Sociologia Clássica: Durkheim, Weber e Marx
Por: llayos • 7/5/2018 • Resenha • 2.713 Palavras (11 Páginas) • 1.646 Visualizações
Universidade Federal do Pará
Sociologia Clássica: Durkheim, Weber e Marx.
SELL, Carlos Eduardo, 2001.
Resumo sobre a Sociologia Clássica
Discente:
INTRODUÇÃO
Em Sociologia Política, na Universidade de Heidelberg, na Alemanha, um pesquisador do CNPQ e professor da Universidade Federal de Santa Catarina, com pós-doutorado, Carlos Eduardo Sell, desenvolve de forma muito didática em seu livro, “Sociologia Clássica: Durkheim, Weber e Marx” sobre a importância destes sociólogos para a construção da sociologia. Antes de abordar sobre as contribuições dos importantes sociólogos: Émile Durkheim, Max Weber e Karl Marx para a sociologia clássica, o autor faz uma apresentação, dirigindo-se ao leitor. Sell, oferece em seu livro, um novo método de estudo didático para estudar a teoria social clássica. Seu método inclui a interpretação dos clássicos da sociologia a partir de três eixos fundamentais:
1.Suas contribuições teóricas metodológicas (teoria sociológica)
2. Suas interpretações a respeito do surgimento e do caráter da sociedade moderna (teoria da modernidade)
3. suas diferentes propostas políticas (Projeto político).
Esses três eixos no livro, possibilita uma melhor compreensão de cada clássico. No fim de cada capítulo, o autor sugere bibliografias referentes ao capítulo estudado para que o leitor possa se aprofundar no assunto. No primeiro Capítulo, Carlos Sell faz uma introdução a sociologia, explicando sua origem no séc. XIX. Três acontecimentos são considerados fundamentais para a origem dessa ciência: O primeiro é de ordem econômica: A Revolução Industrial. O segundo é de ordem política: a Revolução Francesa, e o terceiro, de ordem cultural, que na verdade são duas: o Iluminismo e o Renascimento. Esses acontecimentos mudaram o rumo da história da humanidade, alterando seus aspectos econômicos, políticos e culturais, dando origem a estrutura do mundo Contemporâneo. Essas transformações geraram diversas dúvidas e questionamentos sobre o motivo delas ocorrerem, as causas e consequências delas, e como agir diante de tudo o que estava acontecendo. Essa necessidade de compreensão da sociedade e de saber como proceder neste grande momento de crise, foi o que sustentou a criação da sociologia.
Titulado como “pai da sociologia”, Augusto Comte, não poderia ficar de fora dessa introdução. Comte, foi um dos responsáveis por fundamentar a sociologia como ciência. Ele também é considerado o criador do positivismo, o que incentivou na definição da sociologia. Para ele, a ciência é a única explicação verdadeira da realidade. Os métodos das ciências sociais deveriam ser os mesmos que os das ciências naturais, o que mais tarde, Max Weber irá refutar.
Um item no último capítulo, mostra uma tabela com um resumo das características (os três eixos fundamentais citados no início deste texto) de cada autor: a Teoria sociológica, a Teoria da Modernidade e o Projeto Político, e também, a explicação desses eixos. Essa tabela serve para apresentar ao “aluno” o que ele verá mais detalhadamente nas páginas seguintes. Os próximos capítulos são dedicados um a cada clássico: No Segundo capítulo é apresentada as teorias de Karl Max, no terceiro as de Émile Durkheim, e no quarto as de Max Weber. No quinto capítulo temos uma análise comparativa dos três autores. Vamos então aos clássicos da sociologia:
Karl Marx (1818-1883). Apresentado no segundo capítulo, A sociologia para Karl não era uma profissão. Marx, desenvolveu as bases da doutrina comunista, onde criticou o capitalismo. Sua filosofia exerceu influência em várias áreas do conhecimento, tais como Política, Sociologia, Economia, Teologia, Filosofia, Direito, entre outras. Um ser revolucionário, e sua teoria é a Sociologia Histórico-Crítica. Influenciado pelo idealismo de Hegel, Marx cria o materialismo dialético, que é fielmente igual ao método do primeiro, contudo, o seu conteúdo é, na realidade, contrário ao Hegelianismo. Enquanto para Hegel a Tese era o pensamento e a Antítese era a matéria, para Marx, a Tese era a matéria e a Antítese era o pensamento. O elemento central para entender o desenvolvimento da sociedade, no materialismo dialético, é o trabalho (a ação do homem sobre a matéria).
“[...] De acordo com o esquema dialético de Marx, é pelo trabalho que o homem supera sua condição de ser apenas natural e cria uma nova realidade: a sociedade. Assim, se a matéria (mundo natural) representa a tese, temos que o trabalho representa a antítese da matéria, que uma vez modificada pelo homem gera a sociedade, que é a síntese. A sociedade é justamente a síntese do eterno processo dialético pelo qual o homem atua sobre a natureza e a transforma.” (Sell)
O trabalho é o conceito fundamental de toda a teoria marxista, porque sem ele não existiria vida social, não existiria nem ser humano. O método dialético também permitiu a Marx repensar a relação entre indivíduo e sociedade, como aponta Sell:
“Na teoria marxista, a relação do homem com a sociedade não é reduzida a um ou outro dos polos, como faziam as teorias anteriores. Ou seja, o homem não é fruto exclusivo da sociedade, nem está resulta apenas da ação humana. Na perspectiva dialética, existe uma eterna relação entre indivíduo e sociedade, que faz com que tanto a sociedade quanto o homem se modifiquem, desencadeando o processo histórico-social.”
No materialismo dialético a história é fruto do trabalho humano (enquanto do idealismo dialético é o espírito).O trabalho, como meio de sobrevivência e satisfação de desejos e necessidades, estimula o processo histórico. A infraestrutura (economia) condiciona a superestrutura (política e cultura). Outrossim, Marx analisa a economia da sociedade para explicar, que é a base material, para saber como ela estipula a vida política e ideológica da sociedade. Os dois elementos da infraestrutura são as forças produtivas e as relações de produção, e os dois elementos da superestrutura são o Estado e a ideologia. Para Marx, a infraestrutura e a superestrutura compõem o modo de produção.
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