A Regulação da Expressão Gênica
Por: oswaldobtusp • 1/11/2024 • Resenha • 1.537 Palavras (7 Páginas) • 14 Visualizações
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Universidade Estadual Paulista "Júlio de Mesquita Filho"
Campus Botucatu - Curso: Ciências Biológicas (licenciatura)
Disciplina: Didática II - Professor: André Santachiara Fossaluza
Aluno: Oswaldo Ferreira Junior
Resenha Crítica: Como ser um Educador Antirracista (p. 100-110)
PINHEIRO, Bárbara Carine Soares. Como ser um Educador Antirracista. São Paulo: Editora Educação Crítica, 2023.
O livro Como ser um Educador Antirracista, escrito por Bárbara Carine Soares Pinheiro, traz uma abordagem profunda e essencial sobre o papel do educador na luta contra o racismo nas escolas. No trecho entre as páginas 100 e 110, a autora detalha os desafios e responsabilidades do educador em construir um ambiente inclusivo, com um olhar crítico sobre a estrutura educacional que perpetua o racismo. Pinheiro fundamenta suas discussões com referências sólidas de pensadores como Frantz Fanon, Silvio Almeida, Grada Kilomba e Djamila Ribeiro, o que enriquece a narrativa e oferece uma base teórica robusta para suas proposições.
Análise Crítica das Referências
Na base teórica de Pinheiro, a obra de Silvio Almeida sobre racismo estrutural desempenha um papel central. A autora utiliza o conceito para demonstrar como o racismo está institucionalizado nas escolas, não apenas através de atos individuais, mas em práticas, normas e currículos que marginalizam estudantes negros. Esse aspecto é positivo na obra, pois amplia o debate sobre a função do educador, mostrando que ele deve atuar como agente de mudança dentro de um sistema que muitas vezes reproduz a exclusão. Contudo, a autora poderia ter explorado mais estratégias práticas para que os professores, muitas vezes sem preparo ou suporte, consigam lidar com essas questões em sala de aula.
Outro ponto de destaque é a referência a Frantz Fanon, que trata dos efeitos psicológicos do racismo. Pinheiro articula esse conceito para ressaltar como o racismo impacta emocionalmente os alunos negros, algo que os educadores precisam estar cientes para oferecer um apoio adequado. Embora essa discussão seja relevante, a aplicação prática do conhecimento fanoniano nas escolas carece de um aprofundamento. Faltam orientações claras sobre como o professor pode desenvolver competências emocionais e pedagógicas para lidar com o trauma racial.
A obra de Grada Kilomba também é importante, especialmente quando a autora fala das micro agressões. Pinheiro reconhece que muitas formas de racismo no cotidiano escolar são sutis, expressas através de palavras, atitudes e silenciamentos. No entanto, a identificação e combate dessas micro agressões, como a autora pontua, exige do educador uma conscientização contínua e um olhar crítico constante sobre sua própria prática e a dos alunos. Apesar da relevância, o livro poderia aprofundar mais sobre como estruturar formações que capacitem os educadores para identificar e combater essas micro agressões.
Por fim, Djamila Ribeiro é uma fonte de inspiração para Pinheiro no que tange a soluções práticas. A autora sugere, por exemplo, a inclusão de autores negros no currículo escolar, debates sobre racismo e representatividade positiva. Essas propostas são acessíveis e realizáveis, e representam um dos pontos altos do livro, pois oferecem ações concretas para uma educação antirracista. No entanto, mais uma vez, o texto falha em apresentar os desafios de implementação dessas ações, sobretudo em escolas com resistência institucional ou falta de recursos.
Pontos Positivos e Negativos
O livro traz contribuições importantes ao discutir o racismo estrutural nas escolas, utilizando referências robustas como Silvio Almeida e Frantz Fanon. A discussão sobre a saúde mental dos estudantes negros e as micro agressões cotidianas também são pontos fortes da obra, destacando a necessidade de um educador sensível e preparado para lidar com essas questões.
Por outro lado, entre os pontos negativos, está a ausência de um aprofundamento maior sobre a formação e preparação do professor para implementar as mudanças sugeridas. Pinheiro aponta o caminho ideal para uma educação antirracista, mas não explora suficientemente as barreiras reais que os educadores enfrentam, como a falta de suporte das instituições e a escassez de recursos para formação contínua
.Palavras-chave:Racismo estrutural; microagressões; educador antirracista; currículo escolar; saúde mental; representatividade.
Conclusão
O trecho entre as páginas 100 e 110 de Como ser um Educador Antirracista, de Bárbara Carine Soares Pinheiro, oferece uma análise relevante e necessária sobre os desafios que os educadores enfrentam ao combater o racismo no ambiente escolar. As referências teóricas são consistentes, e as propostas práticas de Djamila Ribeiro apresentam uma abordagem viável para promover uma educação mais inclusiva. No entanto, o livro poderia aprofundar mais os obstáculos práticos para a implementação dessas ideias no cotidiano das escolas brasileiras. Ainda assim, a obra se destaca como uma leitura essencial para educadores comprometidos com a luta antirracista.
Referencias
PINHEIRO, Bárbara Carine Soares. Como ser um educador antirracista. São Paulo: Editora Educação Crítica, 2023. p. 100-11
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ALMEIDA, Silvio. Racismo estrutural. São Paulo: Jandaíra, 2020.
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BENTO, Cida. O pacto da branquitude. São Paulo: Companhia das Letras, 2022.
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