ou hertz (Hz). Os sons que emitimos e que ouvimos não são puros, mas compostos de várias freqüências. A voz humana possui uma nota fundamental que caracteriza a sua freqüência básica além dos vários harmônicos conferindo o timbre característico de cada pessoa. Assim, mesmo que os diferentes instrumentos musicais produzam a mesma nota musical, todos causam uma impressão sonora diferente porque os harmônicos que compõem a nota fundamental são diferentes. Os sons audíveis para a espécie humana estão entre as freqüências de 20 a 20.000Hz; abaixo deste intervalo os sons são chamados de infra-sons e acima, de ultra-sons que não escutamos. Isso significa que audição se refere à capacidade de percepção e que é limitada para cada espécie. Os cães e morcegos, por exemplo, escutam sons bem acima do nosso limite superior de freqüência e, assim, podemos afirmar que somos surdos comparados a eles. Os sons audíveis de alta freqüência nos causam a impressão sonora de agudo (alto) e os de baixa freqüência, grave (baixo). As variações na amplitude do som indicam a sua altura do som (forte ou fraco). Apesar de limitado, o nosso ouvido é fabuloso em termos de acuidade auditiva: detectamos uma ampla gama de intensidade dentro do espectro audível e, por isso, usamos uma escala logarítmica para exprimi-la: variações na ordem de 10 decibéis (dB) correspondem a uma variação de 100 vezes!!. O nosso limiar de detecção sonora é, por definição 0dB e, quando os sons atingem mais de 110dB, tornam-se desconfortáveis e causam dor. Uma peculiaridade do sistema auditivo é que o limiar de sensibilidade acústica depende da freqüência e intensidade do som. Analise a curva de audibilidade ao lado: a menor intensidade sonora (0dB) torna-se mais fácil de detecta-la quando os sons estão na faixa de freqüência da fala humana (200 a 5000Htz); aquém e além desta faixa, a intensidade precisa ser bastante aumentada para que possamos ouvi-lo.

A relação estrutura função das três orelhas revela uma engenhosa solução que serve para superar a impedância física ar-líquido. Lembre-se de que quando o som se propaga do ar para a água uma significativa quantidade de onda é refletida (99%). Se não houvesse um mecanismo de compensação, seriamos todos meio surdos, pois as ondas mecânicas que vem do ar precisam ser transmitidas para dentro da cóclea cheia de líquido onde estão as células transdutoras.

ANATOMIA FUNCIONAL DA ORELHA

O aparelho auditivo humano e dos demais mamíferos é formado pela orelha externa, a orelha média e orelha interna.

Orelha externa

A orelha externa é formada pelo pavilhão auricular e pelo meato auditivo. O pavilhão tem a forma de uma concha acústica e funciona como um coletor de ondas sonoras; o meato, um tubo rígido, direciona as ondas mecânicas em direção à membrana timpânica que vibra em ressonância. A

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